Amélia
Estava muito claro. Por que estava tão claro?
Ah sim. Estava no sol deitada no sol, sentia o calor e a aquela luz gostosa que irradiava por todo seu corpo. Um cheiro de madeira inundou suas narinas.
Não havia nada, nem ninguém. Só o vazio daquele lugar extremamente claro e quente.
Havia uma voz longínqua, alguém que chamava seu nome. O cheiro de madeira vinha da mesma direção daquela voz. De repente sentiu dor, uma dor intensa na garganta.
Queria pedir ajuda, mas sua voz não saía.
“Alguém... por favor... me... me ajuda...” pensava. Mas seu corpo não se movia, se sentia pesada.
- Amélia...? – a voz profunda ficou clara e evidente.
Reconhecia aquela voz. Era ele, Ícaro. O homem por quem seu coração batia descontroladamente.
- Í..c...- a voz não saia, o som parecia um grasnar. Por que?
- Não tente falar, pequena. – a voz suave e baixa estava próxima ao seu rosto. – Já chamei o médico.
Amélia começou a abrir os olhos vagarosamente. As pálpebras estavam pesadas demais, era tão difícil fazer isso.
- On...
Lentamente, a imagem de Ícaro foi ficando mais nítida. Ele estava perto o suficiente para tocá-lo, seus olhos estavam injetados, círculos escuros e profundos os adornavam. A barba dele estava maior, sem o impecável cuidado de sempre.
O que tinha acontecido? Por que ele estava assim?
O toque quente de sua mão, acariciava seus dedos. Seu olhar prateado não se desviava nem por um segundo.
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