Eu ainda encarava a escada por onde Sophie subiu correndo segundos atrás, não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo. Tudo na nossa viagem parecia um mar de rosas, cada dia que passamos juntos, casa momento, todas as vezes que ela se abriu para mim contando seus traumas e as vezes que a fiz rir por algo bobo, tudo tinha sido perfeito. Mas tinha que acabar dando merda colossal ou não seria minha vida.
Porra eu tinha vacilado feio em não contar a ela e por mais que eu lhe explicasse que foi antes de consumirmos o casamento, isso não era realmente uma justificativa, porque se ela tivesse sido tocada por qualquer outro depois de eu tê-la tocado, eu não encararia isso tão pacificamente.
Mas agora minha mente martelava que ela poderia ser tocada por qualquer um enquanto estivesse longe de mim e tudo graças a minha estupidez. Sophie tinha razão, eu deveria ter confessado tudo de uma vez e enquanto estivéssemos naquela ilha a foderia até que ela esquecesse o assunto.
— O que diabos você fez? — ouvi a voz do meu pai atrás de mim, mas nem estava com paciência para isso, minha mente estava trabalhando rápido em descobrir para onde ela ia, com quem estaria e como eu poderia protegê-la.
Sophie não tinha ninguém, não tinha amigos até onde eu sabia, a única pessoa que ela fala com intimidade é Rosa, então um estalo me ocorre, só pode ser para onde ela vai, pois sei que ela não voltaria para o tio, não correria o risco de ser machucada ou até mesmo que eles a enviasse de volta.
Dei um passo subindo no primeiro degrau, mas uma mão delicada e forte me impediu de seguir. Me virei apenas para dar de cara com a expressão determinada da minha mãe.
— Não vai a lugar nenhum antes de nos dizer o que aconteceu entre vocês. — revirei meus olhos com a ordem dela, eu não estava com tempo para isso, precisava ir falar com Cris e mandar um de seus homens segui-la.
— Mãe, não tenho que dar satisfação de tudo o que acontece na minha vida...
— Tem sim, tem toda a obrigação de nos dar satisfação porque eu me importo com a garota! — ela exclamou me surpreendendo. — Eu não vou deixar você machucá-la com suas grosserias. Te disse que Sophie é uma garota doce e delicada, que era para você ter cuidado, então me diga o que você fez?
Ela não ia desistir, não ia mesmo. E saber que ela se sentia apegada a garota em tão pouco tempo, só me dizia que eu não era o único afetado por aqueles grandes olhos castanhos.
— Não foi o que eu fiz, mas sim o que deixei de fazer. Sophie viu uma mensagem de outra mulher no meu celular e uma foto nua, ela me perguntou quando isso aconteceu e eu não pude mentir, já tinha guardado isso dela por tempo de mais. — Suspirei sabendo que não tinha como contornar a história. — Vocês ouviram o resto, ela disse que eu deveria ter contado antes quando tive a oportunidade, mas eu não pretendia contar isso a ela.
A verdade é que eu não queria machucar Sophie, eu quis evitar justamente essa situação que estávamos agora, queria evitar que ela se decepcionasse comigo, que se sentisse menos do que é e que quisesse ir embora.
— As vezes eu acho que te criei da forma errada. — meu pai falou sacudindo a cabeça negativamente, como se estivesse desapontado comigo. — Talvez se você não tivesse tido tudo sempre ao alcance da mão, saberia agora dar valor ao que tem de precioso.
Bufei sabendo que era a única coisa que eu podia fazer, estava errado e discutir só ia me tirar ainda mais da razão.
Me afastei dele pegando o celular e indo para a sala, fui rápido em enviar uma mensagem para Cris, precisava colocar alguém rápido atrás dela antes mesmo que ela saísse daqui, não me contentaria em tê-la longe e ficar sem notícias. O mero pensamento em não saber onde ela possa estar faz meu estômago dar um nó e um incomodo se alojar em meu peito.
Sophie não conhecia nada da vida, não tinha vivido no mundo real, e mesmo que soubesse o quanto as pessoas poderiam ser cruéis, ela ainda precisava ser cuidada, ser protegida e eu tinha dito que faria isso, não me importava se ela estava aqui ou não, eu ia mantê-la segura.
Ignorando os xingamentos de Cris, ele foi rápido em me dizer que homem estaria disponível e que eu deveria colocar John para levá-la. Isso era indispensável, John ia acompanhá-la e ficar a disposição caso ela precisasse.
O barulho de passos na escada e a voz baixa da minha mãe me chamam a atenção. Eu me volto para os degraus bem a tempo de ver as duas conversando baixinho.
Sophie carregava em uma das mãos a mesma mala com a qual chegou aqui, e apenas isso, não tem nenhuma outra mala ou pede para que alguém a ajude. Parte de mim se alegra em saber disso, porque se ela está deixando para trás suas outras coisas é sinal de que vai voltar.
Mas então um outro pensamento me toma, se ela estiver indo embora e deixando para trás as coisas porque não quer levar nada meu com ela? Não, eu não posso pensar assim, isso eu não aceitaria.
Sophie disse que ia pensar e quando se decidisse iríamos conversar. Era nisso que eu deveria focar, em ajudá-la a se decidir que seu lugar era aqui.
O olhar triste dela se encontrou e não tinha nem como esconder que ela andou chorando, os outros se aproximaram dela se despedindo e pedindo para que ela enviasse notícias, mas ela não tinha um celular, nem isso eu tinha tido tempo de fazer por ela e agora ela estava indo embora por minha estupidez.
Sophie se virou para a porta sem falar comigo ou fazer nenhuma menção disso.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Casada com a Fera
Quando vai sair o restantes dos capítulos?...
Estou doida para terminar esse livro... mais tá difícil!!...
Pois, é hoje adicionaram mais um capítulo. Deveriam pôr todos pois diz estar concluído!...
Diz que está concluído mais não sai do capítulo 28!!...
O livro acaba no capítulo 28? Não vejo o restante dos capítulos......