Resumo do capítulo Capitulo 2 de As duas faces do meu chefe
Neste capítulo de destaque do romance Romance As duas faces do meu chefe, Mainy Cesar apresenta novos desafios, emoções intensas e avanços na história que prendem o leitor do início ao fim.
Ao chegar em casa a primeira coisa que faço é gritar o nome de Ellen alegremente e rapidamente vejo uma figura assustada surgir na porta da cozinha. O lenço colorido marrado em seu cabelo sempre deixa seus cachos no alto da cabeça ainda mais charmoso. Ellen é uma negra linda, de olhos castanhos claros e mais de um metro e setenta de altura, sendo sincera eu serei eternamente grata pela ajuda que ela tem me dado nesses últimos meses.
-O que está acontecendo? –Pergunta assustada.
-Fui promovida a secretaria pessoal do senhor Drevitch. –Jogo meus braços para cima pulando de alegria.
O choque da notícia fica estampado nos olhos castanhos de Ellen, mas logo a felicidade vem átona e quando vemos estamos nos abraçando empolgadas.
-Eu não acredito. Como você conseguiu esse cargo tão almejado? –Pergunta surpresa e ansiosa.
-Agora não precisamos mais nos preocupar com nossas dívidas. –Respiro aliviada e mais do que animada.
-Mãe. -Daisy corre em minha direção se jogando em meus braços.
Aproveito o momento para pega-la no colo e enche-la de beijinhos no rosto, minha menina já estava grandinha e segura-la no colo era uma tarefa árdua.
Seus cabelos acastanhados exalam o cheiro delicioso do seu shampoo de frutas das princesas da Disney.
-Hum que cheirosa. –Esfrego meu rosto em seu pescoço fazendo-a rir.
-Tia Ellen acabou de me dar banho porque eu estava brincando com o Bob lá fora.
Bob é um Basse branco mesclado de marrom, preto e cinza que adotamos ao vê-lo machucado na rua depois de ser atropelado por um motoqueiro. O homem não prestou os devidos socorros ao pequeno animal e comovida com o pequeno cãozinho o adotamos.
-Você precisa secar esses cabelos mocinha. –Ellen faz cocegas na barriga de Daisy que se contorce rindo.
-Hoje você não apertou o Bob? –Pergunto curiosa.
-Não, a tia Ellen disse que se eu apertasse ele iria me morder de novo. –Ela faz bico me fazendo rir enquanto caminhamos para a cozinha.
-Isso mesmo ele não gosta de ser apertado. –Ellen diz.
-Mas ele não queria brincar comigo. –Ela faz uma carinha de triste se sentando na cadeira.
-Mas você não pode apertar ele porque ele não quer brincar filha. Se você fizer isso ele nunca mais vai querer brincar com você. Ele gosta de buscar a bolinha então porque você não joga a bolinha para ele buscar? –A observo curiosa.
-Eu gosto quando ele fica comigo. –Puxa a barra de chocolate que estava sobre a mesa pronta para abri-la.
-Somente depois que você jantar. –Deixo um beijo em sua cabeça pegando a barra de chocolate de suas mãos.
-Sua mãe tem razão, chocolate somente depois de comer todo o arroz e feijão. –Ele coloca o prato de comida em sua frente e convencida ela aceita sabendo que não teria outra escolha.
Ellen chegou ao Brasil a poucos mais de cinco meses e por não saber falar fluentemente o português teve dificuldades em arrumar um emprego. Como minha casa é grande para apenas duas pessoas e ela era uma amiga próxima de Jana nos Estados Unidos a convidei para morar comigo e em troca ela poderia olhar Daisy para mim.
Depois que consegui me estabilizar na empresa comecei a pagar os dias de Ellen com Daisy. Ela trabalha muito bem e ainda me ajuda com os serviços de casa que nem mesmo é sua obrigação. Para recompensa-la lhe dou uma quantia em dinheiro para que ela possa comprar suas próprias coisas.
Nesses últimos meses o português de Ellen melhorou consideravelmente, ela ainda enrola algumas palavras e troca alguns verbos, mas está se saindo muito bem. O que eu mais gosto é ouvir seu sotaque puxado.
Jantamos calmamente enquanto jogamos conversa fora e fazíamos planos com o aumento que eu iria ganhar. De começo eu gostaria de comprar uma fantasia da Elsa para Daisy, pois a meses ela vem me pedindo, mas o dinheiro curto e contado não permite que eu lhe dê, entretanto agora vou conseguir lhe presentear.
A outras coisas que preciso comprar para casa, como alguns utensílios para cozinha. Apesar de ter comprado uma casa em um bairro bom, o custo de vida no Rio é alto e a mobília da casa deixa um pouco a desejar, afinal gastei o dinheiro somente com o necessário, o resto guardei para a faculdade de Daisy já que ela não tem um pai que poderá lhe ajudar.
Minha mente vaga nas inúmeras possibilidades enquanto ajudo Ellen a retirar a mesa e lavo a louça que ficou. Como de costume ao terminar de lavar a louça pego as correspondências, um copo de suco e vou me sentar no sofá para relaxar e me concentrar. Passando algumas das correspondências percebo que a uma pendencia com a escola de Daisy e uma carta do banco em meu nome.
