Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 497

“Manuela”

- Vocês têm mesmo que ir? – Perguntei ao meu irmão que havia acabado de colocar a mala no carro.

- Temos, Manu, mas nós vamos vir mais vezes te ver. – Meu irmão me abraçou muito apertado.

- Diz para o papai que eu estou bem, para ele não se preocupar. – Me despedi do meu irmão e da minha cunhada e fiquei olhando o carro se afastar.

- Baixinha, eu estou preocupado, aquela mulher não vai desistir. Ela não pode entrar no prédio, mas na faculdade não tem como impedir. – Flávio estava com o braço em minha cintura, desde sábado ele repetia a mesma coisa e eu sabia que ele tinha razão, mas eu não via como evitar.

- Eu sei que ela não vai desistir, mas eu não sei o que fazer. – Falei enquanto caminhávamos para o carro, voltamos a rotina de ele me levar e me buscar em todos os lugares.

- Você deveria fazer uma queixa contra ela e o Juliano. – Flávio estava insistindo que eu fosse à delegacia e denunciasse as agressões.

- Flávio, ela é minha mãe. Não é nem pelo Juliano, ele é meu irmão, mas nós dois nunca vamos ser como irmãos mesmo. Mas ela é minha mãe, eu ainda tenho a ilusão de que uma hora ela vai deixar tudo isso, que eu nem sei bem o que é, pra lá e vai me tratar bem. Poxa, ela é minha mãe, deve gostar pelo menos um pouquinho de mim. – Meus olhos já estavam transbordando de novo. Eu nunca entenderia porque ela fazia isso comigo.

- Manu, eu sei que é difícil, mas você precisa aceitar que essa mulher não é sua mãe. – Até me assustei com a forma com que o Flávio falou. – Ela até pode ter te dado a vida, mas ela nunca foi sua mãe de verdade, porque uma mãe não faz as coisas que ela já fez com você.

- O que o Camilo te contou? – Olhei pra ele alarmada. Minha mãe já havia feito muita coisa ruim comigo, as surras se tornaram rotineiras ao longo da minha vida. Os abusos verbais e morais, esses eu nem levava em conta mais. O abandono afetivo era só um detalhe no meio de tudo.

- Ele me contou o suficiente pra eu querer matar aquela mulher e aquele moleque! – Flávio apertava o volante com tanta força que os nós dos seus dedos ficaram brancos.

- Flávio, eu me afastei, estou longe dela, então tudo isso ficou no passado. – Tentei contemporizar as coisas, mesmo nem eu acreditando muito nisso.

- Não ficou no passado se eu olho para o seu rosto e vejo a sombra do roxo que ela te deu por baixo da sua maquiagem. Não ficou no passado se eu ainda vejo o corte na sua boca e o arranhão do anel dela na sua pele. Não ficou no passado, porque eu tirei aquele moleque de cima de você quando ele estava prestes a te bater mais. – Flávio estava com muita raiva e eu precisava acalmá-lo.

- Está bem. Eu faço qualquer coisa que você achar melhor, até trancar a faculdade, mas eu não vou denunciá-la. – Era a mina resposta final d eu sabia que ele não ficou satisfeito.

- Olha, vamos fazer assim, você vai ficar grudada naquele seu amiguinho durante todo o tempo que estiver na faculdade, eu vou te levar e te buscar a todos os lugares. Você não sai da sala sozinha eu vou te deixar na porta e te pegar na porta. A mesma coisa no escritório, o Rick vai ficar de olho em você pra mim. Estou pensando em contratar um segurança...

- Flávio, isso é exagero. O que você acha que ela pode fazer além de me agredir e me levar pra casa? Se ela me levar você vai lá, arrebenta tudo e me traz de volta. – Falei dando a coisa como sendo muito simples.

- Mas eu arrebento tudo mesmo e acabo com a raça dela, mesmo você insistindo que é sua mãe! – Flávio me olhou enviesado e eu nem ia discutir isso. – Se ela tocar em você de novo, Manu, eu mesmo a tranco numa cela pelo resto da vida medíocre dela.

- Está bem. Vamos torcer para que não seja preciso. – Passei a mão em seus cabelos. – Não fica bravo não.

- Está. E covarde. O mínimo que eu merecia era que ela dissesse na minha cara que quer esse divórcio, eu merecia uma conversa, você não acha? – Ele me olhou com tristeza.

- Você merece muito mais do que isso! Contou para os seus amigos?

- Ainda não, só pra você. Vou até lá no fim de semana e quando voltar eu conto. – Ele suspirou. – Obrigado, Manu, você tem sido uma ótima amiga, tem sido o meu apoio todos esses meses.

- Mas não é pra isso que os amigos servem? – Sorri e o cutuquei, no exato momento em que o elevador abriu as portas no nosso andar.

- Olha aí o Tico e Teco! Vocês dois andam inseparáveis. – Patrício riu. Ele estava sentado em minha cadeira e também parecia não ter dormido.

- O que você está fazendo aqui tão cedo? – Rick perguntou pra ele estranhando que tivesse chegado antes de nós.

- Não dormi. Achei melhor vir para o escritório, mas liberei tudo o que eu tinha pra fazer e fiquei à toa e entediado. Aí sentei aqui pra brincar de secretário. – Patrício sorriu, mas seus olhos não brilharam como sempre. – O que aconteceu com seu rosto, Manu?

É, a maquiagem não foi tão eficaz quanto eu pensei, como o Flávio disse, era possível ver a sombra do roxo sob a mesma. Passei a meia hora seguinte contando os últimos acontecimentos ao Patrício que insistiu em destacar um segurança da empresa para me acompanhar, mas assim como fiz com o Flávio descartei a possibilidade. Esses homens tinham mania de segurança.Ou eu estava realmente me negando a enxergar o perigo? De qualquer forma, eu empurrei o pensamento bem para o fundo da minha mente, não queria pensar que eu estivesse errada.

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