Casada por acidente com o CEO romance Capítulo 77

Islanne Lima

Leno estava ali, e eu sentia que o meu coração idiota ainda batia por ele. Olhei duas vezes e vi que me ignorou como sempre, então aceitei a mão do Louis.

O lugar era muito bonito, e fiquei sem graça que eu ainda estava com a roupa que fui ao hospital, e o cabelo já não estava alinhado.

Segui o Louis que continuava a segurar a minha mão e ele sentou na banqueta alta do balcão, me colocando no meio das suas pernas, e senti um frio na barriga, pois me lembrei que ainda ontem ele estava dentro de mim.

— Me vende aquela fita? — perguntou para a atendente, e vi que era uma fita simples, dourada que estava esticada sobre a mesa dela.

— Pode pegar, se quiser! Essa sobrou do trabalho da escola da minha filha, mas é bem simples... — a mulher explicou sem graça, mais ele sorriu satisfeito, e agradeceu.

Fiquei olhando... o que ele faria com aquilo? Então, percebi a enorme habilidade em suas mãos, que em poucos segundos transformou a fita num lindo laço. Pegou algo do bolso, prendeu naquele laço, e estava pronto um dos laços mais lindos que eu já vi.

— Gosta? — perguntou mostrando o seu belo trabalho de segundos.

— É lindo..., mas de onde tirou esse negocinho que prende aí? — ele gargalhou, e me perdi naquele sorriso tão gostoso.

Fiquei feito boba admirando a sua beleza, ele ficou tão natural agora, que não se parece com nenhuma das versões que conheci dele, nem mesmo o amante veloz que me possuiu ontem a noite.

— Cresci num orfanato, e continuo frequentando até hoje! Já fiz centenas de laços como esse, e seu cabelo é perfeito para usar ele, se quiser! — segurou o meu queixo me analisando, e senti algo correr afoito por dentro de mim, como um fogo que arde sem se ver.

— Obrigada... — resmunguei e ele todo delicado tocou no meu cabelo colocando o laço, passou a mão arrumando e acariciando com perfeição e cheguei a fechar os olhos ao sentir o toque macio e sensual que ele tem, e precisei me concentrar para não ser pega em flagrante o olhando.

— Você é linda, sabia? Tem um olhar diferente, os olhos levemente puxados, a boca parece desenhada, e a pele nem parece real! — senti o meu coração acelerar, pois ninguém me elogiou dessa forma, me senti estranha.

— Nossa, obrigada... ainda me sinto mal vestida... — ele se levantou e gentilmente encostou o seu corpo no meu, e as minhas mãos tocaram o seu peito tão durinho.

— Escolha os Milk-Sheiks, ou sorvetes, que já volto! Vou buscar algo no carro! — assenti, e ele saiu me deixando suspirar sozinha.

Não posso me apaixonar de novo, preciso lembrar o quão azarada eu sou, e não fazer besteiras. Afinal, isso pode ser apenas um jogo de sedução da parte dele, porque no começo todo homem é bom, fica querendo me encantar para depois me deixar sozinha.

Fiz os pedidos e me assustei com o Leno sentando do meu lado.

— O que está fazendo com outro cara?

— Oi, Leno! Tudo bem com você? — ele levantou furioso e segurou o meu braço.

— Pô! Foi só eu pedir um tempo e você já está de pegação com outro! Eu vi ele todo de nhenhenhem para o teu lado!

— Me solta! Eu e você não temos nada! Ou já esqueceu que foi você que... ah, deixa pra lá!— tentei me soltar dele.

— Você nem tem nada com o cara, ainda assim aceita pegar na mão, e sei lá o que mais... O que é? Tá pagando sorvete caro pra ele ficar perto de você? — senti o meu peito doer. Foi difícil ouvir as palavras do Leno, ele claramente disse que eu preciso pagar para ter um homem...

— Com licença! Posso saber o que pensa que está fazendo, ao importunar a minha namorada! — Louis falou tão firme que até eu tive dúvidas agora, será que só quis me ajudar?

Louis se aproximou e me vestiu com o maior cuidado, num casaco preto, lindo, que ia até os meus joelhos e agora fiquei mais chique.

— É verdade isso? Está namorando esse aí? — Leno perguntou e agora me lembrei que ele estava disposto a me humilhar.

Sem saber o que fazer, senti o Louis me abraçar de lado, e confortavelmente me aconcheguei. Então continuei com a cena, e até que eu estava gostando.

— Sim, estamos juntos! — olhei para o Leno que nos observava e então aproximei o rosto do Louis e ele pareceu ler a minha mente e me beijou suavemente.

Hoje não bebi, então senti melhor a sua boca na minha. Até esqueci que o Leno estava ali e fiquei de frente para beijá-lo melhor, e foi gostoso aquilo. A sua língua percorreu a minha com rapidez, me puxando totalmente para ele, pensei que seria um beijo simples, mas fiquei leve com aquele jeito dele de me envolver sem que eu percebesse quando foi que começou.

