Além do horizonte romance Capítulo 47

Alguns dias depois...

Guadalupe

Assinei os papéis da separação, pedimos ao tabelião para que fizéssemos isso em salas separadas. Atílio pediu para não me ver neste dia e o pedido foi aceito, assinei e fui para casa chorar até meus olhos secarem.

Era o dia do meu casamento, tantos sentimentos me amarguravam o coração. Lembranças dos dias tão felizes que tive ao lado de Atílio e do quanto eu estava nervosa no nosso grande dia, não estava feliz ao dizer sim a ele, mas conforme os dias passaram eu compreendi o quanto o me fazia bem estar com ele por que eu já sentia amor.

Mais uma vez minha mãe estava ali comigo, me ajudando a colocar o vestido. A cerimônia seria realizada aqui mesmo, na casa dele e eu pedi que apenas a família estivesse comigo. Não sei se Jamile e Gabriel virão aqui, em respeito a Atílio e nem mesmo Sebastião que era um dos padrinhos.

Me casar contra a vontade de todos não estava sendo fácil.

– Você está muito bonita filha! – Ester diz para Guadalupe.

– Obrigada mamãe, por estar aqui me dando a sua força apesar de tudo.

– Estou ao seu lado, sempre. – Ester pega na mão da filha e Célia as avisa sobre a chegada dos convidados.

– Todos os convidados já estão esperando e o padre já chegou.

– Eu já vou. – Guadalupe diz e a mãe pergunta.

– Tem certeza?

– Meu coração diz sim e não ao mesmo tempo mãe, mas esse bebezinho que está lá embaixo, precisa de mim e ele já me ama como eu o amo também.

– Que Deus te abençoe e que você possa ser feliz Lupe.

Fomos para a sala, ouvi vozes conhecidas e tinha que pelo menos tentar sorrir.

– Você está lindíssima! – Igor a elogiou tocando delicadamente sua mão.

O padre não celebraria a nossa união como um casamento formal, para o catolicismo as pessoas só se casam uma vez na vida perante Deus. Então ele nos daria uma benção, ele fez as orações e simbolicamente Igor colocou a aliança em mim e eu nele.

Pela primeira vez me tocou como mulher e surpreendeu-me com um beijo na boca.

– Um brinde a minha família! – Igor levantou uma taça ao dizer.

Recebi alguns abraços enquanto a minha mãe ficou com Benjamin.

– Sabe que sempre terá sua velha casa esperando por você. – Leonel fala entristecido e Guadalupe responde.

– Sim papai, eu agradeço a minha mãe e ao senhor por tudo.

Nos abraçamos forte.

– Saiba que eu desejo que você seja feliz Guadalupe. – Luíza disse, mas dentro de seu coração duvidava.

– Obrigada, Jamile e Gabriel?

– Desculpe Lupe, eles não vieram. – Sebastião respondeu.

Almoçamos todos, havia música e muita fartura. Depois que minha mãe foi embora e boa parte dos convidados também, pois o silêncio estava invadindo aos poucos aquela casa.

– O patrão pediu para que a senhora beba isso. – Nádia entrega uma xícara para Guadalupe e a jovem pergunta.

– E o que é?

– Apenas um chá, típico de minha região. O sabor pode não ser dos melhores, mas deve tomar isso ao menos uma vez na semana. – Igor ajudou a levar a xícara mais rápido até a boca dela, não podia falhar.

Não questionei nada, apenas tomei tudo de uma vez e o sabor era terrível.

– Célia, cuide de Benjamin! – Igor pediu.

– Sim senhor.

Igor pegou em minha mão e sei que me levava para o quarto, ouvi a porta se fechar. Um medo invadiu meu corpo e eu quis chorar, mas não posso fazer isso.

– Eu sei que pode parecer diferente estar com outro homem Lupe, mas vai se acostumar pouco a pouco.

Enquanto falava, ele retirava meu vestido pouco a pouco. Até que eu estava sem nada e Igor me levou para sua cama, seus beijos eram diferentes o cheiro não era o mesmo e nem o toque das nossas peles.

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