Bela Flor - Romance gay romance Capítulo 20

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ㅡ Hyun-Suk... ㅡ antes de sairmos, eu o chamei. Estava animado, sequer sentia vergonha com as roupas que vestia ou o modo em como eu estava, mas havia uma coisa crucial que, se eu não fizesse, com certeza teria minhas pernas quebradas.

ㅡ Hm? ㅡ Hyun-Suk me olhou, e, mesmo que estivesse ao meu lado, ele desceu os olhos me analisando mais uma vez. Parecia gostar do que via.

ㅡ Pode tirar uma foto minha? ㅡ perguntei sem jeito.

ㅡ Foto?

ㅡ É. ㅡ busquei meu celular. ㅡ para meus amigos. Eles vão querer ver como eu estava depois que eu tiver que contar o que fizemos a ele.

Hyun-Suk riu, mas buscou meu celular, já aberto na câmera.

ㅡ Então você conta tudo a eles?

ㅡ Tudinho. ㅡ respondi, sorrindo para a câmera, fazendo um "V" com os dedos.

Ouvi o "clique", mas vi Hyun-Suk mudar o ângulo, então apenas mantive a pose e sorri mais.

ㅡ Tudinho mesmo?

Olhei para seu rosto que entregava o que ele queria saber.

ㅡ Às vezes... sim. É um problema?

ㅡ Para mim? Imagina, eu gosto.

ㅡ Você... gosta?

ㅡ Uhum. ㅡ respondeu calmo, se aproximando para tirar uma fotinha bem do meu rosto. Em seguida, bloqueou meu celular e me entregou.

Porém, eu ainda estava absorto aquela informação.

ㅡ Como assim, gosta?

ㅡ Eu não tenho vergonha de que saibam o que eu faço, ou de que vejam.

ㅡ Ver?! ㅡ meus olhos estavam arregalados, mas Hyun-Suk apenas riu mais, se aproximando para selar meus lábios brevemente antes de dizer:

ㅡ Você vai entender quando estivermos na Scandal.

Eu apenas assenti, estava tão ansioso ㅡ e agora curioso ㅡ, que só queria ir logo a tal boate e entender um pouco mais do mundo que Hyun-Suk explicou fazer parte.

ㅡ Podemos ir? ㅡ ele perguntou.

Antes de responder, desci meus olhos para sua jaqueta, e, outra vez, fiquei curioso.

ㅡ O que está vestindo por debaixo da sua jaqueta?

Hyun-Suk sorriu, olhando naquela direção, antes de abrir vagarosamente o tecido denso.

Hyun-Suk estava mesmo sem camisa. Tal constatação me deixou um pouco desnorteado, porém, não foi isso realmente que me deixou quase tonto, caidinho no chão. O motivo do meu quase surto veio quando Hyun-Suk virou-se propositalmente para mim, mostrando suas costas e o que havia lá.

E... caramba!

ㅡ Você fez uma tatuagem? ㅡ pergunto um tanto que alto, surpreso, com meus olhos saltados.

Ele ri, mas nega.

ㅡ Ainda não. Só fui ao estúdio de um amigo e ele estava tentando criar algo. Esse é só o decalque, pedi para deixá-lo, porque quero sua opinião. O que achou?

ㅡ Caramba... ㅡ me aproximo, vendo suas costas largas quase que completamente coberta pelo desenho. ㅡ é grande. Muito grande, mas... está bonita.

ㅡ É uma fênix. ㅡ ele diz, mesmo que nem precise me dizer porque é bem óbvio. ㅡ é uma homenagem.

ㅡ Homenagem? Ao quê?

ㅡ Há algo que eu ainda vou te contar. ㅡ ele ri, voltando a colocar a jaqueta. ㅡ Mas não hoje, estamos atrasados. Eu te conto depois, ok?

ㅡ É uma história sua?

ㅡ Sim.

ㅡ E... ela é... trágica? ㅡ pergunto incerto, mas ele apenas assente outra vez. ㅡ e vai me contar?

Admito, estou muito, muito surpreso.

ㅡ Eu quero que saiba tudo sobre mim, então sim, eu vou, meu bem.

