Ethan ficou em silêncio, mas sua mente estava um caos absoluto. O que Helen havia dito o deixou pensativo.
Será que ele realmente amava Miranda? Ou será que um dia sequer a amou?
Desde o último encontro deles, ele não pensava mais nela com frequência. Na verdade, o nome que sempre dominava seus pensamentos ultimamente era Helen, mas, e se ele estivesse confundindo tudo? E se esse sentimento fosse apenas uma ilusão passageira, algo que, no fim, só magoaria os dois? E ainda havia um detalhe que o incomodava profundamente: Helen amava incondicionalmente alguém.
Ethan sentiu um aperto estranho no peito e sua mente foi inundada por várias perguntas:
Quem era esse homem?
Ele a amava também?
Ela apenas esperava o término do contrato para poder correr para ele?
Aquele pensamento o sufocou de uma maneira que ele não conseguia explicar. Levantou a mão até a gravata e a afrouxou, como se precisasse de ar. Helen, que observava atentamente cada mudança em seu semblante, percebeu e perguntou com a voz carregada de preocupação:
— Ethan… está tudo bem?
Ela estava sentada confortavelmente na poltrona à sua frente, ele desviou o olhar para a esposa ignorando sua pergunta e se levantou caminhando até ela, pegando sua mão. Helen arregalou os olhos com o contato inesperado, mas não resistiu. De repente, estava sendo puxada para o sofá. Antes que pudesse questionar o que ele estava fazendo, Ethan se jogou no sofá e deitou a cabeça em seu colo, fazendo Helen paralisar.
— O-O que você pensa que está fazendo? — sua voz saiu trêmula, surpresa.
Ethan fechou os olhos e murmurou preguiçosamente:
— Estou cansado. E já que estou aqui… nada melhor do que usar o seu colo como travesseiro.
Helen soltou uma risada incrédula.
— Você é muito mimado, sabia?
— Mimado? Eu? — ele resmungou com os olhos ainda fechados. — Hum… cafuné gostoso… não para, chatinha… e não… dona Amélia nunca me mimou… Você… é uma chatinha mesmo…
Helen sorriu, incapaz de resistir e sem perceber, seus dedos começaram a deslizar pelos cabelos loiros dele, afagando os fios macios. A respiração de Ethan foi ficando mais calma e então, o silêncio.
Helen olhou para baixo e percebeu que ele havia dormido. O peso do seu corpo parecia confortável ali. Ela balançou a cabeça, rindo baixinho e sussurrou para si mesma:
— Ethan, você sempre me põe em cada uma…
Suspirou e puxou o celular do bolso da saia, discando o número de sua assistente.
Ethan resmungou baixinho, com sua voz rouca e carregada de sono:
— Que pernas desconfortáveis…
Helen congelou por um segundo. A princípio, quis se desculpar por tê-lo acordado, mas assim que processou o que ele disse, seu lado orgulhoso entrou em cena. Ela arqueou a sobrancelha e cruzou os braços, com a expressão do seu rosto fingindo irritação e disse:
— Abusado! Se acha isso, por que não procura outro par de pernas para dormir?
O tom era de irritação, mas no fundo, ela estava longe de estar brava e Ethan percebeu isso. Ainda de olhos fechados, sorriu de canto e o movimento não passou despercebido por Helen, afinal, ele estava tão perto que o sorriso dele tocou sua coxa e o arrepio que percorreu seu corpo foi imediato. Ela tentou ignorar, mas seus batimentos estavam fora de controle, respirou fundo e resolveu retrucar a malcriação do marido:
— Por que está rindo, seu manhoso? — ela franziu a testa.
Ethan abriu um dos olhos, preguiçosamente e respondeu:
— Porque, às vezes, você me faz rir com tão pouco.
Helen prendeu a respiração.
Por um segundo, sentiu como se o tempo tivesse parado. O sorriso de Ethan ainda estava ali, suave, verdadeiro e então, veio aquela sensação quente, aquele calor envolvente, que a fazia perder o ar, mas ela precisava se conter, o que quer que estivesse acontecendo entre eles… Estava ficando perigoso e ela não sabia se queria parar.

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