Bela Flor - Romance gay romance Capítulo 26

"Hyun-Suk"

Nunca passou pela minha mente que poderia tanto me importar com alguém, como hoje, me importo com JaeHwa.

Ver outra vez o modo em como ele treme e geme baixo, encolhido enquanto chora, faz meu coração se desesperar e quebrar em muitos pedaços.

Mas eu ainda não consigo entender o que acontece.

Não sei se ele novamente está tendo uma crise pelo que possivelmente aquela mulher lhe disse por ligação, ou se tudo o que ele faz agora é sentir, porque ele grita como se quisesse aliviar uma dor muito forte, e isso chega a doer até mesmo em mim.

Meus olhos começam a marejar quando eu o vejo se auto beliscar e tento de toda forma o impedir, impondo forçar sobre suas mãos, as controlando.

ㅡ Por favor, não faz isso. ㅡ peço em meio ao desespero, olhando-o ainda dentro dos meus braços.

Eu peço mais uma dentre as milhares de vezes, mas ele apenas se encolhe mais e cobre o rosto entre os joelhos, tremendo como um ser completamente indefeso.

ㅡ Por favor, me diz o que aconteceu, eu não sei o que fazer, Jae-ah.

JaeHwa demora, mas ergue o rosto vermelho e lavado por lágrimas, e apenas fecha os punhos, como se estivesse com muita raiva de algo.

ㅡ Fala comigo. ㅡ peço mais uma vez. A noite é silenciosa demais, e o frio é absurdo por estarmos no chão do banheiro, mas não me importo com nada além dele agora. Só quero que JaeHwa fale.

ㅡ Ei... ㅡ ergo seu rosto e deixo um beijo em sua testa. ㅡ o que aconteceu?

ㅡ Foi ela, Hyun. ㅡ ele enfim diz, soluçando.

ㅡ Ela quem?

ㅡ Aquela mulher... eu a odeio. ㅡ falou baixo, fungando, mas voltando a chorar em seguida.

ㅡ Quem, JaeHwa?

ㅡ Su-ji, ela me odeia. E agora ela matou a vovó.

Olho-o de modo que não entendo. Alguém matou sua avó?

ㅡ JaeHwa-ah, você está tremendo, fica calmo e me explica. ㅡ peço, tentando erguê-lo junto a mim. ㅡ vamos para o quarto, uh? O chão está frio, você ficará doente.

ㅡ Ela quer meu mal. ㅡ ele sequer me ouvia. O ergui ainda assim, sentindo como meu garoto estava leve e fraco. O busquei em meu colo, sentindo-o deitar a cabeça em meu peito, soluçando um pouco mais.

ㅡ Não vou deixar que ninguém te faça mal, minha flor. Nunca. Confia em mim? Por favor.

ㅡ A minha avó... ㅡ ele me olhou, tremendo o bico que fazia. ㅡ a minha vozinha...

Eu sinto seus músculos tensos e a forma em como vibram ainda mais agora, então não penso antes de sentar sobre a cama com ele ainda em meu colo.

ㅡ Eu preciso ir. ㅡ diz fraco.

ㅡ Para onde quer ir?

ㅡ Preciso ver minha avó, ela disse que... que a vovó irá morrer. Eu preciso ver minha vozinha antes que se vá para sempre.

ㅡ Tudo bem, eu te levo, mas durma um pouco por hoje. Amanhã iremos, tudo bem?

ㅡ Eu não posso esperar. Eu preciso ir. Preciso ir a Busan.

JaeHwa se agita, olhando ao redor, à procura de algo.

ㅡ Ei, ei, tudo bem, se acalma.

ㅡ Não. ㅡ Ele nega rápido. ㅡ Ela me odeia. Ela deveria ter ligado antes, mas porque? Porque, Hyun?

Não sei o que responder. Ele parece magoado demais. Seu choro retorna e é alto.

Eu preciso ser forte, preciso ajudá-lo, mas o seu desespero também me desespera.

JaeHwa respira com muita força, buscando por ar, mas parece que a cada vez que tenta respirar ele não consegue. Então suas mãos começam a tremerem mais, seu corpo entra em uma completa bagunça e seus olhos voltam a procurar ao redor.

Ele parece estar em pânico.

ㅡ Jae-ah. ㅡ chamo com medo. Nunca o vi assim. ㅡ JaeHwa olha pra mim.