Sorri animado. Não por saber de algo novo dele. Ok, um pouco da minha animação vinha disso sim, mas mais de oitenta por cento do que senti foi apenas porque Hyun-Suk disse que queria falar mais sobre si. Aquilo ㅡ ao menos para mim ㅡ tinha um significado gigantesco.

Talvez signifique que Hyun-Suk quer mesmo que seja lá o que estamos tendo dê certo. Isso me anima.

ㅡ Está na hora de irmos, mas espere aqui, vou buscar algo seu que deixei no carro.

Assinto para Hyun-Suk, esperando-o bem ao lado da porta, enquanto ele se vai. Não sinto ansiedade quanto ao saber o que ele foi buscar, minha cabeça ainda gira no que meus olhos viram e no que Hyun-Suk disse. Isso sim, me deixa um tantinho ansioso.

ㅡ Aqui. ㅡ ele diz assim que retorna. Observo suas mãos e ele segura um casaco sobretudo preto. ㅡ É seu, comprei em Berlim, mas ousei deixá-lo comigo, porque sabia que você sentirá frio.

ㅡ Você se preocupando comigo assim, faz o meu coração ficar todo derretidinho, sabia?

ㅡ É claro que eu sei, vejo nos seus olhos.

ㅡ Bobo! ㅡ Deixo um tapinha pequeno em seu ombro, mas permito que ele vista o casado em mim, fechando alguns botões, em seguida do tecido que há na frente para fazer um laço. ㅡ Senhora Lee está na varanda?

Ouço o riso de Hyun-Suk, mas vejo-o assentir outra vez.

ㅡ Ela até me deu boa noite, sabia? Perguntou meu nome e o que eu era seu.

ㅡ E o que você disse? ㅡ pergunto rápido, curioso.

ㅡ Que era apenas um amigo. Não sei o quê ao certo deveria falar.

ㅡ Amigo é bom por enquanto. ㅡ concordo. ㅡ mas tenho certeza que ela estava doidinha para perguntar o que iríamos fazer.

ㅡ Não duvido disso. ㅡ ele ergue a mão e encaixa seus dedos sobre os meus. ㅡ mas precisamos ir agora.

ㅡ Tudo bem, mas ainda tenho uma dúvida.

ㅡ Pode falar.

ㅡ Como eu devo te chamar lá? Você deve ser importante ou algo assim, sei lá, não quero que passe vergonha comigo...

ㅡ Eu jamais passaria vergonha com algo tão belo ao meu lado, meu bem. Mas eu não uso outro nome além do meu. Pode me chamar pelo sobrenome, eles costumam me chamar de Dom Park.

ㅡ Dom Park? ㅡ aquilo era muito divertido.

ㅡ Sim, mas não você. Me chame de senhor Park, ou apenas senhor.

ㅡ Senhor? ㅡ chamei, mordendo o lábio inferior. De certa forma, aquilo me excitava de uma forma indescritível.

ㅡ Exato. ㅡ Hyun-Suk segurou firme minha cintura e colou meu corpo ao seu. ㅡ então se quiser falar qualquer coisa, como deve me chamar?

ㅡ De senhor... ㅡ falo baixo, abaixando meus olhos quando vejo seu sorriso satisfeito, mordiscando outra vez o meu lábio inferior.

Sinto minha pele da bochecha queimar, provavelmente estou ficando vermelho igual um morango.

ㅡ Devo dizer que você é uma das coisas mais lindas que eu já vi na vida. Sua imagem, seu corpo com essas roupas e sua voz doce me chamando desse modo enquanto suas bochechas estão rosadas... ah, Jeon, eu fico louco.

Ainda me encontro sem jeito, por tanto, tudo o que faço é ceder quando ele beija a pele do meu pescoço e um ofego escapa por minha boca.

ㅡ Se continuarmos aqui, tenho certeza que não iremos mais há lugar nenhum. Você está me deixando excitado, meu bem.

ㅡ Eu não tenho culpa de nada disso. ㅡ tento soar verdadeiro, mesmo que a minha voz saia baixa e aguda, quase como um miado. ㅡ mas eu estou ficando excitado também. Então vamos logo, vai...

Ouço sua risada baixa, mas sinto sua mão deslizar e segurar sobre a minha outra vez.

