POV: Hyun-Suk.
Eu nunca me senti abalado por qualquer garoto que eu quisesse ter para mim.
Nunca mesmo.
Porém, porque agora eu me sinto a pior pessoa do mundo?
E pior, eu não tenho nem a decência para entender meus problemas sozinho, preciso meter meus melhores ㅡ e únicos ㅡ amigos nisso também.
ㅡ Mas o que aconteceu realmente?
É Hajun quem pergunta. No momento estou sentado em seu sofá, olhando para seu rosto que ainda evidencia que acordou recentemente.
Depois da ida de Jaejun, me senti tão perdido com tudo o que senti no momento que a única pessoa em que pensei que poderia me ajudar era Jung Hajun, e é para o rosto dele que olho agora, perdido, muito, muito perdido. Tentando, de alguma forma, entender o que se passa comigo mesmo.
ㅡ Eu não sei. ㅡ falo verdadeiramente. A pauta do momento é Jaejun - claro que é - E Hajun já sabe o que aconteceu, mas o que me intriga no momento sou exatamente eu.
Porque compreender algo que nunca senti antes é muito difícil.
ㅡ Como assim não, Park Hyun-Suk? Ora, você é um homem, já teve tantos... agora está com a cabeça virada por um garoto?
ㅡ Hajun, Jaejun não é só um garoto. Ele não é como Hesun ou qualquer outro que já tive. Eu não sei explicar, por isso preciso que me ajude.
ㅡ E como eu vou te ajudar em tudo isso? ㅡ Pergunta totalmente entediado, sentando no sofá. ㅡ eu não namoro, não entendo disso.
ㅡ Mas você já amou! ㅡ digo. ㅡ lembro que você dizia que amava o Min. Me diga o que realmente é o tal "amar".
ㅡ Isso faz anos, Hyun-Suk. ㅡ ele solta rindo. ㅡ eu tinha dezesseis anos. Estava encantado com o meu primeiro homem! Min já fazia faculdade e eu achava aquilo o máximo! ㅡ ele ri. ㅡ eu dizia que amava, mas era só coisa de adolescente. Passou.
ㅡ Passou? ㅡ eu nego, que cara de pau...
ㅡ Claro que passou.
ㅡ Hajun, quem você acha que quer enganar? Apenas me ajude. Eu vi Hesun ontem, e sequer senti algo por ele. Nem tesão que era o que mais tínhamos eu senti. Mas, com Jaejun... ㅡ suspiro. ㅡ eu senti um mar de coisas. Ver ele ir, foi... Aquele olhar... Não sei. Ele disse que gosta de mim e eu me senti tocado com aquilo no mesmo instante.
ㅡ Mas que garoto burro... ㅡ ele ainda rir, mas no mesmo momento em que o encaro, cessa o riso e também suspira. ㅡ Ok. Não o chamarei de burro, pois ninguém manda realmente no coração, mas você não foi claro com ele? Não disse que ele não se apaixonasse, pois você não sabia retribuir?
ㅡ Fui. Eu disse isso muitas vezes, mas como você mesmo citou, ninguém manda no coração. Hajun, e eu disse a ele que tentaria me entender.
ㅡ Você? ㅡ fala com ironia. ㅡ Fala sério.
ㅡ Eu, sim. ㅡ retruco. ㅡ me ajude. Sabe como me senti vendo nos olhos dele que eu estava o fazendo sofrer?
ㅡ Você está apaixonado por ele? É isso?
Eu o olho, parando alguns segundos para pensar em uma resposta, mas nada sai de minha boca. Como saberia responder uma pergunta sobre algo que nunca senti?
Ou acho que nunca senti.
ㅡ Eu nunca amei ninguém, Hajun. Nunca senti meu coração palpitar ou implorar por outra pessoa.
ㅡ Mas então você sentiu com garoto da boate. ㅡ ele me olha, cruzando as pernas, completamente sério. - Park Hyun-Suk, você foi fisgado.
Eu bufo, deitando de vez em seu estofado, olhando o teto branco de gesso e pensando em como Jaejun deve estar se sentindo no momento.
ㅡ Foi errado me envolver com alguém tão jovem como ele?
Ouço Hajun também soltar todo o ar que prende e então se erguer, caminhando até sua cozinha, buscando a jarra de café, pondo em sua xícara.
Ah é, eu estou em seu apartamento. São... dez da manhã? Talvez. Depois que Jaejun saiu do nosso apartamento, eu simplesmente fiquei sem chão.
ㅡ Deixe de drama. ㅡ Hajun fala, bebericando um pouco do café. ㅡ Quantos anos vocês tem de diferença, dez?
ㅡ Onze. ㅡ respondo ponto meu antebraço sobre a testa.
ㅡ Onze anos não é nada tão alarmante já que ele é maior... E outra, onde que idade interfere em algo?
ㅡ E se eu for o primeiro cara que ele gosta? E se for eu, o responsável por machucar pela primeira vez o coração dele, Hajun?
ㅡ Desde quando você se importa em machucar o coração de alguém?
ㅡ Mas é o Jaejun!
Hajun suspira, deixando a xícara meia de café sobre o mármore de seu balcão e busca outra, enchendo-a também.
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