NARRADORA
"Zeraphina, ou você vem agora mesmo ou vou te buscar! Afaste-se desse filhote estranho!!"
Sua mãe rugia para ela, mas não era Zeraphina quem não queria ir embora!
"Ahh, menino lindo, me solta logo ou eu vou te morder! Minha mãe está muito brava, ela pensa que você quer me machucar, tá? Seja um bom filhote e me deixa ir!"
Zeraphina queria chorar sem lágrimas.
Ela se remexia nos braços de Aidan, que a segurava como se fosse um gatinho de estimação.
Zeraphina era forte, mas não queria machucá-lo. Entendia que ele só estava tentando protegê-la, sem entender nada da situação — e realmente, era isso.
Aidan estava entrando em pânico.
Via apenas um grupo de monstros peludos, com grandes presas à mostra, rosnando e cercando-o em um círculo que se fechava cada vez mais.
Principalmente uma delas, diferente das outras, maior e mais agressiva, de pelagem branca.
Ele olhava frenético, tentando achar uma rota de fuga. E então, um cheiro conhecido atingiu seu nariz, fazendo-o suspirar de alívio.
Ilia estava apreensiva. O que segurava sua filha parecia ser um filhote — mas um filhote estranho, que ela nunca tinha visto antes, de nenhuma tribo.
Ela olhava ao redor, assustada.
Estavam perto do território de uma família Drakmor que dominava aquela região. Ilia podia sentir o cheiro forte, a qualquer momento poderiam ser atacadas.
Mas ela não percebia que o cheiro agressivo vinha, na verdade, de um cadáver entre a vegetação.
Não queria ferir aquele filhote estranho, apenas recuperar sua filha. Quando decidiu dar o salto para cercá-lo, uma barreira de chamas altas surgiu, a fazendo recuar imediatamente.
Feiticeiros na floresta?
O pânico apertou seus corações e as leoas rugiram de raiva, prontas para lutar.
"Zeraphina!!"
Ilia lançou seu último aviso, e a filhote, ao ver as chamas também, entendeu que as coisas tinham ficado sérias.
Com o coração apertado, mordeu levemente a mão de Aidan, que a soltou num reflexo dolorido.
Antes que a parede de fogo se fechasse completamente, a pequena leoa saltou, caindo do outro lado e se refugiando no grupo de guerreiras do seu clã.
— Aidan! Você está bem? — Dalila chegou correndo, abraçando-o e o examinando rapidamente.
Notou as feridas e o sangue seco manchando suas roupas rasgadas, mas parecia nada grave.
Theo havia voltado para seu interior ao perceber que um adulto havia chegado.
— Estou bem, vovó, mas a coisinha fugiu... Temos que resgatá-la!
Ele apontou além das chamas, onde olhos felinos dourados os observavam com agressividade.
— Não acho que ela esteja em perigo, acho que somos nós que devemos nos preocupar.
Dalila sentia um certo receio. Estavam em um território estranho e selvagem.
Sentia a hostilidade dessas feras douradas. Espera... seriam os chamados Homens-Bestas?
Os dois grupos se observavam através do fogo, avaliando quem viraria as costas primeiro.
No fim, as leoas decidiram recuar.

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