ㅡ A fumaça, Hyun, foi a fumaça. ㅡ JaeHwa desce do meu colo e se encolhe ao lado, puxando as pernas para abraçá-las assustado. ㅡ eu a levei lá.

ㅡ Ei, tenta respirar devagar.

JaeHwa nega, seu peito sobe e desce de forma muito rápida, suas mãos ainda estão trêmulas.

ㅡ Eu não consigo respirar. ㅡ ele diz, me olhando. ㅡ Eu não consigo.

ㅡ JaeHwa-ah! ㅡ falo mais alto, tentando trazer sua atenção para mim. ㅡ você precisa respirar devagar, por favor.

ㅡ Porque a mamãe fez aquilo? ㅡ ele chora mais. ㅡ eu não sabia que a fumaça iria machucar a vovó. Eu estava com medo, eu... eu não queria morrer.

Não entendo o que suas frases desconexas querem dizer, mas sinto o meu próprio peito doer, e até meus olhos arderem. Eu nunca passei por algo assim, ainda mais com alguém que gosto. Ver JaeHwa chorar cada vez mais, perdendo o pouco ar que consegue encher seus pulmões, tremendo mais e mais me deixa em pânico também. Não consigo pensar em como ajudá-lo, então a única coisa que faço é me erguer e sair do quarto às pressas, correndo pelos corredores em busca de ajuda.

Meu medo martela minha mente a cada vez que me pede para voltar e não deixá-lo sozinho, mas não sou capaz, então meus pés me guiam até a porta do quarto da pessoa na qual eu também confio e que sei que irá me ajudar.

Meus punhos batem com toda a minha força na porta de Sunhee, e não demora para que ela apareça completamente assustada, me olhando de modo desnorteado.

ㅡ O Jun-JaeHwa. ㅡ eu sequer notei que já chorava. Limpo meu rosto e respiro fundo. ㅡ Me ajuda, por favor.

Sunhee não questiona, apenas segue em minha frente em direção à porta de meu quarto que está aberta e nos proporciona ouvir o choro incessante de JaeHwa.

ㅡ O que aconteceu, Hyun-Suk? ㅡ ela pergunta adentrando o cômodo.

ㅡ Eu não sei, não consigo entender o que ele diz. ㅡ digo negando, novamente me sentindo desesperado ao vê-lo tremendo de tão doloroso que é seu choro. ㅡ ele recebeu uma ligação e ficou assim em seguida.

Sunhee então caminha devagar e se abaixa a frente dele.

ㅡ JaeHwa. ㅡ ela chama em um tom ameno. Ele se encolhe, cobrindo ainda mais o rosto em seus joelhos. ㅡ Está tudo bem. Pode olhar para mim?

Sunhee demonstra seu medo no modo em como respira, mas seu olhar é calmo, e diferente de mim, ela parece saber enfrentar o que está acontecendo.

Suas mãos tocam calmamente as de JaeHwa, acariciando-as.

ㅡ Respira comigo.

Ela respira fundo, soltando o ar devagar. Faz isso por diversas vezes sem ele sequer lhe olhar, mas eu percebo quando o primeiro respirar fundo vem e seus olhos se erguem um pouco.

Sunhee continua, não desistindo dele. Suas mãos se fecham nas dele um pouco mais, dando-lhe apoio.

JaeHwa então, depois de minutos, ergue devagar o rosto, soluçando muito, mas tentando seguir a respiração de Sunhee.

ㅡ Muito bom. ㅡ ela sorri para ele, continuando. ㅡ você está indo bem.

Eu o vejo tentar.

Lentamente, JaeHwa vai se entregando, se acalmando e prestando ainda mais atenção em Sunhee.

ㅡ Consegue me entender? ㅡ ela pergunta.

JaeHwa assente devagar.

ㅡ Você saberia me dizer qual a cor do céu de outubro? ㅡ Sunhee pergunta, sentando-se devagar a frente dele, mas sem soltar suas mãos.

ㅡ R-Rosa. ㅡ ele responde baixo.

ㅡ Sim. ㅡ Sunhee assente feliz. ㅡ É lindo, não é? O céu de outono é o meu favorito, sempre com nuvens caramelos.

ㅡ E árvores c-cor de... fogo.

ㅡ Eu sempre amei como elas ficam, são as mais lindas da estação. ㅡ Diz pensativa. ㅡ E você me lembra delas, sabia?