Finalmente saímos de casa e eu sorrio quando vejo a senhora Lee realmente na varandinha dela. Aceno, sendo rápido ao ir até o lado do passageiro e agradeço a Hyun-Suk quando ele abre a porta para que eu entre.

Observo o modo em como a mulher olha para Hyun-Suk. Ele é rápido em dar a volta no carro e adentrar o veículo também. Quando o faz, ele ri de modo abafado, colocando o cinto de segurança.

ㅡ Que senhorinha curiosa.

ㅡ É o passatempo dela. ㅡ respondo-o também colocando meu cinto.

ㅡ Deixe-me ver se está mesmo preso. ㅡ ele pede, tomando o couro em torno do meu corpo, mas apenas rio, Hyun-Suk é arteiro quando quer roubar beijos meus. Assim, facilito seu trabalho. Me inclino por conta própria e beijo seus lábios gordinhos, ouvindo seu riso baixo.

ㅡ Fui descoberto?

ㅡ Deixou muito aparente.

Ele apenas assente, ainda sorrindo todo fofo e dá partida no carro.

Durante o trajeto, nós conversamos sobre coisas tão comuns e do dia-a-dia, que Hyun-Suk me faz ficar ainda mais a vontade e minha ansiedade sobre como é o lugar que ele está me levando, não aparece sequer por um segundinho.

Quer dizer, ela não aparece enquanto estávamos dentro do carro, mas, quando Hyun-Suk estaciona em frente a tal boate, eu sinto meu coração acelerar, porque, isso aqui está longe de parecer uma boate.

ㅡ Estamos no lugar certo? ㅡ o pergunto, descendo do carro, observando a grande mansão branca. Há muitos carros de luxo espalhados pelo vasto jardim. Hyun-Suk assente e endireita a jaqueta que veste. Quando observo suas mãos, meus olhos arregalam. ㅡ Hyunie, isso é mesmo uma guia?

ㅡ Posso colocá-la em você?

Meus olhos ainda estão sobre a tira de couro preta. Porém, diferente do que até mesmo eu julguei que acharia aquilo ridículo, eu não sinto sequer um resquício do sentimento negativo. Ao contrário, ainda ansioso, eu apenas umedeço meus lábios, animando-me mais quando assinto.

ㅡ Está nervoso? ㅡ pergunta ao encaixar aquilo na coleira que há em meu pescoço. Percebo como os olhos de Hyun-Suk estão centrados naquilo, ele até mesmo passa as pontas dos dedos pelo couro e pelo seu nome que há ali, mas eles recaem sobre os meus, me fazendo assentir no mesmo instante.

ㅡ Um pouco. ㅡ sou verdadeiro. ㅡ mas porque estou curioso para saber como é tudo lá.

Ele ri desviando os olhos para a casa, mas sua mão sobe por meu rosto, e quando seus olhos voltam para os meus, sinto seus dedos acariciarem minha pele.

ㅡ Espero muito que goste, meu bem. Mas lembre-se, se não se sentir à vontade, me fale, ok? Eu não vou te forçar a nada e isso inclui em te deixar em um lugar que não queira.

ㅡ Tudo bem, Hyunie. Quer dizer… Tudo bem, meu senhor. ㅡ rio, mordendo meu lábio outra vez. ㅡ todos que estão aí sabem que você é o dono?

ㅡ Sim.

ㅡ E saberão que eu estou com você?

ㅡ Sim, mas se te preocupa se falarão ou pensarão algo sobre você, pode ficar tranquilo, esse lugar foi justamente criado para todos que praticam BDSM, se sintam livres, a vontade para fazer o que quiserem, mas com consciência, é claro.

ㅡ Não estou preocupado se vão falar algo, é que eu realmente sei tão pouquinho... apenas o que pesquisei um pouco e o que você me explicou é o que sei.

ㅡ Se tiver qualquer dúvida me pergunte. Terei o prazer de te esclarecer qualquer coisa, tudo bem?

ㅡ Ok.

ㅡ Lindo. ㅡ ele disse assim, do nada, solto e todo fofo.