Senti o corpo dele me encostando no balcão, e o seu membro duro encostou em mim também, trazendo mais lembranças da nossa noite, e agora vejo que não vou esquecer nunca do seu corpo no meu, sinto como se fosse tão comum ele se encostar assim em mim, e lembro da minha vontade de tê-lo tocado ali em baixo naquele momento, a curiosidade de sentir o seu membro na minha mão, tomou a minha mente, e só percebi que estava na sorveteria quando o garçom pigarreou.

— Hum, hum! Estão aqui os pedidos... — soltei a sua boca de repente e vi que os seus lábios pareciam uma tentação, completamente vermelhos.

Ele passou o dedo na minha boca enquanto ainda olhava para ela, e então disfarcei quando vi que o Leno já havia ido.

Pegamos o pedido em silêncio e ficamos nos olhando na mesa que ficamos, logo à frente.

Louis levantou e fez outro pedido, e então veio um sorvete aberto, numa bandeja linda, com outra dentro, feita de chocolate.

— Aposto que nunca comeu essa... eu pedi para fazerem exclusivamente para a gente, tem mirtilos em calda e algumas frutas vermelhas.

— Parece bom...

— Vem comer comigo... — falou e me ofereceu uma colherada.

— O que está fazendo, Louis? — questionei, pois não quero me encantar por ele e sofrer depois.

— Só quero te agradar! Me deixe cuidar de você esta noite, quero recompensar a noite de ontem. — falou sério, e não entendi.

— Por que fala isso? — ele olhou para os lados e veio falar no meu ouvido.

— Provavelmente eu te machuquei daquela maneira, se eu soubesse antes, poderíamos ter...

— Pare, não vamos falar sobre aquilo! Foi um acidente, e só! — comi o sorvete da colher que ele havia me oferecido. — Mas, vamos aproveitar então! Vai me dar tudo na boca? — ele sorriu sem graça, mas continuou me dando sorvete na boca, e também quebrou um pedaço de chocolate e colocou nela, e fiquei com vontade de beijá-lo outra vez.

— O que tanto me olha? — perguntou.

— É que você beija muito bem! — gargalhei ao perceber que falei besteira e ainda olhei para os lábios dele.

— Posso te beijar muito mais, se você quiser...

— Proposta tentadora! — falei ainda o olhando.

— Por que não passa essa noite comigo? Eu só preciso ir para a minha exposição as vinte horas, deve levar no máximo duas horas, e essa é a minha última noite aqui no hotel, então voltarei para casa... — ele falou e na mesma hora entendi o que ele queria, mas como eu ficaria depois? Ele já deixou bem claro que não mora aqui...

— Quer passar outra noite comigo? — perguntei baixinho, meio envergonhada.

— Quero recompensar a noite de ontem, prometo não fazer nada que você não queira... posso só te beijar, se você quiser! — sorriu e ergueu outra colherada de sorvete, colocando na minha boca.

Olhou para o meu lábio e beijou chupando um pouco de sorvete que caiu, e logo depois o sujou com a colher e chupou de novo e eu sorri.

— Eu preciso ir para casa, vou cuidar da minha mãe...

— Ah, entendo... — me cortou.

— Mas, se não for dormir cedo posso passar no hotel! — os seus olhos brilhavam ao me olhar.

— Seria ótimo! Vou te levar para casa, e se quiser posso te buscar depois...

— Eu tenho carro, não se preocupe!

— Tudo bem...

Louis está me deixando confusa, e não sei por que aceitei passar a noite com ele, mas estou ansiosa para ir.

Ele se despediu de mim com um beijo no portão da minha casa, e depois saiu.

Entrei para cuidar da minha mãe, que parecia um pouco melhor, e depois tomei um banho para me encontrar com ele.

Eu sei que não temos nada e pelo visto não teremos, mas tenho vontade de estar com ele de novo, então vou pra lá.

Acabei percebendo que ele não me passou o seu número de telefone e nem do quarto. Eu só tenho do seu assistente, então achei melhor perguntar na recepção do hotel, pelo menos o nome dele eu sei.

— Boa noite! O senhor poderia me informar qual é o quarto do senhor Louis Davis? — ele me olhou e pareceu confuso.

— Qual o seu nome?

— Islanne Lima, precisa de algum documento?

— Sim, mas não é isso... é que o senhor Davis está com a namorada dele, agora... a Malu, e vou precisar ligar para ele e verificar se... — nem terminou de falar e já o cortei.

— De jeito nenhum! Se está com ela, que fique com ela! — falei muito chateada, parece que fui feita de boba.

— É que vou embora daqui a cinco minutos, e daí vai entrar um colega meu...

— Não se preocupe, eu não pretendo voltar, nem diga a ele que eu estive, aqui... — saí a passos rápidos daquele lugar.

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