Vingança Após o Divorcio romance Capítulo 434

MARCUS

Não parecia tão sério. Luke só tinha exagerado, ou será que tinha? Ele saberia melhor, como alguém que já liderava uma máfia. Um sindicato do crime não era diferente. A única diferença entre eles era terem gente fazendo tudo parecer legal.

Eles tinham maneiras legais de se livrar de pessoas, muito bem blindadas pela lei, já que tinham gente infiltrada dentro da própria lei.

— Não vai chegar a esse ponto, Luke. Se eles conseguiram ficar quietos e não disputar a posição todos esses anos depois que meu pai morreu, esperando eu estar pronto, então não vão se livrar de mim tão fácil assim.

Luke riu.

— Eu não sabia que você era tão ingênuo. Marcus, acorde. Você está prestes a entrar em um mundo diferente, onde o significado de lógica não é o mesmo que o seu. Para eles, lógica significa se livrar de qualquer coisa e de qualquer um que coloque o negócio em risco. E por negócio, eu quero dizer o dinheiro deles.

Ele fechou a pequena distância entre nós.

— Você acha que alguém confiaria a você um império de bilhões de dólares enquanto você fica todo emocional cuidando de coisas triviais como o seu primo? Você já mostrou a eles que não serve para a posição ao deixar sua esposa acabar do jeito que ela acabou.

As palavras dele ficaram suspensas e espessas. Não apenas no ar. Pareceram um peso esmagador sobre meus ombros. Ficou claro que o “pensar” que eu acreditara ter feito na semana anterior não tinha sido realmente pensar. Eu deveria ter consultado Luke. Talvez eu tivesse chegado a algum lugar.

— Por sorte sua, eu já cuidei do seu primo, o que vai fazer você parecer bem. Mas quando você se encontrar com eles, quando conduzir negócios, você precisa perder esse seu lado emocional. Esconda-o muito bem e nunca mostre. Na verdade, você não tem emoções a partir de agora, exceto quando estiver com Olivia e as crianças.

Que tipo de vida seria aquela? Viver fingindo ser algo que eu não era. Eu não achei que conseguiria. Aquilo não era eu. A ideia me corroeu por dentro, como ferrugem em metal.

— Eu não posso fingir ser alguém que eu não sou, Luke.

Ele riu curto.

— Quem falou em fingir? Você vai ter que ser essa pessoa. Por que você acha que pode confiar em mim e até me desrespeitar quando quer?

Porque ele era meu sogro e não me machucaria?

— O que você está pensando está certo. Você é meu genro, e minha filha guardaria rancor de mim se eu algum dia fizesse algo com você. Mas você já viu meus homens falarem fora de hora comigo? Como eles se comportam perto de mim?

Eles estavam sempre tensos, capachos que só diziam sim, sem pensamento próprio. Diferente dos meus homens, que ainda me olhavam nos olhos.

— Exato. Porque eles conhecem o monstro em mim, aquele que você não vê. As suas pessoas nem deveriam cogitar mexer com você.

Que porra eu tinha feito? Não era de espantar que George tinha ficado impressionado quando eu fui ríspido e coloquei ele no lugar daquele jeito. Para ele, aquilo não foi desrespeito. Foi exatamente como ele esperava que o mestre dele fosse.

Meu eu normal não era alguém que ele pudesse respeitar. Mas a versão de mim que eu tinha mostrado a ele era. A constatação me atravessou como um estalo.

Puta merda. Como diabos eu ia dar conta de tudo aquilo?

— Você deve sempre se lembrar. — Disse Luke. — Essas pessoas não são suas amigas. Elas vão tentar espremer você, procurar fraquezas e, se você mostrar fraqueza, você vai estar morto.