O apartamento estava mergulhado em penumbra.
O sofá parecia ter sido moldado sob os corpos entrelaçados de Helen e Ethan, agora relaxados, ainda colados, ainda pegando fôlego do que havia acabado de acontecer. O silêncio era gostoso, quase sagrado. Só o som da respiração compassada, do coração desacelerando, e do sorriso que se formava naturalmente nos lábios dela.
Helen passou os dedos suavemente pelos ombros dele, traçando círculos preguiçosos na pele.
— Isso foi… — ela começou.
— A melhor fisioterapia da minha vida. — completou ele, com o rosto enterrado entre os seios dela.
Ela riu alto, jogando a cabeça para trás.
— Você não presta.
— E você gosta assim. — disse ele, mordiscando o queixo dela com carinho.
Ela se aconchegou melhor no peito dele, puxando a camiseta que ainda usava para baixo e cobrindo o corpo como se aquilo fosse suficiente para protegê-la de qualquer coisa que não fosse o toque dele.
Ethan se ajeitou, com a perna ainda erguida sobre a almofada, enquanto Helen deitou-se de lado, colando o corpo ao dele, com uma das pernas entrelaçada à dele. Os cabelos dela caíam em ondas sobre o ombro, e a respiração começava a dar sinais de que o sono estava chegando.
— Vou dormir aqui mesmo. — murmurou ela, com os olhos se fechando lentamente.
— No sofá?
— Uhum. Com você, com o seu cheiro. — ela sussurrou, sorrindo. — Tá tudo bem assim.
Ethan a observou em silêncio por alguns segundos, o peito subindo e descendo com tranquilidade… mas seus dedos, esses tinham ideias próprias. Deslizaram lentamente por baixo da camiseta de malha, encontrando a pele quente da cintura dela. Ele contornou com delicadeza, como se estivesse desenhando uma nova obra-prima com a ponta dos dedos, subindo até o centro das costas, depois descendo novamente para os quadris, apertando de leve.
Helen soltou um riso abafado, com os olhos ainda fechados.
— Ethan…
— Oi.
— Estou tentando dormir.
— Eu sei.
— E você está… acariciando minha alma com segundas intenções.
— Sua alma tá onde exatamente? — ele perguntou, fingindo inocência. — Porque minha mão tá só explorando as redondezas do paraíso.
Ela riu de novo, e dessa vez virou o rosto para ele, mas manteve os olhos fechados.
— Para. A gente já teve um momento, foi lindo, perfeito, incrível. Agora vamos dormir.
Ethan, com os olhos faiscando, inclinou-se e beijou o ombro exposto dela, roçando os lábios com ternura e desejo. Depois, sussurrou contra a pele quente:
— Ah não, chatinha… Eu quero mais. Muito mais.
Helen se virou bruscamente, os olhos agora bem abertos e arregalados.
— Você não cansa?!
— Eu esperei dias inteiros. Suportei o short cinza da tortura. Você andando pela casa de camisola, sentando no meu colo, me chamando de “meu amor” com essa voz que escorrega… e agora você quer que eu durma?
— Sim! Você tem uma perna quebrada!
— E outra completamente funcional. — retrucou ele, com um sorriso travesso. — E braços fortes. E um apetite que só aumentou depois dessa provinha.
Helen soltou uma gargalhada e socou o ombro dele, de leve.
— Você é um homem terrível.
— Terrivelmente apaixonado. — disse ele, deslizando a mão pela coxa dela. — E faminto por você.
Ela rolou os olhos, mas o sorriso era inevitável. Virou-se, apoiou o corpo sobre ele e sussurrou contra a boca dele:
— Você disse “só mais uma vez”. — sussurrou ele, a boca agora beijando o ombro dela. — Mas você me conhece. Eu sou ambicioso e bastante guloso.
A mão dele, atrevida e sedutora, desceu para os glúteos dela, deslizando por baixo da camiseta. Ele apertou de leve, depois contornou com os dedos a intimidade já molhada.
Helen soltou um suspiro entrecortado e enterrou o rosto na curva do pescoço dele.
— Você é terrível. — murmurou.
— Terrivelmente apaixonado por você. — rebateu ele, com aquele sorrisinho sacana na voz.
A mão agora deslizava pela parte interna da coxa, subindo com lentidão, apenas com a parte de trás dos dedos, fazendo com que ela se contraísse, sentindo o calor subir pela espinha como eletricidade líquida.
— Vai dizer que seus hormônios ainda estão dormindo? — ele provocou.
Helen se virou com dificuldade, até ficar de frente para ele. Os olhos, antes sonolentos, agora queimavam, sua respiração já estava acelerada. Ela subiu em cima dele outra vez, deitando sobre seu peito, as pernas de cada lado da cintura dele.
— Eles acabaram de acordar. — respondeu, com um sorriso malicioso. — E estão com fome.
Ethan mordeu o lábio inferior, a mão subindo de novo por dentro da camiseta até alcançar os seios dela. Ele passou o polegar sobre um dos mamilos já rígidos, e Helen soltou um gemido abafado, inclinando-se para beijá-lo.
— A gente não vai dormir hoje, né? — sussurrou ela contra a boca dele.
— Eu disse que queria mais. Muito mais. — respondeu, antes de puxá-la para outro beijo — faminto, intenso, feroz.
E assim começou tudo outra vez. A noite não era mais noite. Era chama, carne, entrega. E no meio do caos de prazer e amor, Ethan ainda encontrou fôlego para rir, ofegante:
— Eu sabia… que sua alma morava sob essa camiseta.
Helen, sobre ele, apenas sorriu com os lábios trêmulos e sussurrou:
— E agora ela é toda sua.

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