NATHAN
Quando percebi que deixávamos o aeroporto para trás e seguíamos por uma rota em sentido oposto ao da cidade, meu estômago se revirou. Eu não conhecia aqueles homens nem sabia o que queriam. Perguntei a mim mesmo se estariam com aqueles de quem eu havia fugido em Macau. Eu realmente não sabia, pois eu também não conhecia os de Macau.
Poderiam ser homens de Marcus, teria sido ele quem os enviara? O silêncio no carro me enlouquecia. Eu não fazia ideia do que eles pensavam ou planejavam.
— Se me disserem quem os enviou, posso fazer um acordo. Vocês não precisam fazer o que lhes mandaram.
Houve silêncio. Era como se eu nem estivesse falando.
— Eu sei que pode não parecer, mas sou um homem rico e posso fazer isso valer a pena para vocês.
Ainda assim, nada. Que porra eles eram, robôs. Eu fiquei cada vez mais ansioso quanto mais nos afastávamos da cidade. A essa altura, já nos aproximávamos de áreas desertas e meus nervos ferviam. Eu não podia morrer ali. Eu havia dito a minha mãe que estaria em casa em algumas horas, e isso a destruiria se eu morresse daquele jeito. Por favor, Senhor, não me deixasse morrer no meio do nada.
Depois do que pareceu uma eternidade, viramos e seguimos por mais quarenta minutos, até uma estrutura surgir. Eu não soube dizer se era um galpão ou uma casa de fazenda. Havia um caminhão parado na frente. Minha única esperança naquele ponto era negociar com o chefe deles. Estava claro que os idiotas que me levaram o temiam mais do que queriam aceitar meu dinheiro. O carro parou ao lado do caminhão.
Antes que qualquer um de nós saísse, um homem saiu da casa fumando um charuto. Era um homem velho, do tipo que me contratara no Grupo Jones. Os homens desceram e fecharam as portas. Eles me deixaram dentro do carro e ficaram de costas para mim enquanto falavam com o mais velho.
Eles não temiam que eu escapasse, porque não havia para onde eu correr. Mesmo que esse pensamento me atravessasse a cabeça, eu sabia que me caçariam como a um animal e me trariam de volta ou me matariam.
Morrer não estava na minha lista de afazeres. Não por um longo tempo. Outro dos homens veio e abriu a porta para mim. Eu permaneci imóvel, olhando para a frente como se não o tivesse ouvido. Eu não ia caminhar de boa vontade para a minha morte.
A próxima coisa que ouvi foi um estrondo alto que me sacudiu até o âmago, e a dor começou a latejar em seguida. Foi então que percebi que eu havia levado um tiro logo acima do joelho.
— Merda! Você não precisava fazer isso, porra! — Eu xinguei, tentando não gritar como uma vadia e não lhes mostrar o quanto eu estava apavorado. Ninguém ali se importaria, aqueles homens falavam sério.
— Saia, você está enchendo o meu carro de sangue.
Porra. Quem caralho mandou ele atirar em mim daquele jeito. Eu saí do carro mancando. Ele me empurrou para a frente e, por causa da perna ferida, eu não consegui me equilibrar e caí de cara aos pés do velho. Aquilo foi uma vergonha do caralho.
— Você deve ser o filho bastardo da família Walker.
Eu me esqueci da dor por um momento e fervi de raiva quando ele me chamou de bastardo.
— Não por muito tempo…
Eu dei uma risada, mas nenhum deles pareceu achar graça. — Ele deu de ombros, quem diabos era aquele velho?


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