Alguns dias depois...
Guadalupe
Assinei os papéis da separação, pedimos ao tabelião para que fizéssemos isso em salas separadas. Atílio pediu para não me ver neste dia e o pedido foi aceito, assinei e fui para casa chorar até meus olhos secarem.
Era o dia do meu casamento, tantos sentimentos me amarguravam o coração. Lembranças dos dias tão felizes que tive ao lado de Atílio e do quanto eu estava nervosa no nosso grande dia, não estava feliz ao dizer sim a ele, mas conforme os dias passaram eu compreendi o quanto o me fazia bem estar com ele por que eu já sentia amor.
Mais uma vez minha mãe estava ali comigo, me ajudando a colocar o vestido. A cerimônia seria realizada aqui mesmo, na casa dele e eu pedi que apenas a família estivesse comigo. Não sei se Jamile e Gabriel virão aqui, em respeito a Atílio e nem mesmo Sebastião que era um dos padrinhos.
Me casar contra a vontade de todos não estava sendo fácil.
– Você está muito bonita filha! – Ester diz para Guadalupe.
– Obrigada mamãe, por estar aqui me dando a sua força apesar de tudo.
– Estou ao seu lado, sempre. – Ester pega na mão da filha e Célia as avisa sobre a chegada dos convidados.
– Todos os convidados já estão esperando e o padre já chegou.
– Eu já vou. – Guadalupe diz e a mãe pergunta.
– Tem certeza?
– Meu coração diz sim e não ao mesmo tempo mãe, mas esse bebezinho que está lá embaixo, precisa de mim e ele já me ama como eu o amo também.
– Que Deus te abençoe e que você possa ser feliz Lupe.
Fomos para a sala, ouvi vozes conhecidas e tinha que pelo menos tentar sorrir.
– Você está lindíssima! – Igor a elogiou tocando delicadamente sua mão.
O padre não celebraria a nossa união como um casamento formal, para o catolicismo as pessoas só se casam uma vez na vida perante Deus. Então ele nos daria uma benção, ele fez as orações e simbolicamente Igor colocou a aliança em mim e eu nele.
Pela primeira vez me tocou como mulher e surpreendeu-me com um beijo na boca.
– Um brinde a minha família! – Igor levantou uma taça ao dizer.
Recebi alguns abraços enquanto a minha mãe ficou com Benjamin.
– Sabe que sempre terá sua velha casa esperando por você. – Leonel fala entristecido e Guadalupe responde.
– Sim papai, eu agradeço a minha mãe e ao senhor por tudo.
Nos abraçamos forte.
– Saiba que eu desejo que você seja feliz Guadalupe. – Luíza disse, mas dentro de seu coração duvidava.
– Obrigada, Jamile e Gabriel?
– Desculpe Lupe, eles não vieram. – Sebastião respondeu.
Almoçamos todos, havia música e muita fartura. Depois que minha mãe foi embora e boa parte dos convidados também, pois o silêncio estava invadindo aos poucos aquela casa.
– O patrão pediu para que a senhora beba isso. – Nádia entrega uma xícara para Guadalupe e a jovem pergunta.
– E o que é?
– Apenas um chá, típico de minha região. O sabor pode não ser dos melhores, mas deve tomar isso ao menos uma vez na semana. – Igor ajudou a levar a xícara mais rápido até a boca dela, não podia falhar.
Não questionei nada, apenas tomei tudo de uma vez e o sabor era terrível.
– Célia, cuide de Benjamin! – Igor pediu.
– Sim senhor.
Igor pegou em minha mão e sei que me levava para o quarto, ouvi a porta se fechar. Um medo invadiu meu corpo e eu quis chorar, mas não posso fazer isso.
– Eu sei que pode parecer diferente estar com outro homem Lupe, mas vai se acostumar pouco a pouco.
Enquanto falava, ele retirava meu vestido pouco a pouco. Até que eu estava sem nada e Igor me levou para sua cama, seus beijos eram diferentes o cheiro não era o mesmo e nem o toque das nossas peles.
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