ALFA RAVEN de Escrava a Rainha romance Capítulo 71

Cedrick

Olhei pra multidão reunida lá embaixo, com expressões de espanto, incredulidade e indignação.

Eu sabia muito bem pra quem era direcionado todo aquele ódio, e de quem estavam culpando por toda essa situação.

— Hoje eu cumpro com as consequências de ter ofendido um dos membros do conselho, o Ancião Maior Ronan! — minha voz de Alfa calou imediatamente o burburinho de toda a matilha.

— E como Alfa de vocês, serei o primeiro a dar o exemplo. Vou receber 10 chicotadas, pra que no futuro, quando for preciso punir os culpados de qualquer outro crime, ninguém diga que o Alfa é um tirano que abusa do próprio cargo! Tragam o chicote!

E me ajoelhei de frente pro meu povo como nunca antes.

A maioria começou a protestar, dizendo que não era justo, que eu não precisava ser punido, que um pedido de desculpas já bastava.

O alvoroço foi tanto que o velho Ronan, se fazendo de bonzinho, disse que o castigo não era necessário, que aceitaria apenas um pedido de desculpas meu e da minha Luna.

Sempre dando um jeitinho de reforçar, com palavras “cuidadosas”, que eu tinha sido envenenado pelos sussurros da Raven no meu ouvido.

— Pega logo esse maldito chicote, guerreiro Ronan! Ou você faz isso, ou que faça seu filho! Não era você que se dizia tão ofendido no conselho dos anciãos? Agora não me venha com frescura!

— Mas, Alfa...

— Pega esse chicote duma vez, caralh0! — rugi com uma raiva absurda, e não me importei se alguns tiveram que se transformar nos seus lobos pra se proteger da minha força.

Ele mentir e tentar me manipular na minha frente era o que mais me enfurecia.

Vi quando o filho dele, Marshall, deu um passo à frente e pegou o chicote.

Olhei nos olhos dele, mas ele baixou a cabeça. Tem coragem de cobiçar o meu trono, mas não tem peito pra encarar meu olhar.

— Começa! — me virei pra multidão, com a camisa arrancada e os músculos das costas tensos, esperando pela dor dilacerante.

Zás! Veio o primeiro golpe. Rápido e cruel. As pontas com esferas de metal cravaram na minha pele, rasgando e abrindo a carne.

O sangue escorria pelas minhas costas. Esse era um castigo que poucos aguentavam. Porque esse chicote era especial.

O dano que se via na pele nem chegava perto do estrago que fazia por dentro.

O impacto ia destruindo músculo, tendão, osso, até os órgãos.