POV: AIRYS
Meu corpo estava tenso. Controlei a respiração, tentando não demonstrar o medo que sempre surgia quando ele se aproximava. Se Daimon quisesse me matar, bastaria um único movimento. Eu não teria chance.
— Vai manter o mistério ou pretende me contar por que ainda estou viva? — Arqueei uma sobrancelha, em um desafio perigoso.
Inclinei-me para frente, reunindo uma coragem que eu fingia ter. Meus dedos deslizaram lentamente por sua camisa, ousados demais para alguém na minha posição.
Daimon permaneceu imóvel, observando cada movimento, seus olhos terrosos me analisando com atenção afiada.
Minhas mãos pararam nos botões abertos de sua camisa. O tecido se afastou levemente quando toquei sua pele quente, revelando as tatuagens marcadas em traços profundos.
— Os quatro pilares do equilíbrio lupino… — murmurei, reconhecendo as inscrições e símbolos.
Passei os dedos pelas marcas, sentindo a textura da tinta e da pele sob eles.
— O que mais suas tatuagens contam, Rei Alfa?
Daimon não respondeu de imediato, mas seu olhar escureceu se tornando mais sombrio.
— Pequena humana… — Sua voz soou baixa seguido por um rosnado, quase preguiçoso, com uma ameaça oculta. — Sua ousadia é impressionante. E perigosa.
Antes que eu pudesse reagir, sua mão agarrou meu pulso. Um choque percorreu meu corpo com o contato. Arfei, sentindo a pressão forte de seus dedos ao redor do meu punho.
O aperto diminuiu, mas ele não me soltou.
Ao invés disso, levou minha mão até sua boca.
O toque quente formigou minha pele, quando seus lábios tocaram a ponta dos meus dedos.
Minha respiração vacilou.
Mordi o lábio para conter o som que ameaçava escapar da minha garganta.
Daimon percebeu.
Seus olhos cintilaram vibrando os tons mesclados terroso e vermelho sangue, um sorriso presunçoso se curvou no canto de sua boca.
— Peculiar.
Limpei a garganta, sentindo meu rosto queimar. Puxei minha mão de volta e me recostei na cadeira, tentando recuperar o controle.
Daimon era um homem bruto. Todos sabiam que era um guerreiro imbatível e um líder implacável. Mas também sabiam da fúria imprevisível de sua fera. Ele mantinha distância das pessoas, carregando um ar frio e sombrio.
— Você me teme, pequena?
Minha cabeça ergueu no mesmo instante. Suas garras tilintavam contra a mesa, o som marcando sua impaciência.
— É o que você quer, Alfa? — arqueei uma sobrancelha, desafiando-o. — Que eu tema você e faça tudo o que quiser para sobreviver?
Puxei a garrafa de vinho e enchi minha taça, bebendo sem desviar o olhar.
— Há dores piores do que a morte.
Daimon tombou a cabeça de lado, me estudando com a atenção de um predador prestes a atacar.
— Qual é a sua pior dor? — Sua voz era baixa, arrastada. — Ser traída pelo seu marido? Ou ser enganada pela irmã que você sempre protegeu e confiou?
Minha mão apertou a taça com força.
— Esse é o seu plano? — Um sorriso irônico surgiu nos meus lábios, mas senti o tremor sutil em minha voz. — Usar minhas mágoas para me ferir ainda mais?
Os olhos de Daimon brilharam em resposta, dilatando as pupilas, se inclinando para frente, seu corpo enorme dominando o espaço entre nós.
— Não, humana. — Sua voz desceu um oitavo, profundo e grave.
Sua respiração quente contra minha pele, os olhos marcados cintilaram com uma intensidade opressora me fazendo prender o ar.
— Tenho planos maiores para você!
— Me diga de uma vez, Daimon. — Estalei a língua propositalmente.
Ele semicerrou os olhos, seu olhar se tornando mais perigoso. Eu sabia que chamá-lo pelo primeiro nome era ousado. Ainda assim, algo dentro de mim queria provocá-lo.
“Excitante e perigoso.”
Engoli em seco. Desde que cruzei meu caminho com Daimon Fenrir, meus pensamentos vinham se tornando cada vez mais intensos.
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