Eu ri sem jeito, mas senti Hyun-Suk apertar o couro que tinha nas mãos, me levando para perto de si no mesmo segundo.

Admito, aquilo me assustou um pouco, mas somente pela forma em como meu corpo reagiu de forma tão entregue e positiva.

Não sei dizer se minhas expectativas são altas, mas... eu quero muito fazer o que me der vontade com Hyun-Suk, e isso me deixa louquinho para entrarmos logo.

ㅡ Podemos ir?

Assentindo, sinto Hyun-Suk agora caminhar a frente. Eu não me importo em ficar um passinho atrás de si, de seu lado esquerdo, mas meus olhos vagam pela casa ainda pelo lado de fora, o tanto de carros importados que há aqui, me faz pensar que, talvez, uma boa parte da alta sociedade da Coreia ㅡ e arriscaria dizer que até de outros países ㅡ pode estar lá dentro.

ㅡ Hyun- sen... senhor? ㅡ chamo por Hyun-Suk sem jeito. Vejo-o me olhar e parar os passos. Ainda sem saber como agir, eu me aproximo dele. ㅡ eu preciso ficar de cabeça baixa? Eu li a respeito de casas, e... algumas diziam que submissos, devem ficar de cabeça baixa, ou até em posições de respeito que alguns ambientes e dominadores ordenam ficar. A gente não... conversou sobre isso, Hyun- senhor. ㅡ eu sorrio envergonhado.

ㅡ De fato deve, mas não hoje. Só não olhe ninguém nos olhos, eles não vão te importunar porque está claro a quem você pertence, tudo bem?

Assenti, voltando a segui-lo ainda sob a guia que ele segurava firmemente entre os dedos.

Quando nos aproximamos da porta, dois seguranças e uma moça séria demais que estão lá, cumprimentam Hyun-Suk com um leve aceno de cabeça, e permanecem com suas cabeças abaixadas quando passamos para o lado de dentro.

Hyun-Suk ainda com o queixo erguido, eu sinto o calafrio percorrer por meu corpo no segundo em que a porta se fecha e o silêncio ainda toma o lugar.

Rapidamente, Hyun-Suk vira-se para mim. Sem falar nada, ele retira meu sobretudo e me faz olhar ligeiramente em seus olhos, antes de abaixá-los e sorri pequeno. Ele apenas continua em sua seriedade. Jogando meu casaco ao lado, controlo o leve susto que tomo ao perceber uma garota com roupas completamente escuras e em látex. Seu rosto está coberto por um tipo de máscara e apenas sua boca de lábios vermelhos e seu cabelo em um longo rabo de cabelo estão à mostra. Ele recolhe o sobretudo em silêncio e o coloca ao lado, tomando cuidado quando o guarda.

Eu não questiono aquilo, mas, com certeza, quando estivermos em um momentinho mais íntimo, eu com certeza vou querer saber sobre todas essas pessoas quietas que parecem obedecer bem a Hyun-Suk.

Não parecem ser submisso a ele, mas sim guardar um gigantesco respeito o que, de fato, ele parece ter por todo o lugar que anda.

Eu continuo seguindo-o. Minha cabeça não está de todo modo inclinada para baixo. Eu ouso espiar algumas coisinhas, e, assim que uma das portas se abrem, eu ofego baixo, vendo, enfim, um pouco do mundo de Hyun-Suk.

Há tantas, mas tantas pessoas diferentes aqui, que, por meio segundo, eu esqueço de controlar meu lado curioso e olho ligeiramente para a sala inteira. Mas quando tomo consciência, abaixo o olhar e paro apenas quando vejo Hyun-Suk parar também.

Eu sei que algumas pessoas nos olham neste exato momento. Hyun-Suk é cumprimentado por alguns homens e mulheres que se aproximam naquele instante.

Eu, por outro lado, permaneço quieto e com a cabeça baixa, apenas ouvindo a conversa.

ㅡ É seu novo garoto? ㅡ a mulher pergunta. Eu pisco sem jeito, segurando minhas mãos em frente ao corpo, encolhendo-me um pouco.

ㅡ É o meu garoto.

ㅡ Ele é bonito, você não o dividiria comigo?

