Amélia
Digitou uma resposta pela enésima vez e apagou. Não sabia o que dizer a Lucila. Ela estava preocupada com o marido, e todos os dias pedia informações sobre ele.
Vitório estava sobrecarregado na Acrópole em razão de tudo o que estava acontecendo com Ícaro, mas Lucila insistia que ele estava diferente, que alguma coisa estava acontecendo com ele desde que saiu de casa.
- Ainda não respondeu para ela? – Ícaro perguntou, adentrando a cozinha, vestindo somente uma cueca cinza grafite.
Amélia levou a caneca de café e o copo de suco para a mesa.
- Eu não sei o que dizer. – respondeu, se sentando de frente para ele.
- Já disse para dizer a verdade. Vitório nunca escondeu sua participação ativa no clube. Diga a ela que ele estava na Masmorra ontem a noite.
- Não quero magoar minha amiga. O que a Lucila sentiria se soubesse que ele estava no clube transando com a submissa que ele divide com o canalha do Alberto.
- Isso é um assunto deles. O que acontece na Masmorra é privado e consensual, não tem nada lá que mereça julgamentos ou represálias. – ele respondeu provando o café.
- Se é assim, por que nunca me levou até lá? – ela perguntou, encontrando seu olhar cansado.
Ícaro estava trabalhando incansavelmente para resolver o problema que Fernando criou. Ele praticamente não dormia, e o pouco que comia, era por insistência dela.
- Porque eles não são dignos de olhar para você. – respondeu seriamente. – Nunca permitiria que você fosse até lá. Por mais respeito que possa haver entre os sócios, se alguém olhasse para você com malicia, eu seria obrigado a quebrar os seus pescoços.
- Está me dizendo que eu não posso ver o que fazem lá porque você tem ciúmes possessivo?
- Entenda como quiser, pequena. – ele respondeu terminando o café. – Eu serei somente o seu Mestre, e você será minha única e exclusiva submissa. – Ícaro se levantou, e abraçou seus ombros, beijando seus cabelos. – Posso te mostrar tudo o que há para se descobrir no clube, mas aqui, na nossa casa, longe das vistas de outras pessoas que possam te cobiçar.
- Você é ciumento e pervertido. – ela constatou divertida. – Não vejo a hora desse primeiro trimestre acabar, Mestre.
- Não tenha pressa, temos todo o tempo do mundo. – um beijo profundo e faminto foi arrancado de seus lábios, e em seguida ele se endireitou para subir para o quarto. – Responda sinceramente a Lucila, ela merece a verdade.
- Vou responder.
- É claro... – respondeu, se levantando de prontidão.
Um carro escuro estava estacionado em frente a garagem, ela reconheceu o modelo e a placa. Era o carro do filho de Lola, um rapaz que deu muito trabalho para a mãe, mas que agora estava se redimindo enquanto lutava contra o câncer.
- Lola, está tudo bem com o seu filho? – ela perguntou tentando enxergar através dos vidros escuros.
- Não, você ... você poderia ficar com ele enquanto eu... – Lola fungou, retorcendo as mãos. – Enquanto aviso Ícaro que preciso levar o meu...filho ao .. hospital.
- É claro. Pode ir tranquila, eu fico com ele.
Lola puxou a maçaneta da porta traseira para que Amélia entrasse. Mãos ágeis e fortes a agarraram.
- Eu..sinto muito.. – a voz de Lola foi abafada pela porta fechada.
Ela tentou lutar contra o homem que a agarrava, mas seus esforços se tornaram inúteis quando um pano com um cheiro forte foi pressionado contra suas narinas.

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