Antologia Erótica romance Capítulo 9

Esse conto contém privação de sentidos e BDSM, que pode ser incômodo para algumas pessoas.

- Sirva a mesa do canto.

- A mesa do canto? - olhei rápido para trás, uma mesa circular com um banco de couro era o lugar onde colocavam as pessoas importantes e com importantes quero dizer, que pagavam mais - não vai mandar uma das dançarinas?

- Pediram você - o patrão me deu as costas deixando a bandeja cheia sobre o balcão, quase uma dezena de copos de whisky.

O lugar era barulhento, música no modo slow tocava em alto-falantes em cada ponto do salão, além disso era escuro o que dificultava a tarefa de servir mesas. No geral todo mundo fazia a mesma coisa, limpar, servir e cobrar.

A diferença era muito simples, como em todo lugar no mundo, as mais bonitas ganhavam mais. Mais atenção, mais elogios, mais dinheiro, além da chance de subir no palco e tirar as roupas. Eu ansiava por isso, um desejo secreto de ser vista e causar euforia nos homens, fantasia que nunca ia realizar.

- Boa noite senhores - abaixei a bandeja e comecei a servir os copos, não foi difícil adivinhar, todos eram iguais, caros e fortes exceto por um, vodka barata com sal e limão, era do homem no centro, o mais rico e mais poderoso.

Poderoso o suficiente para não ter que compensar pedindo a bebida mais cara do lugar ou a dançarina mais bonita para lhe servir.

- Está como eu pedi? - sua voz era grave e apesar de parecer alta ele não fez muito esforço para falar, movendo sutilmente os lábios.

- Sim, eu imagino que sim, senhor.

- Augusto - ele sorriu - Prove - fez sinal para eu pegar o copo.

- Não bebo no trabalho, senhor. Desculpe, Augusto.

- Inteligente.

- Deseja mais alguma coisa?

- Sim - ele olhou para os homens à sua direita e sua voz ficou mais bruta - deixem ela sentar.

Engoli em seco, geralmente os homens mantinham distância das garçonetes, sabiam que mexer com qualquer garota que não estivesse no palco ou sem pagar adiantado, garantia uma surra atrás da boate.

Os dois homens se levantaram, olhei na direção do bar e o patrão assentiu, estava apreensiva mas me sentei mantendo uma certa distância.

- Sabe quem eu sou?

- Sim. Todo homem ou mulher da cidade conhece seu rosto - Augusto era um homem poderoso e extremamente perigoso.

- Ótimo. Então sabe que não posso confiar na bebida que você me trouxe, a menos que prove.

Hesitei, vodka não era para mim, sempre preferi algo mais frutado e espumante. Ele percebeu minha relutância e ficou sério, molhou o polegar na bebida e passou sobre meus lábios dvagar. Lambi o álcool na minha pele esperando que ele ficasse satisfeito, mas Augusto molhou o dedo novamente, ele todo dessa vez, e forçou nos meus lábios até tocar meus dentes me fazendo a abrir a boca.

Seu dedo tocou minha língua e eu fechei os lábios sugando a bebida nele, a forma que aquilo pareceu sexual me causou uma pequena euforia e acabei gemendo, era impossível ele ouvir com aquela música, mas poderia sentir a vibração da minha língua.

Abri os olhos devagar, minhas bochechas queimaram de vergonha. Augusto me olhava fixamente, ele se inclinou para falar no meu ouvido me fazendo arrepiar.

- Confia nos seus colegas de trabalho a ponto de provar a bebida mesmo com a possibilidade de estar envenenada?

O dono da casa era um maldito interesseiro, não perderia um cliente rico nem se esse matasse sua mãe.

- Sim, eu confio.

- E é só neles que você confia? - seu olhar passeava da minha boca para meus seios de forma provocante - Se eu lhe pedir para fechar os olhos?

Olhei em volta e os outros homens que estavam à esquerda de Augusto permaneciam entretidos com o show no palco mas me olhavam vez ou outra, os dois que haviam se levantado faziam o mesmo. Voltei meu olhar para Augusto que ainda esperava uma resposta e fechei os olhos.

Ouvi risadas contidas e ignorei, Augusto se agitou ao meu lado, pouco antes de eu sentir o tecido no meu rosto, cobrindo meus olhos. Respirei fundo, o medo e a apreensão tomando conta do meu corpo pouco a pouco.

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