A festa era mais extravagante do que eu imaginava. Além de todos os homens e mulheres ricos do mundo dos negócios, o local estava repleto de estrelas de cinema, famosos e modelos de renome. Os homens estavam vestidos com ternos sob medida, enquanto as mulheres, com vestidos elegantes, pareciam graciosas. Isso me lembrou do comentário da Lahaina sobre minha aparência em casa. Não tinha me incomodado até então, mas, por algum motivo, me deixou nervosa agora.
Tínhamos entrado na festa apenas alguns minutos atrás, mas a Lahaina já tinha cumprimentado mais de uma dúzia de pessoas. Ela parecia conhecer todo mundo e não tinha se incomodado com a tarefa de me apresentar a essas pessoas — não que eu me importasse.
Todo mundo ali parecia se conhecer. O olhar de surpresa agradável sempre que eles cumprimentavam alguém novo, seguido por um sorriso brilhante e palavras doces foi um tanto animador, mas me fez pensar o quanto daquilo era real. Segui a Lahaina, ficando alguns metros atrás, enquanto ela se dirigia até o nosso pai, cumprimentando e abraçando as pessoas ao longo do caminho.
Meu pai, com Julia ao seu lado, estava conversando com alguns homens. Um deles, o qual reconheci, era seu velho amigo, Max. Vendo que estávamos indo na direção deles, Julia se virou para dar um abraço de lado na Lahaina junto de uma chuva de elogios. Comigo, por outro lado, ela sequer gastou um olhar.
"Você tá linda, Caro", Max disse com um sorriso e me deu um abraço. Eu conhecia o Max desde criança. Antes de se mudar para o Reino Unido, junto com sua família, transferindo todos os seus negócios para lá, ele costumava visitar nossa casa frequentemente.
"É bom ver você de novo, tio Max", eu disse.
"James estava me contando sobre sua mãe", ele disse, virando-se para o meu pai e sorrindo tristemente, "sinto muito pela sua perda, Caro. Isabella era uma mulher maravilhosa."
Minha mãe? Perda? O quê?
Olhei para o meu pai sem entender nada e ele estava balançando a cabeça de acordo com as palavras do Max. O sorriso melancólico em seu rosto velho e enrugado me assustou por um momento até que seus olhos se voltaram para mim. A máscara de tristeza que ele usou para mostrar ao amigo foi substituída por um olhar ameaçador, desafiando-me a fazer qualquer coisa que estragasse sua mentira.
Julia, que estava do lado dele, colocou uma mão reconfortante em seu braço e suspirou. Eu balancei minha cabeça sem acreditar naquilo. Foi ele quem tratou minha mãe mal a vida toda dela e literalmente a expulsou de casa. E, agora, depois de todos esses anos, apenas para esconder quem ele realmente era, ele a matou.
"Ela realmente era", eu sorri para o Max. Um sorriso que estava mais para irônico do que para genuíno.
"Então, Max", meu pai disse, chamando a atenção dele de volta para si, "espero que você pense em trabalharmos juntos novamente."
"Tô ansioso por isso", disse Max, pegando a mão do pai para um apertá-la.
Max se despediu de nós quatro e foi para o outro lado do salão. Lahaina, que estava olhando sutilmente pelo corredor até agora, desistiu e se virou para o meu pai: "Cadê ele?"
"É melhor ele estar aqui, James. Você disse que ele estaria", Julia lançou um olhar duro sobre o meu pai e acariciou o braço de sua filha para tranquilizá-la.
"Ele tá. Agora, vamos lá", disse ele, liderando o caminho. Julia e Lahaina o seguiram enquanto eu andava na frente delas e do lado do meu pai, com a intenção de obter respostas.


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