Raven
Não me resta outra opção a não ser segui-los. Pelo caminho, não encontro mais ninguém para pedir ajuda.
A verdade é que sei que estou me metendo numa situação perigosíssima, mas agora não tenho tempo de analisar nada. Só consigo pensar em, pelo menos, saber o que vão fazer com ela e para onde pretendem levá-la.
“Raven, estou muito cansada e estamos longe demais da matilha” — já estamos correndo há um bom tempo, e a noite caiu sobre nós.
É claro que Sena está exausta, afinal perseguimos três machos fortes e musculosos por toda a floresta.
Quando achei que não conseguiríamos mais, eles finalmente pararam, perto de um riacho.
Se transformaram e começaram a improvisar uma espécie de acampamento.
Parece que já se sentem seguros o suficiente pra até se darem ao luxo de pescar e acender uma fogueira.
Colocaram Amalia sentada no chão, amarrada a uma árvore, e ela já estava começando a reagir.
Imagino que tenha sido drogada.
“Raven, esses homens são… são eles!” — e é claro que eu também os reconheci quando tiraram as máscaras.
Eram os que andavam com aquele tal de Marshall. Os abusadores da Diana. Eles não faziam parte dos guerreiros da matilha também? Agora já não tenho certeza.
— Vocês… o que acham que estão fazendo?! — escuto a voz fraca de Amalia, e espiamos escondidas atrás de alguns arbustos distantes.
— Ora, ora, a Bela Adormecida acordou — um daqueles sádicos respondeu — a princesinha da ‘Tundra Nevada’, Lady Amalia — disse com deboche evidente.
— O que vocês querem de mim? Se estão pensando em ameaçar meu irmão, saibam que ele não vai cair nas chantagens de vocês — ela os enfrentou, mas, pra falar a verdade, em vez de medo, ela dava pena, com aquele corpo tão pálido e frágil.
— Vamos ver, querida. Me pergunto o que o grande Alfa Walker estaria disposto a sacrificar pela vida da sua adorada irmã… talvez seu precioso posto? — outro deles falou com desprezo.
— Meu irmão vai acabar com vocês! Quando souber que estou sumida, ele vai vir atrás de mim e ele…
— Cala a boca! — deram um tapa tão forte nela que a cabeça dela bateu contra a árvore.
Sua boca começou a sangrar, e a bochecha ficou inchada e vermelha. Ele deve ter batido com muita força, aquele animal.
“Raven, não… o que a gente pode fazer? Eu não devia ter aceitado essa loucura. Nem consigo mais contatar o Alfa, estamos longe demais… e você e eu somos só uma Omega pequena…” — Sena tentava me aconselhar em pensamento, enquanto meu sangue fervia por dentro.
Mais uma vez, essa situação… ver e não poder fazer nada.
— Desgr4çados… — escuto Amalia amaldiçoando, fraca, quase sem forças.
— Poupe suas forças e suas pragas, querida, você vai precisar delas mais tarde — um deles se aproximou e passou a mão nojenta pelo rosto dela, mas Lady Amalia tentou resistir e se afastar.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: ALFA RAVEN de Escrava a Rainha