Após o Divorcio Meu Marido Se Arrependeu romance Capítulo 19

Zoe estacionou o carro com mais força do que pretendia, sua raiva ainda fervia sob a pele. Ela não conseguia tirar da cabeça a cena de Miranda se aproximando delas com aquele maldito sorriso presunçoso, humilhando Helen sem sequer precisar levantar a voz. O pior foi ver a dor estampada no rosto da cunhada, mesmo quando ela tentava disfarçar.

Assim que entrou em casa, encontrou Ethan no hall de entrada, ajustando o paletó. Ele parecia prestes a sair, segurando uma pasta de documentos.

— O que você tá fazendo aqui? — perguntou Zoe, cruzando os braços.

— Vim deixar um documento pro papai assinar, ele tá no escritório. — respondeu, mas logo estreitou os olhos, analisando o semblante da irmã. — O que houve? Você tá com uma cara péssima.

Zoe bufou, largando a bolsa sobre o sofá com irritação.

— O que houve? Aquela sua maldita amante, ela é o problema!

Ethan franziu a testa imediatamente.

— O que tem a Miranda?:

Zoe passou as mãos pelos cabelos, tentando conter a raiva antes de explodir.

— Eu e Helen estávamos almoçando, e aquela cobra apareceu do nada, foi até nossa mesa com aquela pose nojenta dela e disse, na cara da Helen, pra você ligar pra ela porque tinha uma surpresa para você. — Zoe parafraseou a palavra surpresa encarando o irmão nos olhos.

O rosto de Ethan endureceu na hora.

— O quê?!

— Isso mesmo que você ouviu. Ela fez questão de provocar. Helen ficou arrasada, e em vez de ir pra empresa depois do almoço, preferiu ir direto pra casa.

Ethan ficou calado por um segundo. Não gostou da postura de Miranda, mesmo os dois tendo um caso, ele sempre deixou claro para a amante que apesar de tudo, Helen era sua esposa. Passou as mãos pelos cabelos e fechou os olhos por uns segundos tentando organizar os pensamentos.

— Onde Helen está agora? — perguntou, com a voz grave.

— Já disse, em casa.

Ethan não pensou duas vezes. Nem se despediu de sua irmã, pegou as chaves do carro, saindo pela porta, deixando a irmã para trás, que apenas suspirou, cruzando os braços.

— É bom que você faça algo certo dessa vez, Ethan. — murmurou para si mesma antes de ir até a cozinha pegar um copo d’água.

Ethan dirigia com as mãos firmes no volante. Ele amava Miranda, mas estava irritado com o que ela havia feito com Helen. Lembrou de ontem e de tudo o que Helen disse, de ouvir ela chorando baixinho e da promessa que fez a si mesmo de não magoá-la mais.

O celular vibrou no console do carro, e ao bater os olhos na tela, viu o nome na tela e sem hesitar, pegou o telefone atendendo com a voz carregada de irritação:

— Miranda?

— Amor?

Ethan parou o carro e suspirou fundo. Estava com raiva do que Miranda tinha feito, mas ouvir a voz de Miranda sempre mexia com ele.

— Amor… Só queria saber se recebeu meu recado?

Ele riu, mas sem humor e finalmente falou:

— Porque fez isso Miranda?

— Porque fiz o que?

— Se aproximou de minha mulher?

— Sua mulher?

— Você sabe que Helen é a minha mulher.

— Pensei que quem fosse sua mulher fosse eu, afinal é comigo que você trepa, não é mesmo?

Ethan fechou os olhos tentando se controlar. Detestava esse lado vulgar de Miranda.

— Está defendendo demais ela para o meu gosto!

— Por acaso está com ciúmes?

— Você sabe que morro de ciúmes de você.

Ethan sorriu, mesmo com o coração apertado.

— É uma pena… — disse com um tom provocativo. — Você ia gostar da surpresinha.

— Surpresinha?

— Mas tudo bem. Nos falamos depois.

Ele desligou o telefone e ficou alguns segundos em silêncio, o celular ainda em mãos, os olhos fixos no nada. Sentia o peito apertar de saudade de Miranda, o corpo clamando por sua presença, pelo riso, pelo toque, pela certeza de que tudo ia ficar bem.

Mas ao mesmo tempo… a imagem de Helen surgiu em sua mente.

A dor nos olhos dela.

O silêncio.

O jeito como saiu do quarto naquela noite.

Ele precisava acertar as coisas.

Ligou novamente o carro, girando a chave com um suspiro pesado, e seguiu pelas ruas quase vazias.

Ia para casa.

Ia tentar conversar com Helen, pedir desculpas, esclarecer tudo… mesmo que isso significasse mergulhar em uma conversa que talvez o obrigasse a encarar verdades que vinha evitando.