Meus olhos se atentam à forma em que Hyun-Suk se move. Ele se vira para a mulher, o que me faz querer muito olhar o que fazem, mas tenho visão suficiente para saber que eles se encaram, e, talvez, Hyun-Suk sorria com aquele seu jeitinho único que faz qualquer um perceber quando se está sendo ridículo.

ㅡ Meu bem? ㅡ Hyun-Suk chamou. Atentei-me e ergui sutilmente os olhos. ㅡ venha aqui.

O obedeci, parando ao seu lado.

ㅡ Olhe nos meus olhos.

Senti meu coração acelerar, mas o fiz mesmo assim. Diante do olhar de Hyun-Suk, ouvi sua pergunta:

ㅡ Você gostaria de ter uma dominatrix?

Meus olhos ainda estão fixos sobre os dele, mas nego sem sequer precisar olhar para a mulher ou qualquer um que está ao redor.

ㅡ Quero pertencer apenas ao meu senhor.

Hyun-Suk sorri pequeno, parece satisfeito.

ㅡ Você o ouviu.

ㅡ Você enfeitiçou o jovem garoto, Dom Park.

ㅡ Não tenho culpa que algo em mim, despertou-se nele, mas, admito, eu gosto.

Ouço um riso baixo, não ouso olhar, mas, me sinto instantaneamente bem ao perceber como Hyun-Suk parece gostar de me mostrar realmente, e como ele parece se divertir com aquelas pessoas me olhando.

Em mim, entretanto, é diferente porque eu sequer percebia olhares em mim antes, agora, mesmo os tendo, eu só me importo com o dele.

ㅡ Com licença. ㅡ Hyun-Suk pede, voltando a puxar a guia presa em minha coleira.

Eu o sigo, mesmo que sinta os olhares dos outros em mim, mas volto a olhar ao redor.

Onde estávamos anteriormente, haviam mais pessoas quietas, o som das vozes conversando e risos intercalando. Mas, quando eu e Hyun-Suk passamos para outro cômodo, tudo se transforma. A iluminação torna-se vermelha, e algumas luzes são roxas e brancas. Há mulheres e homens passeando pelo amplo salão com ㅡ o que acredito e deduzo ㅡ ser seus submissos, pois, assim como eu, estão com coleiras e guias presos em si.

Ouço o som da música que toca, mas não é nada alarmante. Sofás estão no canto e em cada um deles há um tipo de mesa me quase na mesma altura do estofado. E não me surpreendo quando em algumas dessas mesas, pessoas penas repousam suas bebidas e parecem socializar com outras, mas, em outras, há pessoas amarradas, vendadas ou até mesmo nuas, servindo como se fosse algum tipo de apoio, enquanto ㅡ o que acredito acontecer ㅡ servem seus dominadores e se prazerão daquilo também.

Hyun-Suk para e eu outra vez eu paro também. Seus olhos veem em minha direção, e, como antes, seu sorriso pequeno me chama atenção.

Ele se aproxima, tocando os dedos em minha coleira e desprende a guia, enrolando-a com calma em seguida, enquanto seus olhos ainda se mantém fixos sobre os meus.

ㅡ Há algo que queira saber?

ㅡ Muitas coisas, mas... posso perguntar depois, senhor.

Minhas mãos ainda estão unidas em frente ao meu corpo. Hyun-Suk suspira, passeando a palma em minha bochecha, acariciando-a antes de deslizar seus dedos para minha nuca, e aproximar seus lábios do meu lóbulo. Um pequeno beijo é deixado então, e, assim que sua boca se desprende de minha pele, fazendo-me suspirar, que ouço-o falar:

ㅡ Você está indo muito bem.

Eu quero sorrir, talvez, sentindo um orgulho esquisito de mim mesmo. Mas apenas me mantenho quieto, ainda sentindo seus dedos em mim.

ㅡ Venha comigo, vamos subir.

Assinto ao sentir Hyun-Suk deixar um beijo lento, mas necessitado em meus lábios. Não sei se ele age normalmente assim aqui, mas, eu gosto desse jeito dele.

Calmamente subimos pela grande escada que se divide em duas pelas laterais do salão, e seguimos pelo andar superior.

