O relógio marcava 22h17 quando Ethan e Helen finalmente entraram no quarto depois de um dia cheio. Entre reuniões, provocações e um jantar regado a confissões (algumas mais indecentes que outras), o clima entre os dois estava carregado de desejo, risos e expectativa
Helen estava deitada no meio da cama, com os cabelos soltos e uma camisola de seda preta que dizia: “estou me esforçando pra ser romântica, mas a qualquer momento posso montar em você”. Ethan, de pé ao lado da cama, apenas a observava, ainda com camisa social e calça, mas com os olhos já queimando.
— Vai ficar me olhando ou vai fazer algo a respeito? — Helen perguntou, com um sorriso preguiçoso e provocador.
— Tô processando. — ele respondeu. — Tipo: o que fiz na vida pra merecer esse milagre estendido na minha cama?
Ela ergueu uma sobrancelha.
— E eu aqui achando que você ia começar com “tira a calcinha”.
— É que ainda não consegui decidir se vou te fazer rir primeiro ou gemer. — Ethan respondeu, tirando a camisa com uma lentidão proposital.
Helen mordeu o lábio.
— Você acha mesmo que vai me deixar nervosa só por tirar a camisa devagar?
Ele se aproximou, subiu na cama e ficou de joelhos diante dela, as mãos nas próprias calças.
— Acho que posso te deixar de joelhos só com um sussurro.
— Promessas, promessas…
Ethan se inclinou até o ouvido dela e murmurou:
— Hoje você não vai dormir sem gritar meu nome. E sem pedir bis.
Helen estremeceu.
— Ok… isso teve efeito. Tô oficialmente ameaçada.
Ele começou a descer a calça. Lento e controlado.
Helen olhou, analisando.
— É agora que o milagre aparece? Ou preciso acender uma vela?
Ethan parou, encarando-a e disse com a calma de um CEO muito confiante:
— Não precisa vela. Você vai acender sozinha.
Helen abriu a boca pra responder… mas parou.
Porque Ethan tirou a cueca.
E ela, que até então estava com tudo sob controle, soltou um:
— Caralho.
— Desculpa, repete?
— Eu disse que você podia ser usado como molde anatômico. Ou arma de guerra. Tanto faz.
Ele riu, subindo nela com o corpo quente e o sorriso mais cafajeste do mundo.
— Quer fazer uma inspeção mais detalhada?
— Eu quero uma medalha por sobreviver a isso.
— E você vai ganhar.
Ele a beijou com força, mas quando a mão dele escorregou pela coxa dela, Helen soltou um gritinho.
— Ai! Espera! Meu músculo tá tenso! A lasanha do jantar ainda não desceu!
Ethan caiu de lado na cama, rindo alto.
— Você vai mesmo cortar o clima por causa da digestão?
— Acontece! Eu sou uma mulher real! — ela respondeu entre risos. — Eu sou sexy até certo ponto. Depois disso, começa o refluxo.
— Ok. Então vamos com calma. Clima sexy em ritmo de gente adulta com metabolismo cansado.
Ele a beijou no pescoço. Helen fechou os olhos, voltando a entrar no ritmo.
— Assim tá bom…
— Tá confortável?
— Tá.
— Quer água?
— Ethan.
— Sim?
— Eu vi você. E isso já é o paraíso. — Ethan murmurou, beijando sua testa.
Silêncio as respirações desacelerando, até que…
— Ethan?
— Hum?
— Você trancou a porta?
— …não.
— ZOE TEM A CHAVE RESERVA.
Eles se sentaram ao mesmo tempo.
— EU OUVI BARULHO! — gritou uma voz do outro lado do apartamento.
— NÃO ABRE A PORTA, ZOE! — Helen gritou de volta, se enrolando no lençol.
— VOCÊS ESTÃO TRANSANDO? EU SÓ VIM PEGAR MEU CARREGADOR!
— VAI EMBORA! — Ethan berrou. — JÁ TE COMPRO OUTRO!
— VOCÊ TÁ PELADO? AÍ MEU DEUS, VOCÊ TÁ PELADO!
Helen já estava rolando na cama, gargalhando.
— EU VOU TRAZER ÁGUA BENTA NA PRÓXIMA VISITA! — gritou Zoe, antes de bater a porta da sala e sumir.
Ethan encarou Helen.
— A gente precisa mudar a fechadura.
— A gente precisa mudar de país.
— E parar de transar com a porta destrancada.
— Nunca vai acontecer.
Eles riram e se abraçaram. E dormiram assim: nus, enrolados, e sabendo que eles eram feitos de fogo, riso e a certeza de que, juntos, até o caos era perfeito.

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