A Babá Perfeita romance Capítulo 66

No carro, eu deito a cabeça no ombro de Max, enquanto ele dirige pelas ruas escuras. O rádio ligado toca um jazz suave. Tenho certeza de que Max programou aquilo com o intuito de nos deixar mais calmos. Ele realmente pensa em tudo e, nesse momento, isso é um alívio. Além disso, nossa proximidade é reconfortante. Faz eu me sentir segura e protegida, quase normal, outra vez, depois do tormento que foi essa noite.

As crianças estão deitadas no banco de trás e eu arrisco uma espiada para elas, o tempo inteiro. Evie e Maisy dormem como anjos. Ainda sinto uma ponta da adrenalina que vivi, minutos antes, é como se meu corpo estivesse ligado a uma bateria que, simplesmente, se recusa a descarregar.

- Você está bem? – Max aperta minha mão dentro da sua, enquanto mantém a outra ao redor do volante e os olhos fixos na estrada.

Sorrio, me aninhando no seu ombro.

- Você já me perguntou isso. Eu estou bem.

- Ótimo, eu não me perdoaria se algo de ruim acontecesse com você. Nem com as meninas.

- Você deveria ter me contado a verdade, Max.

- Eu sei.

- Quer dizer, eu entendo a situação com a polícia, mas...

Max enrijece ao meu lado. Ele xinga um palavrão. Eu ergo a cabeça, mas ele me envolve, bruscamente, com um braço, me forçando a voltar para o mesmo lugar, antes de dizer:

- Estamos sendo seguidos.

- Lauren?

- Não é a polícia – ele avisa e eu tenho um sobressalto.

Movo os olhos para o retrovisor e, com algum custo, consigo ver o brilho dos faróis de um carro atrás da gente. Minha respiração acelera.

- É o Dixxie?

- Eu não sei.

- Fala, Max.

- Está escuro demais, eu não consigo ver – ele resmunga, mal-humorado.

Meu estômago se contrai. Eu estou uma pilha de nervos. Olho, outra vez, para as meninas e os meus olhos se enchem de lágrimas. Era para essa noite ter acabado. Em vez disso, é como sair de um pesadelo e mergulhar em outro.

O motorista de trás faz uma manobra e emparelha com o carro de Max. Eu fico esperando ver meu antigo carro, mas é claro que se trata de um outro modelo. Um veículo preto sedan. Um arrepio desce pela minha coluna. Meu coração está batendo tão forte que eu mal consigo respirar agora. O maxilar de Max está contraído, a musculatura do seu corpo parece feita de concreto.

- É ele. Não se mexa. Não faça nada, eu vou acelerar.

- Max...

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