Após o café da manhã mais provocante da viagem, e talvez da vida, Ethan e Helen resolveram aproveitar a tarde livre antes do próximo compromisso. Moscou se estendia diante deles como um cenário de filme: cúpulas coloridas, ruas cobertas de neve e um ar gélido que contrastava violentamente com o calor latente entre os dois.
Vestidos com casacos elegantes e óculos escuros que não escondiam os olhares cúmplices, saíram para explorar a cidade com um guia particular que os levava em um tour privado.
Mas, desde o momento em que Ethan segurou a mão dela no carro e a beijou ali mesmo, com o motorista tentando fingir que não via nada pelo retrovisor, Helen já sabia que não seria um dia exatamente “cultural”.
— Eu juro que estou tentando prestar atenção no que ele diz sobre a arquitetura barroca russa. — disse Ethan, inclinando-se para sussurrar no ouvido dela durante a visita ao Museu Pushkin. — Mas esse seu casaco aberto demais está exigindo toda a minha concentração.
Helen soltou uma risada baixa e intencionalmente afastou o cachecol, revelando um pouquinho mais do decote do suéter de lã.
— Concentre-se. Você prometeu ser um turista exemplar hoje.
— Turista, sim. Exemplar… só no quarto.
— Ethan!
— O quê? Estou só dizendo a verdade. Essa calça justa sua está me punindo por pecados que eu nem cometi ainda.
— Ainda? — Helen levantou uma sobrancelha, provocativa. — Você planeja cometer muitos?
— Com você do meu lado, sempre. — disse ele, apertando levemente a cintura dela.
As provocações continuaram durante o almoço num bistrô charmoso, com paredes de tijolinhos e aquecedores embutidos. Sentaram-se próximos demais para um casal comportado. As mãos de Ethan estavam sempre em movimento: ora segurando a coxa dela sob a mesa, ora traçando círculos com o polegar sobre a pele coberta da mão dela.
— Chatinha, se você souber como estou aqui vai querer voltar para o hotel agora mesmo. — falou pegando a mão de Helen e colocando sob sua ereção.
— Você está impossível hoje. — disse ela, quase se engasgando com o vinho.
— Eu sou um homem faminto.
— Você acabou de comer três pratos.
— Fome de outra coisa, amor. — disse ele, com o olhar quente como o vapor que saía da caneca de café.
Quando saíram do restaurante e se dirigiram ao local do evento corporativo que Ethan teria naquela noite, Helen achava que o clima ia esfriar. Afinal, agora era terno, saltos altos e rostos sérios. Reunião de gala com empresários russos, coquetéis intermináveis e frases ensaiadas.
Mas, claro, Ethan não seria Ethan se não tornasse tudo uma tentação.
Ela entrou no salão usando um vestido vermelho de veludo justo ao corpo, com uma fenda generosa e decote nas costas. Os olhos de Ethan cravaram nela no segundo em que ela desceu os degraus, e se não fosse o protocolo, ele a teria jogado contra a parede ali mesmo.
— Você está tentando acabar com minha reputação de CEO frio e centrado. — disse ele, pegando a taça de champanhe da bandeja de um garçom sem desviar os olhos do corpo dela. — Olha só isso. Esse vestido devia ser ilegal. Em três países, pelo menos.
— Você acha mesmo que alguém vai prestar atenção em você esta noite? — ela provocou, pegando a própria taça. — Eu sou apenas o adorno sexy do CEO arrogante. A esposa troféu.
— Minha esposa troféu tem uma mente brilhante e pernas que mereciam um prêmio. — Ethan se aproximou, baixo. — E você não faz ideia do quanto estou me segurando para não subir essa fenda com a mão agora mesmo. Queria ver a calcinha pequena e safada que você está usando.
— Quem disse que estou usando calcinha?
Ethan se engasgou com o champanhe e praguejou.
— Puta que pariu mulher agora vou ficar com o pau duro a noite toda!
Helen corou, mas o olhar dela cintilava de desafio.
— E completamente obcecado por você. Também serve?
Mais tarde, de volta ao hotel, entraram na suíte já rindo.
— Eu nunca mais vou conseguir ir a uma reunião séria com você sem lembrar do banheiro masculino do salão B. — disse ela, tirando os brincos.
Ethan trancou a porta e encostou nela com um olhar faminto.
— Eu me segurei a noite inteira.
— Parabéns, autocontrole ativado.
— Mas agora… — ele pegou-a no colo de surpresa, fazendo-a soltar um gritinho. — Agora acabou o protocolo.
— Está com sorte que eu não arranque esse vestido com os dentes.
— Drama.
— Realidade. Você tem três segundos para correr.
Ela riu, mordendo o lábio.
— Eu já estou onde quero estar, senhor Carter.

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