Casada por acidente com o CEO romance Capítulo 22

CAPÍTULO 22

Luana Davis

Se antes eu já achava que a minha vida estava uma bagunça, agora é que eu perdi o controle de vez! Confesso que fiquei feliz com atitude do Igor em me tirar daquele lugar, pois eu já estava morrendo por dentro, por estar lá e me sentindo completamente culpada por matar o meu filho, senti um alívio enorme quando fui tirada daquela sala, embora tenha morrido de dó dos médicos e enfermeiros que estavam presentes.

Essa história toda de gravidez me assustou demais, e de forma alguma eu pretendo prejudicar a vida dele com isso, pois eu sempre soube da verdade... sempre soube que aquilo foi apenas um acidente, e que o verdadeiro amor dele é a bailarina.

Eu já pensei que amei um dia, e me enganei! Mas, também posso dizer que sofri demais pelo Hélio, mesmo hoje sabendo que aquilo nunca foi amor de verdade, pois ele era egoísta e mentiroso, nunca me amou e ainda assim eu sofri tanto por causa dele! Porque eu deixaria que o Igor passasse pela mesma situação que eu? Já, que a bailarina realmente deve gostar dele?

Embora eu tenha ficado feliz com a sua atitude, as lágrimas mais uma vez tomaram conta de mim ao sair de dentro daquele hospital.

Ainda me sinto culpada, inútil, perdida e muitas outras coisas! Mais sinceramente... cheguei a um ponto da minha vida, que não sei o caminho que devo seguir... e pense num susto que eu levei quando vi uma velhinha como aquela, aparecendo no meio do caminho e batendo no Igor daquela forma? Aquela senhora é mesmo muito brava!

Ela é uma velhinha que aparenta ser mais jovem do que dizem, muito bem vestida em seu terninho preto, e sapatos caros, ela não anda naquele coque tradicional que as velhinhas costumam usar, ela é muito mais sofisticada... tem um cabelo muito bem escovado com um topete muito chique... mas pense numa velhinha brava... se o Igor achou a minha mãe encrenqueira e terrível, acho que foi porque ele esqueceu de como é a avó dele, confesso que fiquei com medo da velhinha, e pensei que sobraria até pra mim!

Demorou um bom tempo para que a velhinha teimosa enfim, me ouvisse e acreditasse que aquela criança ainda estava na minha barriga, embora eu tenha muito do que me envergonhar, por ter tentado tirá-lo dali a poucos minutos atrás!

Ela veio com uma história de que queria que eu e o Igor nos casássemos! Mas, como eu já falei antes, não acho isso nada justo, e do que depender de mim não vou prejudicar em nada a vida do Igor, com essa história! Ele mesmo já repetiu diversas vezes o que pensa, e o nosso casamento não é o caminho!

Com a chegada dos ilhéus ali ainda na frente do hospital, fiquei ainda mais assustada, eu não sabia que as coisas estavam naquela proporção... os moradores da ilha, estão desesperados por conseguir fazer com que o grupo Smith mantenha a ilha como está, e não a venda e nem prejudique o meio ambiente.

Querendo ou não, aquele é o lugar aonde nasci e cresci durante a minha infância, me lembra a minha avó, e o meu pai, e sem contar os tempos bons que eu vivi enquanto eles ainda eram vivos.

Então vendo o desespero deles, me preocupei... e também as pessoas começaram a se ajoelhar no chão, e aquilo me comoveu, eu já estava emocionada, agora então é que eu parecia uma manteiga derretida.

Mas para o meu susto uma das pessoas presentes me reconheceu e falou:

— Olhem! Essa é mulher que todos os jornais da região procuram! Ela é daqui da ilha, e poderá nos ajudar! — ela falava de mim? Mas, como?

— É, mesmo! Ela é a moça... por favor nos ajude! Se não nos ajudar, quem irá? Como viveremos se tivermos que sair da ilha? Como daremos o que comer aos nossos filhos? — perguntou outra jovem.

— Sem contar que o local ficaria todo destruído se eles resolvessem investir aqui, perderíamos grande parte da natureza e de coisas que apreciamos a nossa vida toda! Você sabe, você já morou, aqui! Enterramos os nossos parentes... inclusive a sua avó e o seu pai, então coloque a mão na consciência e nos ajude! — falou um homem que eu já conheço na ilha, e comecei a me lembrar de muitas coisas.

— Era Justamente por isso que eu havia decidido fazer aquele aborto! Não quero ver a sua vida destruída por causa disso! — falei, e fui repreendida por ele.

— já chega de falar assim, Luana! “Isso” que você disse é o nosso filho! E não quero mais te ver falando nessa hipótese nunca mais! Eu já te expliquei que vou te ajudar em tudo e que esse filho também é meu! O hospital ou a clínica que aceitar fazer esse procedimento será fechado no mesmo dia. Então pense bem... você quer manter os empregos do ilhéus, mas vai tirar o emprego de muita gente se voltar a fazer isso, ou pensar nisso! — falou bravo.

— Tudo bem! Prometo que não falo mais nisso! Mas, entenda o meu lado, essas pessoas fazem parte da minha família... como posso simplesmente ignorá-las, e fingir que nunca fui daqui, virando as costas para o povo? Eu não posso ser tão egoísta! Afinal eles já me ajudaram muito! — falei isso e o vi pensativo. Ele olhou para sua avó por algum tempo em silêncio.

Essa hipótese de se casar com ele também me assusta como mulher, pois como seria se casar com um homem que claramente diz que não te ama, pelo contrário ama outra pessoa! Certamente as chances de eu ter um casamento triste e frustrado serão muito grandes!

Então este sacrifício não seria apenas do Igor, mas também seria meu, sem contar com o peso que carregarei sabendo que estraguei o relacionamento de duas pessoas que se amavam, por um simples acidente do destino! Embora a minha vozinha sempre dizia que “nenhum filho é um acidente do destino! Um filho é algo gerado por Deus de presente para nós, e ele não dá a quem não possa cuidar como ele gostaria... então a mulher que tivesse essa honra deveria ficar muito feliz, pois não são todas que tem essa oportunidade.”

Mas ainda assim, o meu filho seria feliz vendo que os pais vivem em um casamento triste? Essa é uma pergunta muito difícil de responder, e também acho que já pensei demais por hoje... a minha cabeça está cansada preciso descansar!

Então... quando eu pensei que ele não falaria mais nada ele me surpreendeu com a sua última frase:

— Vamos nos casar!