ㅡ Por causa do cabelo? ㅡ JaeHwa pergunta baixo, fungando sem ainda a encarar.

Eu quero me aproximar, lhe abraçar e não soltar nunca mais. Mas tenho medo. Medo que JaeHwa volte a chorar e não tenha controle comigo. Sunhee parece entendê-lo melhor do que eu.

ㅡ Sim. Seu cabelo é muito bonito...

Ela sorri fraco, muito fraco, mas JaeHwa não o faz, apenas abaixa o rosto, ainda soluçando e respirando fundo.

Me aproximo um pouco e sento na beira da cama.

ㅡ Como somos amigos agora... ㅡ Sunhee continua. ㅡ podemos fazer uma caminhada por essas árvores algum dia?

ㅡ Mas é só no outono, noona.

ㅡ Eu sei, mas eu espero. Você ainda estará aqui, tenho certeza.

ㅡ Ele estará. ㅡ digo. Ambos me olham, mas é o olhar de JaeHwa que me quebra. Decido me erguer e parar ao seu lado, abaixando-me enquanto afago seu braço. ㅡ não estará, amor?

JaeHwa ergue o olhar para mim, e demora até sorrir fraco. Sunhee deixa um pequeno beijo em suas mãos unidas e se ergue, me olhando quando diz:

ㅡ Vou deixá-los a sós.

ㅡ Obrigado por tudo. ㅡ digo quando me ergo também.

Sunhee apenas sorri e caminha para fora do quarto, fechando a porta em seguida.

Eu sento onde antes ela estava e agora ouço o silêncio de JaeHwa. Não sei qual parte é a mais dolorosa, se ouvi-lo em desespero ou como está agora, completamente quieto e pensativo.

Seus olhos perdidos e sem cor me matam um pouco.

ㅡ Sente-se melhor? ㅡ pergunto, erguendo a mão para afagar seu rosto molhado

Ele não assente ou nega, apenas me olha e diz:

ㅡ Me desculpa por isso, Hyun...

ㅡ Não se desculpe por nada.

ㅡ Ela sempre me deixa ruim... ㅡ ele volta a fazer bico quando uma nova lágrima desce, mas ele a limpa, respirando fundo.

ㅡ É sua mãe? ㅡ pergunto ainda incerto, mas curioso.

ㅡ Eu adoraria dizer que é, mas... não. Ela não é. É minha tia que me criou. Su-ji. Ela me odeia e só quer me fazer mal.

ㅡ Eu te disse, JaeHwa, ninguém vai te fazer mal algum, eu não vou deixar.

ㅡ Você não entende... ela me faz mal desde criança. Ela me culpa, me machuca...

ㅡ Você não tem culpa de nada, seja lá do que ela te acusa.

ㅡ Estou cansado. ㅡ diz suspirando.

ㅡ Tudo bem, você quer dormir um pouco?

ㅡ Eu preciso ir à Busan, Hyun.

ㅡ Agora? ㅡ JaeHwa assente, fungando. ㅡ Tudo bem, eu te levo.

ㅡ Obrigado. Eu... eu preciso avisar ao chefe Jung que não vou trabalhar amanhã. Vou ficar com a minha vozinha até ela partir.

ㅡ Não se preocupe com Hajun, eu falo com ele, tudo bem?

JaeHwa assente. Eu me aproximo dele e o abraço forte, dando-lhe a segurança que estou com ele independente do que for.

E ele parece entender, apertando-me de volta, o mais forte que consegue, apenas tentando afastar tudo o que lhe assombra.

[...]

ㅡ Por deus, Hyun-Suk, isso são horas de ligar?

Ouço a reclamação de Hajun assim que atende minha ligação. Estou sentado sobre a cama enquanto JaeHwa tenta relaxar a mente com um banho quente.

ㅡ Você sempre atende assim?

ㅡ Diga logo o que quer.

ㅡ Preciso da sua ajuda. JaeHwa não poderá ir trabalhar hoje. ㅡ digo, olhando que já passa da meia noite. ㅡ e provavelmente pelos próximos dias também. E preciso que você me acompanhe até Busan.

ㅡ Como assim? ㅡ Hajun parece confuso, mas não o julgo. ㅡ O que aconteceu com JaeHwa? Está doente? E o que você fará em Busan?!

