Nuria
Ainda ofegante, ele manteve o corpo colado ao meu por um longo tempo, como se aquele momento fosse mais do que desejo.
Como se fosse lar.
O som da água se misturava ao silêncio entre nós, e por fim, ele se afastou só o suficiente para me olhar nos olhos.
Com delicadeza, deslizou as mãos pelas minhas costas, até a curva da cintura, e me colocou de pé. Mas assim que meus pés tocaram o chão molhado do box, minhas pernas fraquejaram.
"Ah, não," ele sussurrou com um sorriso de canto. "Você não vai desabar assim, vai?"
"Talvez..." murmurei, rindo fraco. "Você meio que... acabou comigo."
Ele riu rouco, passando o braço em volta da minha cintura para me sustentar.
"É, eu percebi. E ainda assim… você está linda."
"Estou um caos."
"É. Um caos irresistível."
Com uma paciência que só ele conseguia ter comigo, Stefanos pegou o sabonete líquido e espalhou nas mãos. E então começou a me lavar. Devagar.
Passou pelas costas, subiu pelos ombros, contornou os braços e massageou cada dedo meu com cuidado. Seus toques não eram mais vorazes, mas tinham algo ainda mais íntimo. Um carinho silencioso que falava por si.
"Fica quietinha," ele murmurava com a voz baixa, provocativa. "Me deixa cuidar de você... mesmo que a tentação de te jogar contra essa parede de novo esteja gritando aqui dentro."
"Stefanos..." meu nome saiu entre uma risada e um suspiro.
"Shhh…" Ele se ajoelhou, e suas mãos desceram pelas minhas coxas, massageando cada curva como se eu fosse feita de porcelana sagrada. "Você não faz ideia do que é pra mim… te ter assim."
"Assim como?"
"Desarmada. Minha." Seus lábios tocaram minha barriga num beijo casto, quase reverente. "E se ainda tiver dúvidas… te mostro de novo depois."
"Você é insaciável."
"Com você? Sempre."
Ele se levantou e me virou de frente pra ele. Pegou o shampoo, espalhou entre os dedos e começou a massagear meu couro cabeludo, os olhos fixos nos meus. Era como se o mundo lá fora não existisse. Como se cada bolha, cada fio molhado entre os dedos dele, fosse uma pequena forma de dizer "eu tô aqui".
Fechei os olhos, me deixando levar.
Ali, no meio do vapor, das mãos dele, da água quente que nos envolvia… eu me senti segura.
Desejada.
Inteira.
Quando ele terminou, me puxou de volta pro peito dele e me abraçou sob a água por longos segundos, como se quisesse guardar aquele momento dentro da pele.
"Eu sei que a realidade vai b**er na porta daqui a pouco," ele murmurou contra meu cabelo. "Mas enquanto não b**e… você é só minha. E eu sou só seu."
"Mesmo que o mundo desabe?"
"Principalmente se o mundo desabar."
Rimos, cúmplices, e desligamos o chuveiro.
Ele pegou duas toalhas grandes e me enrolou como se eu fosse um presente valioso que ninguém mais podia ver. Depois pegou outra para si e, enquanto secava o cabelo com uma das mãos, usava a outra para puxar a toalha ao redor da cintura.
“Vou pedir algo pra gente comer,” disse, indo até o closet e puxando uma calça de moletom escura, deixando o abdômen ainda exposto, o cabelo pingando nos ombros largos.
Me sentei na cama, abraçada na toalha, só observando.
E me dei conta de que era assim que queria passar cada noite… e cada guerra.
Ele foi até a porta, e quando a abriu, um dos soldados da Boreal estava ali, esperando.
O lobo ergueu o queixo com respeito.
“Alfa, o jovem Johan quer falar com o senhor. Pediu uma audiência e consideração por ser seu sobrinho.”
Stefanos arqueou uma sobrancelha, mas nem pareceu surpreso. Apenas soltou um suspiro leve, como se a calmaria tivesse oficialmente acabado.
Se virou pra mim e sorriu de lado, aquele sorriso de lobo experiente e sedutor que eu amava.
“De volta à realidade, minha Ruína.”
Suspirei, deitando de costas na cama, ainda abraçada na toalha.
“Vai. Mas volta com comida.”
Ele riu, e piscou pra mim antes de sair.

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