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Após o Divorcio Meu Marido Se Arrependeu romance Capítulo 135

O sol filtrava-se pelas cortinas da sala em tons dourados, pintando o sofá com luz morna e suave. A manhã chegava com preguiça, como se também ela quisesse dar aos dois mais algumas horas juntos antes que o mundo lá fora exigisse movimento.

Helen foi a primeira a abrir os olhos. Ainda estava sobre Ethan, o rosto enterrado no peito dele, o coração descansando ao som da respiração tranquila que fazia seu corpo subir e descer num ritmo hipnotizante.

Ela sorriu sozinha.

Como era possível sentir tanto por alguém?

Passou os dedos com delicadeza por cima da costura da camiseta que ele usava agora esticada, marcada pelos amassados da noite anterior. As coxas ainda coladas às dele, a pele ainda sensível nos lugares onde os toques haviam deixado rastros.

Ela estava exausta e absolutamente feliz.

— Tá me olhando desse jeito por quê? — murmurou Ethan, com a voz rouca de sono, com os olhos ainda semicerrados.

Helen ergueu a cabeça e apoiou o queixo sobre o peito dele.

— Porque você é bonito até dormindo. E irritante até acordando.

— Confesso que prefiro quando você diz “delicioso”. — disse ele, com um sorriso preguiçoso.

— Só uso esse adjetivo depois da segunda xícara de café. — retrucou ela, piscando.

— Então vou precisar te conquistar de novo, é isso?

— Você já me tem.

— Então me deixa conquistar sua boca. E depois… talvez mais algumas partes. — respondeu, deslizando as mãos pela cintura dela, ainda sob a camiseta.

Helen riu, mas arqueou uma sobrancelha quando sentiu a mão quente se mover de novo.

— Ethan…

— Ah, eu só tô fazendo carinho. — ele murmurou, fingindo inocência.

— Sua mão está acariciando minha bunda.

— E ela gosta. — disse ele, espalmando de leve.

— Você tem um problema. — respondeu, deitando-se ao lado dele, ainda abraçada.

— Tenho sim. E tem nome. Helen.

Ela gargalhou e cobriu o rosto com a mão.

Ficaram ali, deitados no sofá que agora mais parecia território sagrado, enrolados no cobertor que Ethan puxara em algum momento da madrugada. Os corpos aquecidos pela presença um do outro, o mundo inteiro resumido naquele canto de aconchego.

— Você sabe que não tem mais volta, né? — disse Helen, depois de um tempo. — Que agora somos nós três. Sempre.

Ethan virou-se de lado e tocou o ventre ainda discreto dela com carinho.

— Não quero voltar. Eu só quero ir pra frente. Com você e com nosso bebê.

Ela suspirou, deixando-se aninhar no peito dele outra vez.

— Isso aqui… é tudo o que eu sempre quis.

— E você é tudo o que eu sempre precisei. — respondeu ele, beijando o topo da cabeça dela. — E se tiver café… eu posso até levantar.

— Eu faço café. — disse Helen, já se sentando. — Mas só se prometer que vai parar de olhar pra minha bunda enquanto caminho.

— Impossível. — respondeu ele, já com os olhos brilhando. — Sua bunda é uma obra de arte em movimento e eu sou só um humilde apreciador.

Helen levantou e caminhou até a cozinha, rindo, enquanto ele a acompanhava com o olhar apaixonado, sim, mas também completamente rendido à mulher que agora era tudo.

Minutos depois de deixar a sala no andar, Ethan Carter caminhou com calma até a cozinha da cobertura. Cada passo exigia atenção; a muleta sob o braço direito era sua companheira silenciosa desde o acidente. A recuperação estava sendo mais lenta do que gostaria, mas ele não se importava, não hoje, não agora.

O aroma do café fresco invadiu seus sentidos antes mesmo de ele atravessar a porta. Havia também cheiro de pão na chapa, manteiga derretendo, e alguma mistura com baunilha… ou talvez fosse só ela. Helen tinha esse dom de perfumar o ambiente só com a presença.

Quando empurrou a porta e viu a cena diante de si, o ar ficou mais leve. E ao mesmo tempo, mais denso.

Helen, vestindo aquela camiseta cinza folgada, a mesma que havia usado na noite anterior e que, de algum modo mágico e provocador, conseguia ser mais erótica do que qualquer lingerie, dançava pela cozinha como uma garota em um mundo só dela. Seus pés deslizavam descalços no piso claro, os quadris balançando sutilmente, como se seguissem a batida de uma música invisível que só ela ouvia. Havia algo de hipnótico na forma como ela mexia a colher na caneca, como se estivesse regendo uma orquestra imaginária.

Ethan parou na porta, apoiando-se no batente com um meio sorriso nos lábios e um brilho nos olhos que só ela conhecia.

— Você começou, dançando desse jeito… quase me matou, mulher. A visão da camiseta cinza, sua bunda redonda, você sem calcinha e o cheiro de café? Minha mente explodiu.

Helen escondeu o rosto no peito dele, rindo como uma menina.

— Você é impossível.

— Não, eu sou um homem traumatizado, debilitado, com necessidades emocionais e físicas… e com uma esposa deliciosa. — Ele fingiu uma voz dramática. — Pense nos meus hormônios em crise, Helen.

Ela ergueu o rosto, rindo alto.

— Drama não combina com você, Sr. Carter.

— Combina sim. Principalmente quando preciso convencer minha esposa a me dar banho.

— Ah, então é disso que se trata? — Ela cruzou os braços, arqueando uma sobrancelha. — Você quer que eu te ajude no banho?

— Exato. Por… questões médicas.

— Claro. Você mal consegue se abaixar, não é?

— Isso. E eu queria muito lavar… você sabe… áreas específicas. — Ele fez uma cara cínica. — Mas minha mão direita tá dolorida.

Helen tentou manter a seriedade, mas falhou miseravelmente.

— Você é um caso perdido.

— Mas sou o seu caso perdido. — disse ele, estendendo a mão boa.

Ela olhou para ele por um instante, depois caminhou até o lado dele e segurou a mão, sorrindo.

— Então vamos, Sr. Carter. Te ajudo no banho. Mas só se prometer se comportar.

— Nunca.

Ela o puxou pela mão, e os dois desapareceram pelo corredor, entre risos, provocações e a certeza reconfortante de que, mesmo depois de tudo, o amor deles só continuava mais vivo e mais quente a cada dia.

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