Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 465

“Flávio”

Eu estava na delegacia, depois de encontrar a Sabrina não voltei pra casa, o dia já estava quase amanhecendo e eu teria que sair para o trabalho mesmo, achei melhor não perturbar minha baixinha. Mas eu ia perturbar outra pessoa. Peguei o telefone e disquei para o meu pai.

- Flávio, bom dia! Já recobrou o juízo? – Meu pai atendeu tranquilamente. Eu sabia que ele acordava sempre muito cedo e a essa hora já estava sentado na biblioteca de casa lendo as notícias.

- Pai, eu nunca o perdi! Mas eu liguei só para te dizer uma coisa que eu acho que você não entendeu. – Falei tão calmo quanto ele. – A Sabrina é um tiro no pé. Eu nunca vou voltar pra ela e se ela perturbar a Manu eu rompo em definitivo com a família. Então, pare de usá-la, não vai funcionar e só está me irritando.

- Pelo menos está te irritando. – Meu pai riu. É claro que ele queria mais do que me irritar.

- Pensei que nós daríamos uma trégua? – Perguntei vendo que meu esforço do dia anterior foi em vão.

- Ah, filho, mas eu te dei uma trégua. Estou aceitando a proposta que você me fez de estar nos eventos da empresa e apoiar o seu irmão sempre que eu achar conveniente. Por um tempo, pelo menos. Mas a Sabrina, não tenho nada com isso. – Meu pai falava muito tranquilamente.

- Claro. Pai, você é um homem inteligente, aja como tal. Usar a Sabrina pode se voltar contra você. Estou avisando, se ela, ou qualquer outro que seja, perturbar a Manu, eu rompo em definitivo com a família. Era só isso que eu queria dizer. Bom dia. – Desliguei o telefone, pois já havia dado o meu recado.

Fiquei sentado olhando para o tempo. Eu estava com meu trabalho bem adiantado, decidi incomodar outra pessoa, que acordava cedo, mas nem tanto assim.

- Se morreu, enterra, não precisa me ligar pra perguntar o que fazer. – Lisandra atendeu com voz sonolenta. Ela odiava ser acordada e eu ri sabendo que ela ficaria brava.

- Não morreu, mas por sua culpa vai acabar ficando careca. – Ri e escutei a risada dela do outro lado.

- Poxa, maninho, você sabe como acabar com o meu mau humor! – Ela riu. – Fala rápido pra eu voltar a dormir, eu estava sonhando com aquele cara gato que faz aquela série policial que a gente assistiu juntos, quero voltar pra ele.

Comecei a rir. Minha irmã adorava séries e em cada uma arranjava uma paixão platônica, ou um crush, como ela dizia. O do momento era o cara que fazia um policial durão numa série da swat.

- Engraçado, eu tenho um amigo que parece muito com ele. – Falei me lembrando do Patrício. – Ah, mas você também conhece, é o Patrício Guzman. – Minha irmã ficou muda.

- Fala logo, Flávio. Ainda é de madrugada, o que você quer? – Lisa falou impaciente e eu percebi que seu bom humor tinha sido passageiro. Ela deve ter visto as horas e ficou brava.

- Irmãzinha, quero saber o que te deu para ir tomar um café com a Sabrina.

- Como você sabe? – Lisa ficou surpresa.

- Aquela louca está aqui. E pelo amor de deus, quando ela descobrir que você pregou uma peça nela sobre os piolhos, ela vai querer te matar. – Falei me lembrando de uma briga que as duas tiveram no clube da cidade, quando eu ainda estava casado com a Sabrina.

- Vai me recriminar? Você precisa de informações, só estou te ajudando! – Ela se fez de ofendida.

- Agradeço, irmãzinha. Mas tome cuidado, você sabe como o nosso pai pode ser criativo com as lições que ele nos dá. – Falei me lembrando das muitas lições que ela recebeu do nosso pai, sempre muito criativas e severas, às vezes até engraçadas, mas que sempre a faziam passar por alguma situação ridícula.

- Se você não contar, eu não conto! – Ela sempre dizia isso.

- O que ele prometeu dar a Sabrina? Você descobriu isso?

- Dinheiro, maninho, dinheiro. Sempre o dinheiro. E pelo que sei não é pouco não. Nossa mãe reclamou com ele que achava que ele estava pagando muito caro para a Sabrina apenas te causar um incômodo. Ele vai se associar ao pai dela para evitar a falência dele e vai dar uma quantia mensal permanente para ela viver tranquilinha lá em Londres. – Lisa estava sabendo das coisas.

- Nossa mãe tem razão. É muito dinheiro só por um incômodo. Tem algo errado nisso. – Concluí, sabendo que meu pai não jogava dinheiro aos pobres.

- Isso eu não sei. Mas tenho um palpite. Talvez ele esteja fazendo uma cortina de fumaça para a Sabrina fazer tudo o que ele quer.

- Uma ilusão? E no final ela não leva nada? – Poderia até ser, mas aí a Sabrina colocaria a boca no mundo.

- É o que eu acho. Mas, agora eu vou voltar para o meu gostosão da swat. Foi bom falar com você, maninho. – Lisa desligou o telefone e eu fiquei pensando no que ela me disse. Meu pai tinha mais cartas na manga e eu precisava descobrir.

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