Não estou mais preso pela guia, mas continuo a um passo atrás do meu dominador. Hyun-Suk caminha calmamente enquanto as pessoas o cumprimentam e segue por um corredor cheio de portas.

Diferente do salão, as paredes daqui são na cor roxa, mas num tom tão escuro, que, ao ver de longe, mais parece o preto. Há luzes quentes ao lado das portas, duas no total de cada porta.

A frente, algo me chama atenção. Uma mulher, vestida em um body preto de látex, vem caminhando sobre sua bota de cano alto e bico fino. O som de seus passos é preciso. Em suas mãos, duas guias estão presas, uma em cada mão, e, quando ela olha para Hyun-Suk, um sorriso pequeno é o que dá, antes de adentrar uma das portas, fazendo o garoto e a garota que estavam consigo presos naquelas coleiras, segui-la para lá.

Eu não ouso encará-la, mesmo que eu a observe. Outras pessoas que passam por nós também, o cumprimentam e seguem por aquelas portas.

Sinto vontade de perguntar a Hyun-Suk o que são cada porta, mas me seguro para fazer isso quando estivermos a sós. Agora tudo o que faço é continuar lhe seguindo até que o vejo parar sobre a única porta que há identificação. E nessa, há escrito em uma caligrafia bonita e em letras douradas o sobrenome "Park".

ㅡ Não ficaremos aqui o tempo todo, eu te trouxe para conhecer a boate, e farei isso, só preciso ver algo antes.

Murmuro um "Sim, senhor", mas me atento ao lugar.

As paredes daqui são cinzas, mas como todo o resto, é em um tom escuro. Há uma janela no canto, o qual eu ouso me aproximar e vejo o jardim lateral, tão bonito e impecável que me faz sorrir um pouco. Há uma mesa grande e escura, alguns papéis e uma cama mais no canto. Uma cama grande, com lençóis bonitos e de seda. No teto, há argolas grandes, e isso me faz prender a atenção um pouco.

ㅡ Esse é... o seu quarto, senhor?

ㅡ Meu escritório.

ㅡ Escritório? ㅡ rio baixinho, olhando-o ainda sem jeito. ㅡ mas há uma cama, e... essas argolas...

Hyun-Suk me olha, retirando a jaqueta que veste enquanto caminha em minha direção.

Pisco atordoado quando tenho que olhar para sua pele e ofego surpreso quando ele me segura firme, me vira sem avisos, caindo sobre a cama comigo em seu colo.

ㅡ Eu mesmo projetei esse lugar. É algo que eu fiz para relaxar.

ㅡ Mas... ㅡ eu me ajeito sobre suas coxas, com um pouco de dificuldade devido à calça bastante apertada. ㅡ porque as argolas no teto?

Hyun-Suk sorri, beijando-me sobre o queixo, antes de dar dois tapas levemente fortes do lado esquerdo da minha bunda. Eu entendo que esse é um pedido para que eu saia de cima de seu colo e o faço, sentando-me sobre o colchão de molas.

Hyun-Suk se ergue, caminhando até o canto. Noto um armário ali, e, no segundo em que ele o abre, meus olhos saltam.

Há uma variedade notável de cordas e chicotes. Em cores, tamanho e talvez até materiais diferentes.

Ele abre outro lado do armário e eu então posso ver algumas algemas, mordaças e mais acessórios que eu ainda sequer sei a funcionalidade real. Ele me olha de lá, e então busca uma das cordas.

É marrom. Ela não é tão grossa e parece leve. Meu corpo parece tremer quando Hyun-Suk se aproxima e preciso respirar fundo quando ele a joga sobre a cama, bem ao meu lado.

ㅡ As argolas são para te prender no teto. Quer testar um pouco?

Meus lábios estão secos, por isso os umedeço com pressa. Meus olhos curiosos estão arregalados e meu coração está tão acelerado que talvez dê para ouvi-lo bater contra a caixa torácica.

Eu quero dizer sim. Quero muito. E quando enfim eu percebo que minha vontade é essa, tomo coragem para respondê-lo de modo ainda trêmulo.

ㅡ E-Eu quero, senhor.

Hyun-Suk sorri ladino e ainda sem sua camisa, se aproxima ainda mais.

