Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 498

“Flávio”

Cheguei a Campanário e fui direto pra empresa do meu pai, meu irmão já estava me esperando.

- Me explica, Flávio, o que você está fazendo aqui hoje? – Raul perguntou curioso, pois eu não havia dito o motivo da minha visita.

- Nosso pai esteve na minha casa no sábado. Foi falar com a Manuela. – Raul me olhou como se não acreditasse.

- Mas a mamãe disse que ele tinha ido à cidade vizinha visitar um amigo. – Raul estava de olho no que nossos pais andavam aprontando e sempre me avisava quando achava algo importante.

- Mas não foi. Pegou a Manu sozinha, eu estava de plantão. – Expliquei. O fato de a minha mãe ter mentido só me acendeu mais um sinal de alerta. – Mas pelo que ela falou ele só tentou convencê-la a ajudá-lo a me trazer de volta, como ele gosta de dizer. Parece que foi bem educado com ela.

- Menos mal. Mas aí por isso você está aqui?

- Vim deixar bem claro pra ele que não é pra mexer com ela. E também vim saber da situação da Lisa. Mamãe continua com aquela idéia tosca de casamento arranjado? – Eu realmente estava preocupado com a minha irmã.

- Sim, nossa mãe ainda não desistiu. E com a minha situação, você não está preocupado? – Raul perguntou fazendo-se de ofendido.

- Ah, não sei, acho que a idéia da mamãe pra você não é ruim, gosto da idéia de ser tio. – Zombei dele e ele riu. – Você e a Paula sabem se cuidar.

Não demorou para o meu pai aparecer na sala do meu irmão, com certeza algum puxa saco já havia avisado a ele que eu estava ali.

- Flávio! Que surpresa boa! Resolveu tomar posse do que é seu? – Meu pai estava muito sorridente.

- Na verdade, pai, vim aqui te avisar pra ficar longe do que é meu.

- Não acredito que você está chateado porque eu fui visitar a sua namorada? – Ele sorriu ainda mais. – Aliás, uma moça muito bonita e muito educada, me surpreendeu.

- Sim, a Manu é tudo isso e muito mais. Mas você não foi visitá-la por simples curiosidade. – Eu não acreditaria nunca nisso.

- Flávio, eu sempre vou tentar fazer você perceber o erro que está cometendo, se a Manu pudesse me ajudar com isso seria ótimo, mas ela deixou claro que te apóia e não vai interceder pela minha causa. Eu queria conhecê-la, apenas isso.

Eu estava achando bem estranho, parecia simples demais para o meu pai. Ele estava sendo direto, não tentou me enrolar, disse a que foi e sem rodeios.

- O que você está armando, pai? – Eu não estava acreditando que era só isso, uma visita, uma tentativa de ter a ajuda dela e pronto. E ainda a elogiou. Tinha algo errado.

- Filho, eu vou continuar insistindo com você, mas a Manu deixou claro que não posso contar com ela. Mas ela também disse que vai te apoiar no que você decidir, então acho que se você decidir voltar ela estará ao seu lado, o que me deixa aliviado, pois ela não é o empecilho para você voltar. – Meu pai falava com tanta naturalidade que, se eu não o conhecesse tão bem, eu acreditaria.

- Não ela não é empecilho pra nada. Eu sei que a Manu vai comigo pra onde eu for. – Respondi com confiança. – Mas você não me convenceu, pai. E eu quero te lembrar do aviso que eu já te dei.

- E qual aviso seria esse? – Meu pai estava estranhamente tranquilo, nenhum grito, nenhuma insistência, nenhum drama.

- Se você tocar nela, se fizer qualquer coisa para prejudicá-la ou para nos separar, eu rompo de vez com a família e vocês nunca mais me vêem. Eu não estou brincando, pai. Já basta aquele rolo com a Sabrina. – Avisei.

- Ah, a Sabrina. Soube que ela voltou e está morando com os pais. Você conseguiu o divórcio. Que bom! – Meu pai só ficava tranquilo assim quando conseguia o que queria, então eu estava preocupado, alguma coisa estava acontecendo e eu não sabia o que era.

- Sim, consegui o divórcio. Mas ela ainda está sendo investigada pelas assinaturas falsas naqueles documentos.

- Que baixaria dessa moça! Falsificar assinaturas... – Meu pai balançou a cabeça como se realmente achasse trágico. – Espero que os culpados sejam punidos. Mas fica tranquilo, filho, eu apenas estava curioso e fui conhecer a Manu. Infelizmente não posso contar com o apoio dela, então vou convencer você de outra forma. Fique tranquilo, eu não vou colocar a Manu no meio da nossa divergência.

- Simples assim? – Eu ainda não estava convencido, mas uma coisa eu sabia, fosse o que fosse, ele não falaria nada.

- Claro que estou, meu filho, eu só não esperava. – Ela respondeu e me deu um abraço.

- Vim falar com meu pai e passei para almoçar com você. E pra saber por que o meu pai foi até a minha casa falar com a minha namorada. – Olhei de frente pra ela que titubeou um pouco.

- Pergunte pra ele. – Ela respondeu e se virou para chamar a empregada, mandando colocar mais dois lugares à mesa. Ela falava menos que o meu pai. Quando se fechava ela era um túmulo lacrado.

- Mãe, por que você quer que a Lisa fique noiva na sexta? – Eu queria entender aquela situação.

- Porque ela vai se casar em quinze dias. – Olhei para o Raul que estava tão alarmado quanto eu.

- E por que a gente não está sabendo disso? – O Raul perguntou.

- Porque não vai ser nada demais. Eles vão assinar os documentos aqui em casa mesmo e vamos ter um almoço, somente os noivos e os pais. – Minha mãe estava inabalável e falava como se não fosse nada demais.

- Ah, mas ela não vai se casar com esse merda mesmo! – Eu nunca permitiria e era hora de tomar providência. – Lisa, vai arrumar as suas coisas, vou levar você comigo.

Minha irmã sorriu aliviada e saiu correndo pela escada, mas minha mãe interrompeu sua corrida.

- Pode parar aí mesmo, Lisandra, você não vai a lugar nenhum! Flávio, você não se meta nos meus assuntos. Sua irmã vai se casar e você não vai se meter. – Minha mãe estava vermelha de raiva. Fiz sinal para minha irmã ir depressa e me virei para a minha mãe.

- Mãe, eu te amo, mas eu não concordo com as coisas que você faz. Você não vai prender a minha irmã a um homem que vai fezê-la infeliz. A Lisa vem comigo. Ela é maior de idade e capaz, você não manda nela, mãe, não mais. – Falei tentando manter a voz calma.

- Se você for, Lisandra, esqueça que tem mãe! – Minha mãe deu o seu veredicto.