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Após o Divorcio Meu Marido Se Arrependeu romance Capítulo 131

Helen sempre foi uma mulher de palavra.

Determinação era sua marca registrada. Quando dizia que ia devagar, era porque ia. Que ia dar espaço, respeitar o tempo, priorizar a reconstrução do relacionamento com Ethan. Que agora era diferente. Mais maduro. Mais sólido.

Mas ninguém avisou o corpo dela sobre isso.

Porque, por mais que sua mente fosse firme, o resto inteiro gritava por ele.

Era o olhar intenso dele ao acordar. A forma como sua voz ficava rouca ao sussurrar “bom dia”. Era a maneira como ele se arrastava pela casa apoiado na muleta, com o short de algodão baixo demais e a camiseta grudada no tórax. Era o cheiro, o sorriso, o toque suave no meio de uma conversa banal.

Ethan Carter era, atualmente, um atentado à estabilidade emocional e hormonal de Helen.

E o pior? Ele sabia.

Enquanto Helen enfrentava sua batalha silenciosa contra o desejo, Ethan passava sua manhã em casa, ou pelo menos tentava.

Sentado no sofá da sala, com a perna engessada apoiada sobre uma almofada decorativa (com pandas, cortesia de Zoe), ele bebia seu segundo café quando Liam apareceu carregando duas sacolas e o caos.

— Bom dia, inválido favorito da semana! — gritou, largando as sacolas sobre a mesa. — Vim salvar você da solidão.

— Não estou sozinho. — disse Ethan, sem tirar os olhos do jornal. — Sua namorada está aqui. O que significa que minha paz morreu às 7h43.

— E eu sou o quê? — Liam perguntou, já abrindo um pacote de pão de queijo.

— Um incômodo mais suportável. Porque pelo menos traz comida.

— Que romântico. — retrucou Liam, rindo. — E a Helen? Sobreviveu à noite?

Ethan olhou por cima do jornal com um sorriso sugestivo.

— Helen… quase perdeu a batalha.

Liam arregalou os olhos.

— Você tá me dizendo que, mesmo com a perna engessada, você tentou?

— Eu não tentei nada. — interrompeu Ethan. — Mas eu respiro, falo e sorrio. Isso já é suficiente pra ela querer pular em cima de mim.

Liam soltou um assobio.

— Isso é autoestima ou presunção?

— É a verdade. — disse Ethan, apoiando a cabeça na almofada. — Ela diz que quer ir devagar. Mas toda vez que me vê de short, ela gagueja. Ontem, ela ficou vermelha só em ver minha ereção matinal.

— EU NÃO PRECISAVA DESSA IMAGEM! — berrou Liam, cobrindo os olhos com as mãos.

— Você perguntou.

— Uma coisa é perguntar, outra é ouvir detalhes sobre o “monstro acordando”.

Ethan gargalhou, satisfeito.

— Monstro acordando. Essa é nova. Vou usar com ela.

— Ethan! — protestou o cunhado e amigo. — Deixa a pobre da Helen respirar. Ela está grávida. Deve estar com os hormônios à flor da pele!

— E o que eu faço se só de olhar pra ela com aquele pijama curto eu quase viro lenda urbana?

Liam jogou uma almofada nele.

— Vira monge, ué! Autoajuda, respiração profunda… j**a água fria!

— A única coisa fria aqui é a minha paciência. — resmungou Ethan, afundando no sofá. — Mas tudo bem. Se ela quiser ir devagar… eu espero. Nem que isso me mate aos poucos.

— E como anda as coisa na empresa? Meu pai toda vez muda de assunto quando pergunto.

— Está tudo indo bem. Seu pai tem ajudado bastante e o acionistas estão otimistas quanto aos acordos que você fez antes do acidente. Seu sogro também tem ajudado, até o Michael apareceu na empresa recentemente.

Ethan sentiu um frio percorrer a espinha ao ouvir o nome do primo de Helen.

— Agora falando sério, aquela surra que ele deu em você foi digna de cinema.

— Eu deixei ele me bater que isso fique registrado.

— Ah, tá certo, vou fingir que acredito.

— Não vejo a hora de tirar esse gesso e voltar a trabalhar. Ficar em casa sem fazer nada e sozinho é um tédio!

— Ora vai fazer palavras cruzadas.

— Vai você fazer palavras cruzadas! Agora me dá mais um pai de queijo desse que com Helen não posso comer bobagem.

— E o pior Tânia, ele fica excitado e faz questão de me deixar perceber.

— Como anda a ereção matinal?

— Gigante. Ontem por muito pouco em não mandei meu autocontrole pras cucuias e montei sobre ele.

Tânia colocou a mão sobre o coração.

— Helen. Amor. Escuta a sua amiga. Você precisa de um plano.

— Um plano?

— Se entrega e depois culpa os hormônios.

Helen arregalou os olhos.

— O quê?

— Hormônios da gravidez! Eles servem pra isso! Você chega nele, beija, morde, sobe, domina, e depois diz: “Desculpa, amor, culpa dos hormônios. Eu nem estava pensando direito.”

Helen começou a rir, escandalizada.

— Tânia! Você é um gênio do mal!

— Eu sou uma mulher prática. E, sinceramente, já passou da hora de você parar de sofrer. O Ethan está a um centímetro de te devorar com os olhos. E você… bom, seu corpo tá em erupção desde terça.

Helen respirou fundo, passando as mãos no rosto.

— Eu vou pensar no seu conselho.

— Não pense demais. Desejo não é inimigo do amor, Helen. Desejo também é cuidado. Também é entrega.

Helen olhou para a amiga com carinho. Sabia que ela estava certa.

E talvez, só talvez… naquela noite… o “devagar” ganhasse um novo ritmo.

Com a desculpa perfeita pronta na ponta da língua:

“Desculpa, amor… são os hormônios.”

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