Ele se inclina ao meu lado, busca a corda e diz:

ㅡ Mostre-me os pulsos.

Tenho que deglutir o bolo que se forma em minha garganta, mas faço como ele pede.

Hyun-Suk deixa que seus dedos delicados e macios passem por ali, e antes de passar a corda por minha pele, ainda me lembra:

ㅡ Se quiser parar, use a palavra.

Assinto, observando o modo em como ele começa dobrando a corda ao meio antes de pedir que eu una meus punhos e passe a corda por lá. Com um dedo por baixo, ele mantém um espaço suficiente para, após dar algumas voltas com a corda em meu pulso, passar a ponta por lá, fechando o nó firmemente.

ㅡ Você pesquisou sobre o BDSM, certo?

ㅡ Uhum, mas foi uma pesquisa bem rasa. ㅡ Hyun-Suk me olha de modo que, sem precisar falar, me repreende por chamá-lo assim. ㅡ senhor. Foi uma pesquisa bem rasa, senhor.

Ele ri, passeando a língua pelos lábios, antes de falar de modo calmo:

ㅡ A cada vez que você se referir a mim sem ser como seu senhor enquanto estivermos praticando, você será punido.

ㅡ Então irá me punir agora?

Ele me olha brevemente, mas nega, voltando sua atenção para a corda.

ㅡ Não hoje, já que você só está ciente disso agora. Mas, se futuramente acontecer, eu irei te punir com certeza.

Eu sei que a forma em como Hyun-Suk fala da punição, se refere a algo que será tão prazeroso para si, quanto para mim.

E, infelizmente ㅡ não contem isso a ele, por favor ㅡ, lá no fundo, isso me instiga a querer ser castigado propositalmente.

ㅡ Sabe como se chama essa técnica? ㅡ ele pergunta. Nego, porque eu sei como se chama, mas não me recordo agora. Então, para não passar vergonha, eu opto pagar de doido.

ㅡ Como se chama, senhor?

ㅡ Shibari. Essa é uma técnica fetichista usada para amarrar o parceiro, então, caso machuque, me avise. Os nós precisam ser firmes, principalmente para não ceder quando eu te amarrar as argolas.

ㅡ Hyunie- quer dizer, senhor... tem certeza que essas argolas vão me aguentar?

Hyun-Suk assente, mas caminha de volta até seu armário, e busca de lá um chicote pequeno, firme e que, de imediato, me traz certo receio.

ㅡ Vire a palma para cima. ㅡ ele pede. Minhas mãos já estão unidas, mas eu consigo fazer aquilo para ele. ㅡ sinta isso. ㅡ ele diz, desferindo a palmada logo em seguida no centro de minha mão. ㅡ doeu?

Aquilo ardeu um pouco, mas, com a moderação que ele me bateu, não doeu. Por tanto, neguei.

ㅡ Agora me diga, onde gostaria de senti-lo?

ㅡ E-Em m-mim?

ㅡ Uhum. Será a sua punição. A cada vez que usar "Hyunie", por mais que eu ache fofo e lindo, minha flor, eu terei que te punir, tudo bem?

Assinto, pensando um pouco sobre aquilo.

ㅡ Eu não posso soar vulgar, não é, senhor?

ㅡ Não há vulgaridade em nada, baby. Diga-me, onde quer sentir?

Mordo meu lábio inferior, sorrindo contido. Virando de ladinho, eu digo:

ㅡ No bumbum.

Hyun-Suk ri audível, eu também o faço, mas sinto minhas bochechas esquentarem.

ㅡ Você me fode com esse seu jeito, sabia?

ㅡ Fodo, senhor? ㅡ eu tento conter meu riso, mas é inevitável, eu gosto muito de fazer isso com Hyun-Suk.

ㅡ Pra caralho. ㅡ ele responde baixo.

Sinto sua mão firme tocar minha cintura no segundo em que ele me puxa com força para se erguer.

Nossos olhos mantêm a mesma altura, mas eu desvio, abaixando-o, demonstrando a Hyun-Suk minha submissão a si.

Admito que, talvez, eu tenha nascido para pertencê-lo assim.

Apenas assim, eu digo convicto.

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