ㅡ Eu preciso da sua ajuda como advogado, Hajun.

Ele fica em silêncio por alguns segundos, até que pergunta:

ㅡ É a avó dele?

Franzo meu cenho ao perceber que Hajun sabe bem mais que eu.

Por que JaeHwa não falou comigo antes?

ㅡ Algo assim. ㅡ digo sem certeza. ㅡ Tem uma tia no meio da história, e preciso que resolva o que tiver de resolver para mim. Acho que ela faz algo a JaeHwa, e seja o que for, eu quero que ela pare.

ㅡ O que você quer fazer, Hyun-Suk?

ㅡ Ainda não sei, mas farei o impossível por JaeHwa. Você é meu amigo, por favor, me ajude nessa.

ㅡ Park Hyun-Suk pedindo por favor?

ㅡ Hajun... ㅡ intervenho.

ㅡ Ok, é claro que eu te ajudo, eu nunca te deixaria na mão. cara. E sobre JaeHwa e o trabalho, darei quinze dias a ele sem descontos, eu resolvo com a senhorita Kim.

ㅡ Obrigado, de verdade.

ㅡ Eu te encontro onde?

ㅡ No heliporto da minha empresa em duas horas. Iremos de helicóptero.

ㅡ Tudo bem, até lá.

Encerro a ligação, vendo JaeHwa parado de frente com a janela do meu quarto. A lua ilumina bem a noite, mas seu semblante ainda entrega como ele está inquieto. Me aproximo de si e o abraço por trás.

ㅡ Como você está, amor? ㅡ pergunto baixo, vendo como ele sorri sem jeito pelo "amor" na frase.

Mas foi ele quem usou primeiro.

ㅡ Estou melhor, Hyun, não se preocupe. ㅡ ele diz com a voz um pouco rouca.

Eu sorrio e beijo seu ombro.

ㅡ Sente fome? ㅡ pergunto. Ele assente virando-se para mim. ㅡ Pedirei para que faça algo para comermos antes de ir. O que gosta de comer?

ㅡ Panquecas. ㅡ diz tímido. ㅡ com bananas...

ㅡ Pedirei para fazerem. Pedirei também que sirvam iogurte, ou prefere café?

ㅡ Acho que café, Hyun. Eu... não quero mais dormir.

ㅡ Tudo bem. ㅡ sorrio e me inclino para deixar um beijo casto em seu nariz.

ㅡ Acho que só estarei melhor quando enfim chegar lá. ㅡ ele diz, me olhando nos olhos. ㅡ precisamos ir, Hyun.

ㅡ Não se preocupe, estaremos em Busan antes das cinco. Já avisei ao meu piloto, mas demora um pouco até que o helicóptero esteja pronto.

ㅡ Tudo bem. Obrigado, Hyun.

ㅡ Não me agradeça por nada. Quer tomar banho comigo? Posso te fazer companhia.

JaeHwa assente e me observa interfonar para a cozinha para pedir que preparem o que ele quer. O puxei para caminhar comigo, e o senti suspirar pesadamente quando adentramos outra vez o banheiro.

ㅡ Você conseguiu falar com o Hajun?

ㅡ Sim. Ele te deu quinze dias. Você poderá descansar um pouco, ele não vai descontar do seu salário.

ㅡ Mas eu não posso tirar tantos dias assim. ㅡ ele me olha atento enquanto eu retiro o pijama no qual lhe emprestei. ㅡ e se ele me demitir depois?

ㅡ Ele não irá, e ele também irá conosco até Busan.

ㅡ Ele irá?

ㅡ Irá a trabalho, não se preocupe.

JaeHwa assente. Eu sorrio com conforto por tê-lo ao menos trinta por cento melhor e retiro minhas roupas. Eu tento fazê-lo descansar um pouco no chuveiro, e talvez até consiga, pois proponho lavar seus cabelos e ele me permite fazer, suspirando a cada vez que as pontas dos meus dedos acariciam levemente seu couro cabeludo e deslizam pelos fios. JaeHwa ainda me abraçou, ficando quieto por mais de quinze minutos enquanto a água caia em suas costas e sua cabeça estava apoiada em meu ombro.

Quando saímos, pedi para que ele fosse até a cama que eu mesmo escolheria algo bom para ele usar. Fui até meu closet e me vesti primeiro, separando roupas para JaeHwa em seguida.

