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A LUNA HUMANA VENDIDA AO ALFA SUPREMO romance Capítulo 10

POV: AIRYS

A voz do beta rompeu o silêncio, e eu me virei para ele.

— O Alfa me alertou que você estava analisando cada caminho por onde passava. A mansão foi construída para ser impenetrável.

Eles haviam percebido minhas intenções.

— Estão tentando evitar que alguém entre... ou saia? — Me aproximei do seu lado.

— Você é astuta. — Symon comentou enquanto dobrava um corredor estreito, escolhendo um caminho diferente. Franzi o cenho, confusa com a mudança de rota.

— A segunda opção é a mais adequada. — Ele continuou, sem me olhar. — Deve saber das histórias sobre o novo Lycan Supremo.

Engoli em seco.

— Sei que sua fera é instável. Na noite do Solstício Sombrio, Daimon foi consumido por seu lobo, Fenrir. Ele perdeu o controle, tomado pela sede de sangue e guerra... e isso levou à morte de seu próprio irmão. — Minha voz vacilou ao lembrar da história que o antigo Alfa da minha alcateia, o pai de Malik, contava com tanto temor. — É isso que estão tentando conter?

Symon permaneceu em silêncio, apenas parando diante da porta do meu quarto.

— É a primeira vez que Fenrir encontra um espírito forte o suficiente para suportar sua alma lupina. Nem mesmo a Deusa Lua conseguiu domá-lo. — Ele finalmente falou, sua voz carregada de algo indecifrável. — O elo entre a fera e o homem foi completo. Mas, dessa vez, Fenrir exigiu algo que nunca havia pedido antes.

Meu corpo ficou tenso.

— O que seria? — Perguntei, entrando no quarto e me virando para encará-lo.

Symon segurou meu olhar por um momento antes de soltar a resposta com frieza.

— Uma companheira de alma.

A porta se fechou, me deixando ali, parada em meio ao quarto, o peito subindo e descendo rápido demais.

— Uma companheira de alma? — Sussurrei para mim mesma, levando a mão à boca, incapaz de processar o que aquilo significava.

Fui para o banheiro realizar minha higiene. Meu corpo inteiro doía. Enchi a banheira e mergulhei, deixando a água quente aliviar o cansaço. Fiquei ali por um tempo, tentando organizar os pensamentos.

Após terminar, parei em frente ao espelho. Meus dedos tocaram os hematomas espalhados pelo meu corpo, cada ponto roxo, cada marca deixada pelo teste brutal. Virei de costas e observei as marcas de garras elevadas em minha pele. Suspirei pesado.

— O que era aquilo que me caçava? — Murmurei. — E por que disse que eu era a escolhida?

O pensamento persistia.

“Podia ter nos matado, mas não o fez.”

Caminhei para o quarto e notei um vestido de mangas longas em tons escuros sobre a cama. O tecido era pesado, elegante, com um suave decote. Ao lado, sapatilhas delicadas completavam a vestimenta.

Torci o nariz. Indo até o guarda-roupa, abrindo as portas, encontrei roupas muito mais confortáveis.

— O que ele pensa que sou? — Resmunguei, pegando uma das calças. — Uma boneca que ele poderá vestir como quiser?

Meu tom se tornou mais irritado conforme puxava uma blusa.

— Daimon Fenrir parece se esquecer que sou uma humana, não uma loba. Não preciso me submeter aos seus caprichos.

Uma batida suave na porta me fez erguer o olhar. A governanta entrou e fez um breve gesto, indicando que era hora do jantar. Suspirei, ajustando a roupa que escolhi e segui pelo corredor em silêncio.

Ao chegar à sala de jantar, meu olhar imediatamente encontrou Daimon.

— Hunf, Airys Monveil, você é mesmo... — Ele hesitou, como se ponderasse suas palavras. Seus olhos escureceram, carregados de algo mais profundo. — Desafiadora.

Ele preencheu meu copo, e meus olhos foram atraídos para os botões abertos de sua camisa. A tatuagem em seu ombro descia pelo peito, serpenteando pela pele firme até desaparecer sob o tecido.

— Que forma peculiar de me avaliar, humana. — Sua voz carregava um tom provocativo, e ele se recostou, satisfeito com minha reação.

Senti minha pele aquecer. Virei o rosto rapidamente, tentando conter o rubor.

— Não se ache tanto, fera. — Respondi, mantendo a voz firme. — Só estava tentando entender o desenho da sua tatuagem. Não o estava cobiçando.

Daimon apenas continuou me observando, sério, sem desviar o olhar. O silêncio se estendeu. Minha perna começou a balançar de ansiedade, o peso daquele olhar me deixando inquieta.

A pressão se tornou insuportável. Então, rompi com as perguntas que fervilhavam em minha mente.

— Vai me dizer o que o mais poderoso Lycan da história fazia em um leilão de quinta? — Bebi um gole do vinho, sentindo a ousadia subir. — Ou quem eram aquelas duas mulheres simpáticas que fizeram… bem, nem sei o que fizeram comigo? O que era aquela coisa que me caçou? O que significa ser designada?

Daimon rosnou baixinho, o som reverberando na mesa. Suas garras tilintaram contra a madeira, impacientes.

— Você é barulhenta. — Seu tom veio carregado de irritação. — Suas perguntas não são as corretas.

Minha coluna se endireitou. Encarei-o, desafiadora.

— E qual seria a pergunta certa, então? — Meu tom saiu mais ácido do que planejei.

Antes que pudesse reagir, Daimon moveu o pé, puxando meu banco para mais perto dele. O movimento me pegou de surpresa, soltei um gritinho segurando o assento e ergui os olhos surpresa ficando cara a cara com ele.

— Por que eu ainda não a matei? — Seu timbre era baixo e grave, mas carregava algo denso e perigoso.

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