– Atílio, Atílio por favor acorde! – Eu acordei, com Lupe me dando uma forte sacudida e desesperada me chamando aos gritos.
– O que aconteceu? – Perguntei ofegante e suando frio, segurei seu rosto tentando acamá-la e me acalmar também.
– Você estava me apertando muito forte Atílio, mas não falava nada que eu pudesse entender. Estava dormindo?
– Me perdoe por te dar esse susto, meu amor. Eu tive um pesadelo terrível!
Abracei ela tão forte, parecia que o mundo queria arrancá-la dos meus braços. Amélia chegou e poucos segundos depois Leandro, não tínhamos o costume de trancar a porta do quarto ,pois é era claro que Amélia não iria nos vigiar, mas depois do pesadelo que tive eu percebi que agora havia mais um homem em casa.
– O que está acontecendo? Ouvimos os gritos. – Leandro perguntou aflito.
– Foi apenas um susto, estamos todos bem. – Cobri a nudez parcial de minha esposa com o braço, Leandro percebeu meu desconforto ao ter alguém a nos olhar.
– Perdoem-me por ter entrado assim, achei que pudesse ser uma emergência. Com licença! – Leandro saiu constrangido.
Amélia ficou ali parada esperando nossas explicações.
– O que aconteceu Lupe?
– Não me ouviu dizer que tive um pesadelo Amélia? – Respondi irritado com a pergunta.
– Eu te ouvi filho, mas quero ouvir dela.
– Sim Amélia, Atílio teve apenas um pesadelo e fiquei muito assustada. – Guadalupe ainda tremia em meus braços.
Eu não podia acreditar que Amélia, a mulher que trocou minhas fraldas estava duvidando de minha palavra.
– Vou deixar os dois a sós, tenho que terminar de preparar o café da manhã.
– Eu já vou descer para te ajudar. – Guadalupe disse se acalmando aos poucos.
Perto dali...
Leandro desceu as escadas, pensando na visão de Guadalupe seminua tendo os seios censurados apenas pelo braço de Atílio. Deu um sorriso e parou um instante, se lembrou do compromisso com Luíza...não poderia deixar a garota sem ilusões de ter algo com ele.
Amélia passou por ele e indagou.
– Tenho estranhado essa sua disposição para acordar tão cedo, me lembro que Atílio e você só se levantavam da cama com uns bons beliscões.
– Para ver como mudamos com o tempo, Atílio se tornou um homem de família. – Ele sorriu ao se lembrar das travessuras dos dois.
Eles conversavam enquanto desciam as escadas.
– Você também pode se tornar um homem exemplar, ter uma família e prosperar por aqui.
– Ainda não sei Amélia, preciso desfrutar da vida um pouco mais antes de me amarrar com um matrimônio a alguém.
Os dois chegam na cozinha.
– Achei que tivesse gostado de Luíza. – Amélia sorriu para ele.
– E gostei sim, ela é uma graça de garota.
– Mas não o suficiente para levá-la a sério, parece que estou ouvindo Atílio uns poucos meses atrás falando de Guadalupe.
– Acha que a história vai se repetir comigo? – Leandro sorriu ao perguntar.
– Creio que as chances são enormes.
– Pois eu a desafio Amélia!
Amélia sorriu, a mesma dose de soberba e orgulho de Atílio estava em Leandro, Luíza precisava ser astuta como a amiga foi e saber lidar com aquele homem cujas intenções não eram boas para com ela.
Ele ficou na cozinha vendo Amélia preparar o café da manhã e tentar convencê-lo de que o casamento era um passo fundamental para a vida de qualquer pessoa.
– Já que está aqui, me ajude a levar esse bolo para a sala de jantar. – Amélia deu a ele uma bandeja, Leandro a pegou meio desajeitado.
Ele sorriu e os dois foram.
Ainda no quarto...
Guadalupe se levantou, Atílio se sentia angustiado por aquele sonho. A abraçou forte segurando seu rosto junto ao dele.
– Jure para mim, que me deu de verdade o seu perdão e que nunca vai me trair princesa.
– Foi com isso que sonhou Atílio?
– Sim, sente meu coração? – Ele pegou a mão dela e colocou sobre seu peito desnudo.
– Ele bate forte, como o meu.
– Se um dia eu perder você, quero que ele pare!
– Não diga uma loucura como essa, Deus pode te castigar. E por falar em Deus, temos que frequentar a missa...estou em dívida com ele por tudo de maravilhoso que tem acontecido entre nós. – Guadalupe sorriu.
– Sim iremos a missa todos os domingos.
Os dois tomaram um banho juntos, fizeram amor rapidamente e se arrumaram para o café da manhã.
Na sala de jantar.
– Não precisa esperar por eles, e você deve estar ansioso para levar o cavalo de volta a Luíza.
– Faço questão de esperar meus anfitriões Amélia, e além do mais já devem estar descendo. – Leandro sorriu ansioso e querendo logo que que os dois se juntem a eles.
– Já chegaram. – Amélia anunciou.
– Acho que quase nada cheira tão bem, quanto os bolos de Amélia. – Atílio suspirou fundo sentindo aquele doce aroma pelo ar.
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