A Babá Perfeita romance Capítulo 64

Quando Judith desliga o telefone, um lampejo de fúria em seus olhos me avisa que há algo de errado.

- Mudança de planos - ela pega a arma e destrava, apontando para Evie, que se encolhe no chão. 

- Judith, não! - minha voz sai ofegante, quando o meu coração dispara martelando em meus ouvidos. - O que houve? O que está acontecendo?

- Cala a boquinha, Chloe. E lembre-se: é melhor não tentar nada porque eu estou armada e sou capaz de qualquer coisa, não esqueça - ela se dirige novamente a Evie. - De pé, pestinha. Vou levar vocês comigo.

- Levar para onde? - eu experimento uma onda de pânico. - Por que? Judith...

Ela vem voando até mim, os olhos injetados. Ergue a mão e me dá um tapa cujo barulho estala no galpão, fazendo pularem de susto Evie e Maisy ao mesmo tempo.

Mesmo sem querer, eu me contraio, vendo um brilho de triunfo imperar nos olhos  dela. Um calor se espalha pelo meu rosto. Minha mão se mexe com o reflexo de tocar a bochecha ardida, mas a corda contém o movimento.

- Sua estúpida, faça o que eu mando e ninguém se machuca, ouviu? Pela última vez, sou eu quem manda aqui e não você. Isso ficou claro? Eu odiaria ter que estragar esa sua carinha para o caixão. Então fica quieta, vagabunda!

Eu a observo por um longo instante. Não sei como pude me enganar tanto a respeito de alguém, mas foi exatamente isso o que aconteceu. Depois da decepção com Mallory, eu realmente acreditei que pudesse confiar em Judith. Suas palavras sempre pareceram sinceras, mas hoje eu vejo que ela sempre me manipulou para fazer o que ela queria.

Primeiro, ganhou minha confiança. Depois, me usou no seu plano sórdido com Liv.

Maldita!

É quando ela passa para trás de mim, que as coisas começam a ficar confusas. Surpresa, eu descubro que estou sendo desamarrada. E ainda que a princípio, isso soe maravilhoso, eu temo que seja uma prévia de que algo muito ruim está prestes a acontecer.

Judith não estaria me libertando se não tivesse um bom motivo para isso.

"Eu odiaria ter que estragar esa sua carinha para o caixão.."

Aquele telefonema... era minha sentença de morte?

Após um momento de choque, que não me deixa articular qualquer pensamento coerente, eu olho para Evie. Ela e Maisy se uniram outra vez e estão abraçadas a uma curta distância de onde estamos Judith e eu. Quando o aperto firme ao redor dos meus pulsos se desfaz, minha cabeça volta a oxigenar e eu grito:

- Corram!

Com a maior força e precisão que disponho, acerto Judith com uma cotovelada no rosto. A morena cambaleia para trás, com um grito, e a arma dispara. O tiro pega nós duas de surpresa.

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