As duas faces do meu chefe romance Capítulo 5

Layonel Lincoln Drevitch

Me acomodo atrás da mesa de carvalho tomando uma boa taça de vinho seco tinto para acalmar meus ânimos e meu estado de espírito para essa tarde.

Eu amo essa empresa e dou minha vida por ela, é por isso que não tolero erros, mas sou eternamente grato aos meus funcionários que se dedicam ao máximo para manter tudo em perfeito funcionamento.

Infelizmente tive que dispensar minha secretaria pessoal, pois ela estava passando dos limites com suas provocações e insinuações explicitas.

É tolerável algumas insinuações, mas chegar em minha sala e encontra-la nua sobre minha mesa foi um certo choque. Obviamente amaria seguir meus instintos e dar a ela o que queria, mas por respeito ao meu pai que me ensinou muito bem a manter meu amigo comportado e respeitar o meu ambiente de trabalho pedi educadamente que se retirasse e passasse no RH.

Para ser sincero, ela não é o tipo de mulher que me chamava atenção, os ossos explícitos em sua pelve de certa forma me dá aflição e a impressão de que a qualquer momento ela poderia se quebrar como uma boneca de louça.

Apesar de muito linda e dedicada meu biótipo feminino é um pouco mais avantajado, mas mesmo se ela fosse assim não costumo me relacionar com funcionários da empresa. Claro que isso não é uma regra, mas não acho justo da minha parte usar de seu corpo sendo que ela não seria nada mais do que uma simples transa, mesmo sabendo que era isso que ela queria.

Degusto meu vinho deixando o líquido embalar minha língua e escorrer pela minha garganta retirando toda a tensão do meu corpo. Talvez um whisky seja mais apropriado para essa ocasião do que uma taça de vinho, mas para manter a compostura continuo com o vinho.

Solto pesadamente o ar dos meus pulmões sabendo que seria uma longa e cansativa tarde me preparo para a entrevista da nova secretaria.

Meu pai tinha que resolver se aposentar e deixar a liderança para mim? Eu realmente amo essa empresa, mas gosto de ficar nos bastidores. Odeio ser visto. Odeio quando me reconhecem. Odeio os paparazzi, os ternos caros e os sapatos sociais apertados e lustrosos, mas sou obrigado a usa-los.

As gravatas e abotoaduras então eu prefiro não comentar, afinal na minha humilde opinião são um inferno na Terra.

Como pode existir coisas tão incomodas para um homem vestir? Não consigo me familiarizar à tudo isso e muito menos com as abotoaduras que me irritam a ponto de querer atira-las pela janela do último andar, mas educadamente uso pois são as exigências da moda para homens do meu perfil.

Um flash de memória me atinge e vejo meu pai repetindo sua famosa frase para mim como um mantra.

“Um empresário deve sempre andar bem vestido, nunca se sabe quando será flagrado em um de seus piores momentos.”

Sou obrigado a revirar os olhos ao me lembrar da sua voz grossa e autoritária me dando sermões enquanto sou obrigado a ouvi-lo em silêncio.

Respiro profundamente desfocando meus pensamentos desse assunto constrangedor e chato, pois sei que mesmo sem exigências do meu pai usaria os seus amados ternos e gravatas, afinal não tenho muitas opções, mas isso não vem ao caso.

Observando mais uma vez os currículos dispostos em minha mesa, mas me sinto realmente irritado por ser obrigado a selecionar uma nova secretaria inexperiente para o novo cargo que surgiu já que essa era uma função exclusiva do meu pai.

Viro a taça de vinho de uma nunca vez suplicando para que nenhuma delas venha até aqui com segundas intenções. Estou realmente atrás de uma funcionaria dedicada e que se concentre no trabalho não no chefe com bens matérias.

Dentre todas as fichas duas me chamou a atenção pela descrição que vieram de seus superiores, mas posso estar terrivelmente engando. Em todos esses anos trabalhando com meu pai aprendi que não se deve julgar o livro pela capa, mas todos nós sabemos que as vezes isso se torna impossível e inevitável.

Os incansáveis ponteiros do meu relógio indicam que estava chagando o momento daquela fatídica seleção e pacientemente espero cada uma delas chegarem e se acomodarem nas poltronas do lado de fora.

Amanda a secretaria geral (que no momento está fazendo o trabalho de secretaria pessoal) me avisa por telefone que podemos começar.

Sem mais demoras ou enrolações chamo a primeira jovem pelo nome.

-Lisa Solito.

Mais uma vez observo sua ficha e as suas boas indicações me agradam, mas hoje eu não estou atrás de um bom currículo e sim de um bom caráter.

A boa imagem que tenho de Lisa vai pro ralo quando vejo as roupas curtas que ela veste para uma entrevista de emprego.

Em primeiro lugar não tenho ideia de como ela consegue passar pela segurança com roupas como essas sem usar o uniforme padrão da empresa.

Faço uma anotação mental de exigir calças compridas para mulheres que trabalham aqui. Sem ser rude peço que se acomode na cadeira a minha frente e ela faz questão de exibir seus fartos seios siliconados para mim, tenho que admitir que são belíssimos, volumosos e tentadores, mas nem me dou o trabalho de continuar a entrevista sabendo que ela me daria futuras dores de cabeça.

Chamo uma a uma com a esperança de encontrar uma moça centrada, mas todas estavam interessadas no dinheiro que possuo e não no emprego.

A todas ofereço uma noite calorosa em minha cama e três delas sorriem esperançosas aceitando a oferta sem muito esforço. Uma delas nega o meu pedido, mas deixa a desejar em disponibilidade de horários para viagens de última hora.

Acabei sendo mais grosso do que deveria com algumas, pois não suporto a falta de respeito que elas têm consigo mesmo e acima de tudo, a falta de amor próprio que cada uma delas detinham.

Por fim chego a última candidata e sinceramente estava afim de dispensa-la antes mesmo que entrasse. Nem mesmo as ótimas qualidades citadas pela sua superior me animavam naquele momento, mas não seria justo da minha parte dispensa-la sem antes conhece-la. Todos tiveram sua oportunidade e ela também merecia por mais indisposto que eu estivesse.

Chamo seu nome rispidamente e me pergunto se meu pai é algum tipo de alienígena disfarçado de idoso, pois somente ele tem a paciência necessária para lidar com tudo isso sem perder a linha e boa imagem.

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