As duas faces do meu chefe romance Capítulo 40

Acordo enrolada nos lenções escuros sentindo algo pinicar meu nariz, aquela sensação incomoda me faz despertar e sonolenta abro os olhos com dificuldade sentindo vontade de expirar.

Pisco várias vezes para me adaptar a claridade que entra das cortinas abertas e encontro Layonel abraçado ao meu corpo. Seu rosto está sobre os meus seios e sua mão jogada sobre minha cintura. Seus cabelos bagunçados e espetados roçam o meu nariz quando o ar-condicionado joga o vento gelado em nossa direção.

Eu nem mesmo sei quando ele ligou o ar, mas sinto meus pés congelados por estarem descobertos.

Me remexo na cama e ouço ele resmungar em protesto enquanto esfrega o rosto em meus seios fazendo sua barba pinicar minha barriga, mas continua a dormir serenamente. Acabo rindo baixinho ao ver aquele homem maravilhoso enroscado nos meus braços.

Acaricio seus cabelos arruivados enrolando as pontinhas compridas nos dedos.

Layonel é um homem charmoso, mas além vai muito além de aparência afinal ele é uma pessoa dedicada e muito responsável, centrado em seus deveres o que me surpreende e muito. Talvez por tudo que lhe aconteceu no passado foi obrigado a mudar, mas no fundo ainda é um homem amoroso e extremamente carinhoso. Não posso deixar de lado a parte do impulsivo e ansioso, mas isso são apenas detalhes.

Suspiro ao me lembrar do seu maravilhoso pedido, da forma como ele usou as palavras e de como ele consegue me surpreender com tão pouco, mas logo meu coração se turba de medo do que podemos enfrentar.

Nosso relacionamento é extremamente recente e ele me pediu em casamento em muito pouco tempo. O pior de tudo é que eu sei que Layonel não vai esperar muito para realizar a cerimônia, já que sua impulsividade fala mais alto do que suas razões.

Desço minhas mãos de seus cabelos para seus braços e observo os vários traços de tinta que formam lindos desenhos em sua pele. São tantas tatuagens que não conseguiria contar, mas juntas acabam formando um lindo conjunto em contraste com sua pele.

Deslizo meu dedo indicador pelas linhas negras que forma um lobo e com a outra mão deslizo meus dedos por suas costas acariciando seu corpo com carinho.

Deus eu aprendi a amar esse homem e nem mesmo percebi.

O quão intruso ele foi invadindo meu coração de maneira devastadora?

Ele resmunga, mas longo sinto seus lábios roçar e beijar um dos meus seios esfregando o rosto ali como um gato em busca de carinho.

Acabo rindo com essa nova reação e sinceramente gosto da sua safadeza.

Volto minha mão para os seus cabelos novamente e vejo que ele gosta pois se aquieta apenas para sentir meu toque. Ele só não ronrona porque não consegue, se não com certeza seu peito vibraria em alegria.

Sua mão desce para meu abdômen sem malicia e acabo sentindo uma leve cócega quando seus dedos param próximo ao meu umbigo.

Paro com as caricias esperando que ele se levante ou diga algo, mas ele apenas continua deitado.

-A não, não para não Hana, continua. -Ele reclama esfregando os cabelos em mim.

-Que menino carente. -Acabo rindo.

-Continua. -Choraminga levando minha mão para coçar a própria cabeça e não aguento ver sua reação infantil.

-Está bem, eu continuo. -Afirmo deslizando delicadamente meus dedos por seus cabelos enrolando os fios com amor.

-Isso. -Ele volta a fechar os olhos.

Sua mão desliza pela minha barriga subindo até meus seios descansando ali descaradamente. Reviro os olhos, mas deixo que ele fique deitado em meu colo enquanto faço cafuné em sua cabeça.

-Isso é muito bom. -Aperta meu corpo contra o seu beijando meu pescoço.

-Ei! Fica quieto. -Reclamo por ele estar se mexendo demais. -Assim não dá para fazer cafuné.

-Com seus peitos bem no meu rosto é impossível. -Envolve seu braço em minha cintura puxando meu para seu corpo.

-Precisamos conversar sobre isso eu não tomo pílulas e você não usa preservativos. -Digo preocupada.

Seu corpo fica tenso e ele se apoia nos cotovelos para me analisar.

-Precisamos falar sobre isso? -Pergunta indeciso.

Retiro seus cabelos da sua testa que estavam compridos a ponto de entrar em seus olhos.

-Eu sei de toda sua história e sei que provavelmente você vai querer um filho, mas está cedo, podemos pensar nisso para o futuro, Daisy ainda está crescendo. -Passo os dedos em sua barba sorrindo.

-Não se preocupe quanto a isso. -Deita novamente a cabeça em meu peito. -Eu não posso mais ter filhos. -Diz em um pesado suspiro.

Me sento na cama e o vejo suspirar mais uma vez.

-Como? -Pergunto sem entende-lo.

-Isso mesmo. Eu não posso mais ter filhos. -Um leve sorriso surge em seu rosto, mas a tristeza em seu olhar me perturba.

-Quer conversar sobre isso? -Acaricio seu rosto mostrando que estava tudo bem, que eu não iria julga-lo, condena-lo ou incrimina-lo por uma opção que escolheu para sua vida.

Cada um de nós tem um modo diferente de ver o mundo e um modo diferente de pensarmos. Seu passado conturbado levou ele a tomar decisões extremas e essa com certeza foi uma.

-Optei por fazer vasectomia. -Sussurra pensativo e visivelmente arrependido.

Mordo os lábios o observando e no fundo eu esperava dar um irmão ou irmã para Daisy, mas se não é possível dessa forma podemos pensar em adoção ou simplesmente permanecermos assim.

-Me desculpe. -Sussurra.

Puxo seu rosto para mim deixando um beijo em seus lábios.

-Então não precisamos nos preocupar com preservativos. -Sorrio vendo sua expressão de surpresa.

-Está tudo bem pra você? -Pergunta surpreso.

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