Raven
— Ssss, calma, Luna, eu não vou te machucar. Não grite, senão os guerreiros na porta vão saber que estou aqui — sussurra o Beta tapando minha boca, me olhando com aqueles olhos escuros como abismos, mas eu não estou muito convencida.
— Me desculpa pelo que aconteceu ontem à noite, eu realmente sinto muito, foram ordens do Alfa. — De Cedrick? — Ele não queria que você visse o castigo.
«Awgwgga» Tento falar, perguntar preocupada por Cedrick e tirar a mão dele da minha boca.
— Luna, vou soltar você, por favor não grite. Se não confia em mim, confie no Cedrick. Ele mandou essa carta pra você — e vai tirando a mão da minha boca devagar, e mesmo tensa, esperando algum ataque repentino, decido dar um voto de confiança.
Eu sei que é meio burrice da minha parte, se o Beta quisesse me atacar, já teria feito isso há muito tempo.
— Por que não respondeu agora há pouco? Eu fiquei com medo! — confesso num sussurro.
— Você teria aberto se eu dissesse que era eu? E eu bati porque não queria entrar e te pegar desprevenida, mal vestida ou sei lá, alguma coisa que fizesse o Alfa arrancar minha cabeça depois — ele fala a frase mais longa que já ouvi sair da boca dele.
Juro que tem deboche nesses olhos negros. Maldito sabe-tudo.
— Você que procurou — reviro os olhos e paro de dar atenção.
Perdoo porque o coitado já foi vítima de vários dos meus desastres.
Pego com cuidado o envelope que ele me entrega e o examino.
Sei que é a letra do Cedrick, já o vi escrevendo no escritório. O Beta não está mentindo, e meus olhos começam a ficar vermelhos enquanto leio a carta.
Disfarço como posso meu momento emotivo, respiro fundo, absorvendo todas as palavras dele, e por fim, uma chama sai repentinamente da minha mão queimando completamente o papel pra não deixar provas.
Desde aquele dia em que incinerei aquele desgraçado, consigo controlar o fogo nas minhas mãos sem tanto esforço.
Ainda não consigo manifestá-lo em nenhuma outra parte do corpo, mas só o fato de conseguir nas mãos já é um grande avanço pra mim.
— Diz pra ele que pode contar comigo, que vou fazer o que ele pediu — respondo, e o Beta faz que sim com a cabeça.
— Ele está bem, não se preocupe. O Alfa é muito forte, deixa tudo nas mãos dele. Logo tudo vai se resolver — ele me assegura, e eu acredito nas palavras de alento dele.
Tem que se resolver… ou eu não sei o que vai ser da minha vida.

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