ㅡ Posso cuidar do meu bem? ㅡ Pergunto, retornando.

Ele pisca sem entender, mas quando deixo as roupas perto de seu corpo e lhe chamo com a mão para que se erga, JaeHwa sorrir sem jeito, assentindo tímido.

Eu então busco primeiro sua cueca. Sento-me sobre a cama e o tenho de pé à minha frente, completamente encolhido. Visto-o sem sentir nada mais que carinho por tê-lo bem, e busco a calça moletom com cadarço, amarrando-o na cintura menor que a minha. Fico de pé, olhando-o na altura dos olhos.

ㅡ Me sinto como uma criança. ㅡ JaeHwa diz sorrindo quando busco a camisa. Visto-a nele e deixo um beijo em seu pescoço quando volto a ser abraçado com força. Outra vez ele deita a cabeça em meu ombro e fica quieto.

ㅡ Você é o meu bem. ㅡ falo baixo, passeando minhas mãos por suas costas em um carinho terno.

JaeHwa deixa um beijo em meu ombro também, mas volta a ficar quieto e pensativo.

ㅡ Vamos descer?

Ele assente, tomando a liberdade de juntar nossas mãos, me guiando. E quando descemos, encontramos a mesa já posta, com Sunhee sentada à nossa espera.

Ela sorri para nós dois.

ㅡ Pensei que já estivesse dormindo. ㅡ falo.

ㅡ Claro que não. ㅡ ela se ergue e olha para JaeHwa, se aproximando devagar antes de tomá-lo em um abraço. ㅡ estava preocupada.

ㅡ Desculpa te preocupar assim, noona. ㅡ ele diz.

ㅡ Não se desculpe, está tudo bem agora, não é?

JaeHwa assente fraco e Sunhee sorri outra vez. Ela me olha brevemente, mas o leva consigo até sentarem na mesa.

ㅡ De quem foi à deliciosa ideia de escolher panquecas? ㅡ Sunhee pergunta já cortando a sua. ㅡ não costumo comer durante a madrugada, mas não deu para resistir.

ㅡ Foi JaeHwa quem escolheu. ㅡ digo olhando-o. Estou ao seu lado e consigo sentir seu pé acariciar o meu quando seus olhos me olham.

ㅡ Tem um bom paladar. ㅡ Sun diz, comendo mais um pedaço. ㅡ Jae. Posso te chamar de Jae, certo? É como seus amigos chamam, certo?

ㅡ Claro que não. ㅡ brinco fazendo-a uma careta. ㅡ somente eu o chamo assim.

ㅡ Na verdade ㅡ JaeHwa fala ㅡ todos os meus amigos me chamam assim.

ㅡ Me sinto traído. ㅡ digo fingindo uma falsa indignação, fazendo ambos rirem baixo. ㅡ Amarílis eu sou o único, não é?

ㅡ Para sempre o único, Hyun. ㅡ ele diz sorrindo pequeno, não me dando alternativas a não ser beijá-lo brevemente sobre o ombro.

ㅡ Que fofinho. ㅡ Sunhee diz, fazendo as bochechas de JaeHwa corarem imediatamente. ㅡ Jae, será que podemos conversar? Só nós dois?

ㅡ Outro dia, Sun, teremos que sair em breve.

ㅡ Onde irão?

ㅡ Iremos à Busan. ㅡ JaeHwa a responde. ㅡ Hyun-Suk irá me levar lá.

ㅡ Irei te acompanhar. ㅡ corrijo. ㅡ não pense que ficará lá sozinho.

JaeHwa não é capaz de falar algo a mais, mas sorri contido, começando a comer suas panquecas.

Eu prefiro não comer algo pesado, e peço algumas torradas. Não gosto muito de doces, principalmente fora do horário habitual das refeições.

Então continuamos a comer, e fico feliz em ver como JaeHwa se abre aos poucos e conversa com Sunhee.

Quando o horário de irmos chega, nos despedimos de Sunhee. Observei que, durante o caminho em que eu dirigia, ao meu lado, JaeHwa não demonstrava mais a tranquilidade que voltava a sentir. Seus dedos batucam sobre a coxa e seus pés batem de forma descompensada.

ㅡ Tudo bem? ㅡ pergunto olhando a estrada.

ㅡ Mais ou menos.

ㅡ O que houve?

ㅡ Eu não quero que você encontre com Su-ji, Hyun.

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