Hana
-Layonel você vai comer doce de novo? Vai acabar passando mal. -Afirmo vendo ele fuçar dentro da geladeira em busca das guloseimas que Maria costuma fazer.
-A minha filha, nem adianta, esse daí não aprende, já até desisti dele. -Maria diz enquanto preparava o jantar.
- Estou ansioso, não adianta brigarem comigo, só me acalmo quando a taxa de glicose aumenta e isso exige uma quantidade de doce extra. -Resmunga com a cabeça dentro da geladeira e logo sai com uma fatia mais do que generosa de bolo de chocolate com três tipos de recheio, pois as camadas grossas de cor diferentes chegam a dar água na boca.
- Você já fez um exame de diabetes Layonel? -Questiono preocupada.
- Sim, costumo fazer uma bateria de exames a cada seis meses. Ordens médicas, irritantes no meu ponto de vista, mas necessárias. -Balança os ombros sentando em minha frente na bancada.
-Menos mal. -Suspiro. -Ellen está demorando no banho de Daisy. -Olho o relógio e percebo que faz mais de meia hora que as duas foram para o banheiro.
- Ela deve estar brincando de Elsa enquanto encharca Ellen da cabeça aos pés. - Ele ri concentrado em seu bolo e sou obrigada a rir também.
-Ainda precisamos conversar com Ellen sobre o emprego.
- Vamos aproveitar hoje enquanto jantamos.
- Minha ajudante nem chegou e já vou perde-la? -Maria ri balançando a cabeça em negação.
-Você sempre disse que não queria ninguém na sua cozinha Maria. -Layonel retruca e leva um tapa bem dado no braço.
-Cala boca menino. Não queria nenhuma sirigaita, rabo de saia se empertigando nessa casa para dar em cima de você. Ellen não é dessas e graças a Deus, Hana domou seu coração, já estava começando a achar que tinha trocado de lado.
Não contenho a gargalhada ao ouvir o que Maria diz e Layonel chega a afogar com o pedaço do bolo que estava comendo.
Maria pega um copo de água e coloca na frente dele enquanto ele bate no peito e seus olhos ficam vermelhos e lacrimejados. Ele toma a água e respira tentando se acalmar, mas a tosse é mais forte.
-Porra Maria, você acabou de dizer que achou que eu fosse gay? - Diz entre as tosses que persistem.
- Não fala palavrão na minha cozinha. -Layonel recebe uma panada e se encolhe na defensiva.
-E ainda apanho. -Bebe mais um pouco de água fazendo uma careta. - Você não diz nada? Somente ri? -Questiona indignado e eu balanço os ombros apoiando a mão no abdômen.
- Eu sabia que você não era gay menino, mas você nunca trazia ninguém para casa. Hana salvou minhas esperanças. -Maria me abraça.
- Eu também te amo Maria. -Apoio as mãos nas dela sentindo meu abdômen doer de tanto rir.
- Eu sou muito homem viu Maria. Fala para ela Hana. - Diz indignado.
-A você quer que eu diga o que? -Faço-me de desentendida e recebo um olhar ameaçador.
- Ele ficou bravo. -Maria ri dando um beijo em minha testa.
-Vocês duas me pagam. -Serra os olhos e volta a comer o bolo com irritação.
-Vai se afogar de novo. -Faço uma careta.
-No momento não estou conversando com vocês duas. Cadê a Daisy? Ela está demorando muito, somente ela me entende. - Diz chateado.
- Acho bom você amansar a fera, vou até o banheiro ver o que aconteceu com aquelas duas e não mexam nas minhas panelas. -Maria que tacou lenha na fogueira foge me deixando com o mal humor em pessoa.
-Layonel. -O chamo mais ele me ignora. -Ei, pare de fazer birra. -Vejo um pequeno sorriso surgir em seus lábios. - Eu sei que você quer rir.
Seus lindos olhos verdes divertidos se voltam para mim.
- Vou provar que não sou gay. - Ele se levanta como um verdadeiro leão e ataca sem um pingo de piedade ou pudor.
Seus lábios se encontram com os meus em um gosto de chocolate e suas mãos puxam minha cintura pegando-me no colo e colocando-me sentada sobre a bancada da cozinha, ele se enfia entre minhas pernas encaixando seu quadril no meu enquanto cruzo as pernas em sua cintura retribuindo o beijo com volúpia e desejo.
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