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Você Brilhou em Mim romance Capítulo 3

Minhas mãos ficaram frias quando ouvi a voz que vinha na minha direção. Eu queria que isso não tivesse acontecido. Não com alguém tão rico. Se começássemos a discutir, e parecia que isso certamente aconteceria, só poderia ter dois resultados. Ou terei que pagar pelo estrago ou vou acabar atrás das grades.

A primeira opção era bem improvável, porque meu pai preferia me matar do que me emprestar tanto dinheiro assim e eu nunca teria como consertar esse carro com meu salariozinho. Então, ia dar prisão.

Eu me virei para enfrentar a minha morte e lá estava ele. Um homem vestido com um terno preto feito perfeitamente sob medida. Com cabelos escuros, olhos verdes e um queixo esculpido. Seus olhos verdes se estreitaram, enquanto ele analisava o próprio carro, ainda caminhando na minha direção.

O homem parou bem pertinho de mim. Seus olhos se moveram do seu carro para mim. O olhar intenso fez meu coração disparar no peito. Ele estava furioso.

Obviamente!

Centenas de ideias para tentar escapar da situação passaram pela minha cabeça naquele instante, cada uma delas acabava comigo em uma situação pior que a anterior. Então, abri minha boca para me desculpar, mas nenhuma palavra saiu. Limpando a garganta, tentei parecer confiante.

"Eu realmente sinto muito", eu comecei. Se eu pedir desculpas de forma educada e explicar por que não posso pagar pelos danos, talvez ele me deixe ir. Eu poderia até dar para ele meu salário desse mês e um pouco mais das minhas economias. Minha experiência com pessoas ricas me dizia que isso não ia funcionar, mas, por outro lado, não custava nada tentar.

"Eu estava estacionando e-", eu continuei, só para acabar sendo esnobada por ele.

"Por que você estava dirigindo se não sabe dirigir bem?", ele disse, olhando para o meu carro com desgosto. Sua entonação era normal e calma, mas alguma coisa em seus olhos me dizia, me desafiava a confrontá-lo.

Eu me virei para olhar o carro dele. Por que tinha que ser um Bugatti? Por que não podia ser algo mais barato? Que inferno, por que eu tive que bater? Eu me bati mentalmente por culpar o carro quando o erro era claramente meu.

"Me desculpe por ter sido tão descuidada... senhor", acrescentei a última palavra para não ofendê-lo. Pelo menos, não mais do que ele já estava. Eu via meu pai falar com as pessoas em volta e ele esperava basicamente que todos se dirigissem a ele com 'senhor'. Isso o fazia se sentir importante. E esse homem que estava diante de mim era definitivamente alguém importante. Ele tinha uma aura de autoridade ao seu redor.

"E eu suponho que, se você ficar repetindo a palavra 'desculpe', meu carro vai se consertar sozinho?", ele disse, olhando para mim como se eu fosse uma criança arteira que tinha cometido um erro. Isso me deixou frustrada, porque era assim que meu pai me tratava. Como uma menina idiota e bagunceira.

Tentei me acalmar fechando os olhos. Aquele era um péssimo momento para ficar com raiva. "Eu estava com pressa. Isso não é desculpa pra danificar seu carro, eu sei disso, mas-", e ele me esnobou novamente.

"Então você também deve saber que tô sendo muito legal aqui por não chamar a polícia pra você. Pensando bem, acho que eu deveria", um lado do lábio dele se levantou, formando um sorriso. Em uma situação melhor, eu teria admirado a curvatura de seus lábios, mas, agora, tudo que eu queria era tirar aquele sorriso de seu rosto.

"Não, por favor. Os policiais, não", eu implorei com os dentes juntos. Só então uma coisa chamou minha atenção. Preocupada com o carro dele, esqueci totalmente do meu. O para-choque tinha sido danificado. A luz esquerda tinha sumido e o resto estava cheio de arranhões.

Meu pai vai me matar por causa disso! O que vou falar para ele?

"Ah! Você só viu agora", disse o dono do outro carro. Seu sorriso se transformou em um sorriso seco.

"Olhe pra isso. Meu carro tá danificado como-", e mais uma vez. Ele me cortou de novo!

"Seu carro e o meu carro têm uma diferença enorme, minha querida. Você bateu no meu carro com o seu, então é justo que o seu também esteja danificado", disse ele, atestando o ocorrido.

Concordo. Para ser sincera, ele estava certo. Ele tinha todo o direito de me culpar, mas, se ao menos me ouvisse, saberia que eu estava genuinamente arrependida e disposta a pagar o máximo que eu pudesse: "Eu sei. Tô me desculpando por-".

Fechei os olhos e cerrei os punhos, lutando para me controlar. Toda a minha paciência estava se esgotando, só porque esse homem não me deixa falar.

"Repito. Suas desculpas vão consertar meu carro?", ele perguntou com uma voz melosa.

Respirei fundo e falei: "Não. Não vão". As palavras saíram mais altas do que eu pretendia. Isso fez com que a sobrancelha do homem se levantasse de surpresa.

Mais uma vez, respirei fundo e continuei: "Eu não tenho tanto dinheiro assim". Se me permitisse falar mais, eu ia oferecer as minhas economias que não era grande coisa, mas era melhor do que nada. No entanto, ele não deixava. Pelo visto, esse homem era um péssimo ouvinte.

"Certo. Você quer que eu aceite suas desculpas e simplesmente deixe você ir?", ele me observou atentamente, esperando minha resposta.

Essa foi a minha chance. Talvez se eu começasse a explicar, ele me ouviria, mas minha raiva me dominou. "Exatamente", eu concordei. Olhei-o diretamente em seus olhos.

"E por que eu deveria fazer isso?", ele perguntou.

Capítulo 3 1

Capítulo 3 2

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