Era sábado de manhã, e a cidade ainda dormia enquanto o sol se esgueirava pelas frestas das cortinas. Helen despertou antes do despertador. Despertou com um beijo na nuca, uma mão quente deslizando pelas curvas da cintura e um sussurro que arrepiou até a alma.
— Bom dia, senhora Carter.
Ela virou de lado e encontrou Ethan já acordado, apoiado no cotovelo, olhando para ela com aquele sorriso de quem planejava pecados antes do café.
— Você tem algum botão interno que te ativa no modo “devasso” sempre que o sol nasce?
— Só quando acordo ao lado da mulher mais gostosa do planeta.
— Você precisa ser multado por excesso de testosterona. — ela murmurou, mesmo sorrindo.
— Você precisa ser multada por dormir com essa camisola. Eu quase morri durante a madrugada com vontade de levantar e te virar de bruços.
Ela riu, enrolando-se mais nos lençóis.
— E por que não fez?
— Porque eu respeito seu sono. Mas agora que você está acordada…
— Ethan…
— O quê?
— A gente tem que levantar. Temos um almoço às 13h com seus pais, lembra?
— A gente tem duas horas. Eu só preciso de uma.
— Uma hora?
— Ok. Quarenta minutos. No máximo.
— Você é impossível. — ela disse, virando-se de costas e indo em direção ao banheiro, o robe deslizando pelos ombros com naturalidade felina.
Ethan a observou caminhar, cada passo uma sentença. Cada balanço de quadril, uma tentação.
Ele levantou.
— Você vai pro banho? — perguntou, entrando atrás dela.
— Sim. E antes que pergunte: sim, eu quero companhia.
Ethan sorriu. Um sorriso lento. Um pouco perverso. Inteiramente apaixonado.
A água quente escorria sobre os corpos, misturando vapor e desejo. Helen estava de costas para ele, as mãos contra o azulejo úmido, e sentia cada gota de água ser superada pelo calor das mãos dele que a tocavam com uma delicadeza firme, como quem conhece e domina cada centímetro da pele.
Ele a beijava no pescoço, na nuca, nos ombros, enquanto o corpo rígido colava contra as costas dela. As mãos deslizavam por suas coxas e quadris como se a moldassem.
— Você já teve alguma fantasia que nunca me contou? — ele perguntou, com a boca roçando sua orelha.
Ela arqueou levemente o corpo, surpresa com a pergunta.
— Por que quer saber?
— Porque você é boa demais em me provocar. E eu fico me perguntando se não tem alguma coisa que você ainda não me deixou descobrir.
Ela sorriu. Um sorriso provocador, travesso, com um leve toque de vergonha.
— Talvez eu tenha uma.
— Hm. — ele mordeu de leve o lóbulo dela. — Já estou louco.
— Mas é meio ousada.
— Eu já transei com você no elevador. No banheiro de um restaurante em Moscou, e quase no estacionamento da empresa. Me define “ousada”.
Ela virou-se devagar, de frente pra ele, com os cabelos molhados e os olhos faiscando.
— Eu tenho essa fantasia de ser pega. Não vista. — ela sussurrou. — Ser tocada por você num lugar público… quase descoberta… onde o risco aumenta o prazer.
— Vai planejar um crime?
— Vai ser um escândalo muito bem orquestrado. Prometo.
— Promete que vai me tocar em um lugar indevido?
— Prometo te fazer gozar onde ninguém mais nunca imaginaria.
— Agora essa é a minha nova fantasia.
— Então já pode deixar marcada na agenda: próxima semana… risco público.
Helen riu e o beijou com fervor.
Mais tarde, já vestidos e prontos para o almoço, estavam no carro quando Helen cruzou as pernas lentamente no banco do passageiro.
— Está confortável? — ele perguntou.
— Totalmente. Aliás, esqueci de colocar calcinha. Acho que você deveria saber.
Ethan deu uma freada leve no sinal vermelho e virou a cabeça devagar.
— Helen…
— Sim?
— Se você quiser mesmo almoçar com minha mãe e meu pai, vai parar com essa provocação agora. Senão eu vou fazer um desvio e estacionar num lugar mais… adequado à sua ousadia.
— E se for isso que eu quiser?
— Mulher, você vai me levar à ruína.
— E você vai amar cada segundo disso.

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