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Após o Divorcio Meu Marido Se Arrependeu romance Capítulo 89

O caos ainda pairava no ar.

Helen estava afundada na cadeira giratória, tentando respirar normalmente após ser diagnosticada por Simone e Tânia com “Síndrome de Posição Executiva Irresistível”. A amiga e a secretária, por sua vez, ainda estavam rindo tanto que pareciam ter feito abdominal.

— Gente, pelo amor de Deus, chega! — Helen choramingava, cobrindo o rosto. — Daqui a pouco alguém da auditoria entra achando que tem uma rave aqui dentro.

— Helen… — disse Tânia, segurando a barriga. — Eu juro, a frase “Eu só fui revisar o relatório” nunca mais vai ter o mesmo significado pra mim.

Simone, recostada na parede com o crachá torto, completou:

— E agora que sei que vocês usaram o botão “sala do pânico” pra trancar a porta, só posso concluir que essa firma virou um filme pornô corporativo.

— Simone! — Helen espiou entre os dedos.

— O quê? Tô falando sério. A próxima reunião com investidores vai ter trilha sonora e luz de LED.

Foi nesse exato momento, com o clima no auge da gargalhada e zero compostura no ambiente, que a porta se abriu lentamente.

Sem bater.

Sem anunciar.

Ethan Carter entrou.

Vestido impecavelmente com terno escuro, gravata azul-marinho ajustada ao nó, cabelo penteado de forma que parecia não ter passado por uma sessão de sexo alucinante minutos antes (o que era impressionante, diga-se de passagem).

A sala mergulhou num silêncio tão abrupto que até o ar pareceu se esconder.

Simone endireitou-se num susto, como uma criança pega mexendo no pote de biscoitos. Tânia paralisou com o copo de café a meio caminho da boca, congelada na posição de quem estava prestes a soltar mais uma piada suja.

Helen… bem, Helen desejou evaporar.

— Senhoras. — disse Ethan, com um leve sorriso e um tom cortês, como se tivesse entrado em uma sala de reuniões séria e não no camarim das Loucas do Amor CEO Edition. — Interrompi alguma coisa?

— Não! — gritaram as três ao mesmo tempo, como se fossem culpadas de um assalto à mão armada.

Ethan arqueou a sobrancelha. O olhar passeou sutilmente pelo trio, parando um segundo a mais em Simone, que estava tão vermelha quanto um tomate em pleno verão.

— Eu só vim me despedir. — disse ele, caminhando até Helen com calma. — Tenho uma reunião longa agora à tarde. Provavelmente vou sair só no fim do expediente. Não vou conseguir almoçar com você.

Helen engoliu em seco e assentiu, com um sorriso tão forçado que parecia ter sido construído em PowerPoint.

— Tudo bem… sem problema.

Ethan inclinou-se e depositou um beijo suave na testa dela. Um gesto simples, casto. Mas que carregava o peso de uma memória erótica coletiva.

— Não me espere, ok?

— Uhum.

Ele se virou, fez menção de sair… e então parou.

Parado à porta, com uma das mãos no bolso, ele olhou por cima do ombro. O sorriso surgiu devagar. Aquele sorriso, o mesmo que Helen sabia ser um aviso de “vou te derrubar com uma frase”. E ele o fez.

— A propósito… não foi só na mesa. — disse casualmente. — Também usamos a cadeira e o banheiro.

Simone deixou cair a prancheta e Tânia engasgou com o café.

Helen arregalou os olhos tão rápido que quase perdeu os cílios postiços.

— E vai começar no elevador, aposto. — Tânia completou.

Helen cobriu o rosto com as mãos.

— Minha reputação foi oficialmente enterrada sob os escombros do banheiro da presidência.

— Errado. — Simone apontou. — Sua reputação agora é: a mulher que conseguiu deixar Ethan Carter louco o bastante pra fazer amor no escritório, com tapete de pelúcia e tudo. Isso não é vergonha, é conquista.

Helen deu um suspiro teatral.

— Eu juro, não achei que ia precisar de um plano de contenção de crises sexuais.

— E eu juro que agora preciso marcar sessão de terapia pra processar tudo isso. — disse Tânia, ainda ofegante.

Simone se levantou e foi até a porta.

— Eu vou sair antes que ele volte e diga que também usaram a bancada da recepção. Não tenho estrutura emocional pra isso.

Tânia acompanhou, parando na porta e olhando para Helen uma última vez:

— Você é um ícone. Um monumento ao prazer funcional. Uma CEO da luxúria empresarial. Nunca mude.

Helen apenas ergueu a mão em um tchau fraco.

Quando a porta se fechou, ela ficou sozinha.

A sala em silêncio. O coração ainda acelerado. E um sorrisinho bobo escapando nos lábios.

Porque, no fundo… ela amava aquilo tudo. Nunca iria imaginar que estaria vivendo esse sonho ao lado de Ethan. Levou a mão aos olhos enxugando as lágrimas que caiam do rosto e sentiu um frio percorrer a espinha. Será que ele e Miranda terminaram o romance? Será que tudo isso era real ou apenas desejo? Não ia deixar sua insegurança se apossar, aproveitar esse momento e viver.

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