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A Proposta do Sr. Bennett romance Capítulo 13

Alex

Assim que adentro a minha cobertura, a encontro mergulhada em um mar de silêncio que é quebrado apenas pelo som das minhas pegadas firmes riscando o piso de mármore polido. Com a minha cabeça povoada em questionamentos distorcidos começo a andar em círculos pela ampla sala de estar, que tem as janelas abertas, deixando entrar o vento morno da madrugada. A cidade lá embaixo pulsa em vida, indiferente à inquietação que me domina.

— Qual é o seu maldito problema? — resmungo irritadiço.

A voz arranhando a minha garganta. Contudo, vou até o bar de canto e sirvo uma dose tripla de uísque. —

Eu aceitei todas as exigências ridículas daquele contrato. Um ano inteiro preso a uma união forçada. Sem uma cama aquecida. Sem o seu toque ou a ilusão de que o nosso amor pede ser reconstruído. Debaixo do mesmo teto. Isso é o mínimo. É o justo. Esse pensamento me faz parar a minha curta caminhada e esvazio o meu copo ao menos sem saborear a minha bebida.

— Ela precisa desse casamento. E precisa dessa herança. Por quê? — murmuro, encarando o meu próprio reflexo no vidro do bar de canto. — No entanto, ela disse que não.

Aperto o vidro transparente copo vazio entre os meus dedos.

— O que você está tentando provar, Elena? Que tem controle dessa situação? Que consegue me dobrar com suas cláusulas ridículas?

Respiro fundo. Largo o copo na bancada de vidro do balcão e me deixo cair no sofá, encarando o teto em seguida. Sinto o cansaço cobrar as longas horas de trabalho e de insônia, dominado por sentimentos que sequer consigo nomear.

… Alex?

… Hum?

… Você já parou para pensar no futuro?

A sua voz ecoa doce dentro dos meus ouvidos.

… às vezes. Por quê?

Ela me beija.

… Eu penso sempre no futuro.

Elena sorri inocente para mim. Tão linda e tão meiga.

… Um dia vamos nos casar. E morar em uma casa grande e muito, muito linda. E teremos uma linda menina.

… Uma menina?

… Você prefere um menino?

Dou de ombros e a puxo para um beijo longo.

… Uma mini Elena correndo pela nossa casa seria ótimo.

Comento e volto a beijá-la.

Puxo uma respiração alta, quebrando essa linda lembrança.

— O que houve com você? — inquiro baixinho. — Por que tanta raiva? Não pode ser porque a deixei naquele quarto, certo? Com certeza algo mais aconteceu depois disso.

… “A outra metade das empresas, ações e bens associados serão deixados para Aurora. Uma garota linda e fascinante que o destino colocou no meu caminho, e que com ela, trouxe a luz que me permitiu ver com mais clareza.

Aurora. Tudo isso é por você. Mas quem é você de fato?

Meu olhar se estreita e repasso mentalmente cada reação de Elena durante a leitura do testamento. O silêncio dela durante a leitura daquele trecho. A respiração que ela prendeu. Os olhos que se desviaram dos meus como se quisesse se esconder.

… Isso não faz sentido, Simon. Teria que ser algo bem mais complexo que isso.

… Como o que? Uma gravidez?

Merda!

— Você tem noção de que horas são? — Ela grunhe e imediatamente os meus olhos sobem para encontrar os seus. Tão arredios e tão desafiadores.

— Me desculpe! — me pego dizendo. — Eu sei que já está tarde…

— Muito tarde! — rebate irritada. — Já passam das duas da manhã.

— Eu já pedi desculpas — retruco.

— O que você quer? Por que está aqui?

— Eu… tenho uma proposta, Elena. — Ela franze o cenho, cansada.

— Achei que ela já tivesse encerrado esse assunto.

— Ok, sobre as cláusulas. Elas são absurdas.

Elena cruza os braços e isso dá ênfase aos seus seios. Mordo a parte interna da minha boca para abafar um grunhido.

— Mas eu tenho uma contraproposta. — Ela ergue as sobrancelhas e aguarda. Limpo a garganta. — Tudo bem um casamento por contrato. O lance da partilha do quarto e da cama. Eu aceito tudo isso.

— Mas?

— Eu faço questão de estarmos sobre o mesmo teto.

Elena abre a boca para protestar, mas eu não permito.

— Eu entendi que isso é importante para você. Eu não sei os seus motivos. Conheço bem a sua família e a sua vida…

— Você não sabe nada sobre mim! — Ela range entre dentes e eu fecho os olhos para não perder a paciência.

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