Casada por acidente com o CEO romance Capítulo 73

Louis Davis

(Nove meses, antes)

— Alô!

— Louis, onde você tá? A Edineide me contou que não tem dormido direito e nem está comendo! — a minha irmã Luana reclama.

— Luana não estou no meu melhor dia, você sabe... eu tinha certeza que havia encontrado alguém especial e formaria uma família, eu não esperava terminar o mês, assim... tão magoado, com essa angústia, dor no peito... só não estou bem. Mas, fiquem tranquilas, eu acabei de entrar num trem, estou quase me sentando, quero chegar cedo para a minha exposição em Washington, a minha cabeça precisa parar de pensar um pouco. — Fui arrumar as minhas coisas e alguém tropeçou em mim. O meu celular deslizou e me apressei em segurar.

— Ai! — resmungou e fui rápido em apoiar a moça, que por muito pouco não foi para o chão. Ela ficou parada nos meus braços e me olhando parecendo assustada por alguns segundos. Ela era muito bonita, com uma pele bronzeada, cabelos negros e encaracolados, com os olhos escuros como a noite e os belos e longos cílios se moviam devagar escondendo parte do seu desapontamento.

Eu fiquei com as duas mãos em sua cintura, e o corpo dela bem perto do meu, sentindo o seu cheiro exótico que nunca senti antes, e me perdi nos pensamentos, não sei o que me deu, acho que foi o meu desejo em ter alguém assim pra mim, será que um dia eu teria uma chance dessas?

— Deveria tomar mais cuidado, ao invés de ficar no caminho, e derrubar as pessoas que estão tentando achar o seu lugar em paz! — ela parecia brava. — E vê se me solta, preciso encontrar o meu lugar... — foi me empurrando e saindo do meu braço, mudando completamente de comportamento, estava meio distraída com algo também.

— Eu sinto muito, eu não vi que fiquei no caminho, vou prestar mais atenção da próxima vez...

— Não se desculpe! Mas, que coisa brega! — colocou a mão na cintura, e balançou a cabeça revirando os olhos.

— Hoje não estou num bom dia, acho que só preciso ficar sozinho... — a vi ficando incomodada com a minha atitude, se abaixou para pegar algo no chão, e então olhei para o celular na minha mão e lembrei que esqueci a Luana na linha.

— Louis... Louis... — ouvi de longe, e voltei a colocar o celular no ouvido.

— Luana, me desculpe! Aconteceu um pequeno acidente aqui, mas já está tudo bem, vou desligar agora, e conversamos depois... eu te ligo tá? — fui me sentando assim que vi que a moça sumiu dali.

— Beijo, Louis!

— Beijo, Lu! — levantei parcialmente procurando pela moça e não a vi mais, eu realmente não levo jeito com as mulheres.

Encostei a cabeça no acento e fechei os olhos tentando pensar melhor nas coisas.

“Primeiro fiquei feliz quando conheci a Luana, pensei ter me apaixonado por ela, e depois descobri que ela era a minha irmã, aquela que procurei a minha vida inteira... No fundo, eu sabia que o sentimento era diferente, tinha algo errado, mas doeu.“

“Apaguei tudo o que havia criado com ela quanto a expectativas, e tentei algo com a Malu, uma jovem simples e linda que conheci em seguida. O problema é que ela mora no Brasil e começou a ficar complicado demais para a gente se ver, e quando eu tomei uma iniciativa e a pedi em casamento, ganhei esse balde de água fria...

Lembrança daquele dia:

— Aceita se casar, comigo?

— Louis, eu não estou segura de nada, e nem sei direito de sentimentos...

— Mas, Malu... passamos aquele final de semana tão próximos...

— Você não vê que estou te rejeitando? Eu não posso me casar com você, vê se entende!

— Você me olhou nos olhos quando fizemos amor, como pode dizer isso, agora? Eu fiz algo errado?

— Só deixa tudo como está, eu preciso sair agora! Não temos futuro juntos. — Foi como levar uma facada no peito. Agora estou aqui, acho que estou solteiro outra vez, então...“

Vou me concentrar na minha exposição, depois que comecei a expor os meus trabalhos de esculturas fiquei bem famoso, e agora também tenho uma galeria conceituada em Nova York, e ainda vou cuidar da galeria da minha irmã, pois ela está no final da gravidez e logo nascem os meus sobrinhos.

Quando cheguei na galeria, vi tudo fechado, liguei para o meu gerente e percebi que o evento é amanhã e confundi os dias.

— Caramba, como não observei esse detalhe?

— Tranquilo senhor Louis, tem um hotel aí em frente, é muito confortável. Aproveita um pouco da piscina e do jardim que é muito bonito, a sua namorada Malu, veio?

— Não, não veio... acho que nunca mais virá, mas pode deixar que vou me resolver... — só em ouvir o nome dela, me dói o peito.

— Só não esquece da reunião que agendamos com o advogado amanhã as cinco da tarde! — falou o gerente.

— Qual o local?

— No café do hotel, senhor! Eu estarei presente para ajudá-lo a resolver, é do meu interesse continuar com o imóvel.

— Eu sei lá qual é a desse cliente, fica insistindo em comprar um imóvel que não está a venda, mas como eu já iria vir para a exposição, decidi atender, ele falou que tinha uma nova proposta...

— Fique esperto chefe, não confie, eles estão muito interessados na galeria também, às vezes tem outros interesses!

— Você está certo, vou tomar cuidado!

Ao desligar, percebi que não teria outro jeito a não ser ficar no hotel. Fiquei com uma suíte principal, e pedi uma bebida forte, eu beberia sozinho, mas estava chato. Então acabei com a garrafa e fui para o bar do hotel tomar outra.

Observei uma mulher de costas no balcão principal com uma bela cintura, e um cabelo cacheado lindo. Fui me aproximando devagar, e quando vi era a mesma que caiu nos meus braços no trem, mas agora ela estava chorando.

— Traz um copo, bom rapaz! A moça bonita está precisando mais do que eu... — exclamei, e ela me olhou e não respondeu, mas aceitou depressa a bebida e virou o copo.

— Obrigada.

— Dia ruim, também?

— Péssimo... além da minha família ter perdido muito dinheiro, eu também perdi o namorado, o engraçado é que foi logo depois que eu soube dos problemas... eu sou muito azarada! — colocou a mão na garrafa enquanto me olhava firme e ela mesma serviu outra dose. Por um momento fiquei pensando que eu não era o único azarado, ali. — Escuta, você não vai reclamar? Eu peguei a sua bebida, poxa!

— Tudo bem... você precisava mais do que eu...

— Meu Deus, você é bem mole, precisa ser mais autoritário, na verdade, eu estou louca para brigar com alguém, preciso extravasar hoje, estou com raiva, irritada!

— Então vamos brigar logo, estou precisando mudar um pouco... fui abandonado acho que pela décima vez, tenho motivos para encher a cara, hoje.

— Traição? — questionou.

— Não. Eu a pedi em casamento... — precisei pausar para um gole daquela bebida. — E, descobri que ela não me amava, é sempre assim!

— Vem comigo! — puxou o meu pulso e pegou a garrafa me puxando pra fora.

— Para onde? — questionei.

— Se perguntar de novo, também vou te abandonar, aqui!

— Ah... ótimo! Então vou me calar...

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