Achando estranho aquelas cobranças abro primeiro a da escola e sinto meu sangue ferver ao perceber que as parcelas estavam atrasadas desde que Ivan e eu terminamos e se eu não fizesse um acordo com a escola Daisy perderia a matricula e não poderia mais estudar ali até o valor ser quitado.
Ivan já não paga pensão e muito menos era um pai presente, o mínimo que ele poderia fazer era pagar a escola da própria filha, naquele momento sinto meu sangue ferver, mas com o aumento e boa conversa conseguiria resolver essa questão sem muitas dores de cabeça.
Esse novo emprego veio em uma ótima hora, pelo menos vou conseguir pagar as parcelas da escola sem problemas. Deixando aquele papel de lado abro o outro sem me importar muito, pois sabia que não deveria ser nada, mas ao terminar de ler a carta sinto meu sangue se esvair de meu corpo e tenho certeza que se eu não estivesse sentada estaria no chão agora.
Meu saldo estava negativo e constava um empréstimo absurdo em meu nome com parcelas atrasadas e aquilo me tira o chão.
Só podia ser uma grande e irritante brincadeira.
Sinto meus olhos pesarem com as lágrimas ao observar aquela carta e a ânsia toma meu estômago. Me lembro vagamente de assinar alguns papeis com Ivan dias antes do nosso termino e não posso acreditar que aquele empréstimo era real. A dívida exorbitante e a quantidade de juros que estava naquele papel fazia minha mente girar e minhas vistas embaçarem.
O valor era tão alto que girava em torno dos 300 mil reais e nem mesmo se eu trabalhasse minha vida toda conseguiria pagar aquela quantia em dinheiro.
O desespero e o ódio tomam conta de mim, além de ser traída e humilhada sou obrigada a pagar as contas daquele cretino? Como vou explicar minha situação para o banco? Eles não se importam se sou rica ou pobre eles só se importam em receber.
Eles também não se importam se Ivan está desaparecido ou sumido da cidade, na verdade eles não se importam com nada somente com o dinheiro.
Observo minha menina dormir calmamente e acaricio seus cabelos delicadamente enquanto ela dormia serenamente.
-Só você para me dar forças para seguir em frente. –Sussurro baixinho acariciando seus cabelos lisos feito os meus.
Desnorteada, mas um pouco mais conformada tomao um banho demorado para me livrar de toda a tensão do dia a dia. Saio do banho coloco um pijama fresquinho e me jogo na cama para tentar por um momento esquecer meus problemas, mas dormir pelo jeito seria a última coisa que faria naquela noite.
Toda a minha vida passa pela minha mente como um filme desde o momento em conheci Ivan até o dia da traição.
-Me odeio por ter amado tanto um homem como aquele.- Falo frustrada comigo mesma e imagens do senhor Drevitch toma minha mente.
Tentando retirar as imagens daquele homem dos meus pensamentos me reviro pela cama de um lado para o outro na tentativa de esquece-lo, mas era impossível já que ele era extremamente lindo e misterioso.
Drevitch na minha mente era relacionado a uma imagem boa já que ele me ofereceu um emprego melhor que mudaria a minha vida, e Ivan relacionado a uma imagem ruim que sempre destrói tudo de bom que acontece ao meu redor.
É a mesma coisa de relacionar o anjo ao demônio, com certeza Ivan era a pedra no meu sapato, melhor dizendo ele era a montanha inteira.
Apesar de todos os funcionários tratar Drevitch como um deus, algo naqueles olhos tempestuosos e calculistas me chamou a atenção, não sei ao certo o que pode ser, mas sei que por trás de toda aquela pose de indiferença ele esconde algo.
Passo toda noite em claro com meus conflitos internos entre quem é Layonel L. Drevith e como Ivan conseguia ser tão absurdamente cretino e cafajeste.
Na manhã seguinte percebo que não importa quanto tempo eu lute com minhas dúvidas internas ou crie soluções imaginarias, minhas dúvidas somente piorariam me deixando ainda mais decepcionada e magoada.
Com muito esforço me levante da cama sentindo todo o meu corpo dolorido, a cabeça pesada por ter chorado a noite toda e os olhos inchados. Lavo meu rosto e tomo um banho demorado, infelizmente as bolsas embaixo dos meus olhos estavam grandes e perceptíveis e acabo tentando esconde-las com uma maquiagem reforçada, mas nem mesmo os maravilhosos produtos da Mac resolveram meu problema.
Hoje seria o meu primeiro dia com o sr. Drevitch e todo o meu animo do novo emprego tinha ido por água abaixo com a maldita notícia da dívida de Ivan. Eu estava irritada, casada e com dor de cabeça, mas não podia descontar em ninguém e sorrir era primordial nessa situação.
Visto uma saia lápis cintura alta preta, uma blusa de cetim verde oliva manga curta devido ao calor e um salto agulha básico. Não estava animada para usar acessórios, mas ainda assim coloco uma pulseira e um anel para finalizar.
Ajudo Daisy a se arrumar para ir à escola e como sempre ela estava mais do que animada, não estava com fome por isso saio de casa após me despedir de minha menina e Ellen indo direto para o trabalho.
Não posso me atrasar, pois sei que o senhor Drevitch gosta de pontualidade. Ele é rígido com horários e isso serve como uma regra para a empresa em geral desde os primeiros andares até o último.
Ele é um homem controlador e enigmático apesar de muito gentil.
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