“Manuela”
Chegamos em casa e eu fui tomar um banho. Quando voltei para a sala, minha cunhada estava acabando de colocar a mesa e o Flávio estava ao telefone.
- Como você está, Manu? – Olívia perguntou.
- Péssima, Olívia. Como ela é capaz de fazer essas coisas comigo? – Eu estava com lágrimas nos olhos de novo.
- Ela é má, Manu! Infelizmente eu preciso te dizer isso. – Olívia suspirou. – Agora enxuga esses olhinhos, porque seu delegado pediu aquela comida chinesa que você adora pra gente almoçar.
- Baixinha, tomou os remédios? – Flávio me abraçou por trás e eu confirmei. – Sua mãe já está a caminho de casa. Mas eu vou insistir que você deveria denunciá-la.
- É minha mãe, Flávio... – Ele me abraçou e se deu por vencido com um suspiro resignado.
- Já avisei ao Camilo e ao seu pai, Manu. Parece que a sua mãe armou para confundir o funcionário que o seu pai deixou atrás dela. Ela foi pra casa da mulher do delegado da cidade e depois o carro dela saiu e voltou pra casa. O funcionário seguiu o carro da sua mãe, achando que era ela quem dirigia, e ficou de olho. Mas ela veio pra cá no carro da mulher do delegado. – Olívia explicou.
- Vamos precisar ficar mais atentos. – Flávio falou e eu tive certeza de que alguma coisa mais o preocupava.
- Ela nunca vai desistir, não é, Olívia? – Olhei para a minha cunhada.
- Tem um jeito dela desistir. – Flávio respirou fundo e me encarou.
- E o que seria? – Eu já esperava o Flávio tentar me convencer a denunciá-la, mas eu não achava que isso resolveria nada.
- Casa comigo. Se você já estiver casada ela não pode te obrigar a casar com outro e aí vai ter que desistir. – Eu olhei para o Flávio sem acreditar no que ele estava dizendo.
- Você está brincando, não é? – Eu olhava pra ele como se não acreditasse no que ouvi.
- Não, baixinha, é sério. – Ele segurou a minha mão. – A gente se casa e aí ela não vai poder fazer mais nada.
- Flávio, isso é um absurdo! – Reclamei.
- Absurdo porque, Manu? Nós estamos juntos, já moramos juntos, eu te amo, você me ama, a gente se casa e pronto. – Flávio falou como se tudo fosse muito prático e óbvio.
- Eu não vou me casar só para evitar que a minha mãe continue tentando me levar de volta pra casa. – Respondi.
- Você não me ama, Manu? – Ele perguntou como se tivesse sido ofendido.
- Eu te amo, Flávio, mas eu não quero que você se sinta obrigado a se casar comigo para me proteger da minha mãe. – Era tão óbvio que a idéia dele era estapafúrdia. Eu me senti um pouco magoada com aquilo.
Eu amava o Flávio, nada no mundo me faria mais feliz do que ser a esposa dele, mas não desse jeito, não porque ele se sentia obrigado. E muito menos com um pedido de casamento assim, como se fosse um negócio sem importância. Se um dia eu fosse pedida em casamento, eu esperava que fosse algo mais romântico, mais especial, mais tudo.
- Droga! – Flávio praguejou. – Eu vou ter que contar, Olívia.
- Contar o quê? – Olhei para os dois sem entender. – Aliás, Olívia, eu adoro que você esteja aqui, mas por que você está aqui?
- Ela veio a trabalho e nós nos encontramos por acaso. – O Flávio explicou e eu olhei para ela curiosa.
- Cadê ela? – Escutei a voz da Melissa perguntar alvoroçada, mas ela não deu tempo para o Flávio responder, foi entrando e quando me encontrou colocou as duas mãos nos meus ombros e me observou. – Ela pode até ter te colocado no mundo, mas ela não é sua mãe, porque mãe de verdade não faz isso. – A voz da Melissa estava embargada, ela me abraçou. – Dito isso, estou indo atrás dela e vou arrancar cada uma daquelas unhas com alicate.
- Eu não duvido que você faça isso. – Eu ri. – Mas eu vou ficar mais feliz se você se sentar e almoçar com a gente.
- Chaveirinho, denuncia logo essa mulher, a tire da sua vida. – Melissa suplicou.
- Eu não consigo, Mel! – Fui sincera, eu não sabia como tirar da minha vida a minha própria mãe.
- O quê que nós vamos fazer? – Ela olhou de mim para o Flávio e depois para a minha cunhada. – Olívia! Desculpe, eu não tinha te visto.
- Nós vamos nos sentar e almoçar. – Flávio se aproximou e puxou a cadeira para a Mel. – Era o plano inicial, Olívia e eu fomos buscar a Manu e iríamos convidar você para almoçar.
- Ai, gente, jura? – Melissa sorriu. – Então vamos almoçar e depois nós vamos ter uma tarde de meninas. E você pode ir trabalhar, delegado, se não quiser terminar o dia com as unhas pintadas, laço no cabelo e cílios postiços.
- Definitivamente eu não quero. – Flávio fez uma careta fazendo a gente rir.
- Mel, como você ficou sabendo? – Perguntei achando curioso que ela chegasse ali.
- Liguei para marcar uma reunião para o Martinez e a Lisa me contou. – Melissa explicou.
Depois que almoçamos, a Olívia entregou a Mel um presente, uma bolsa que ela usou no desfile que a Mel assistiu. Depois disso, já que eu teria a companhia da Melissa pelo resto do dia, o Flávio voltou para o trabalho e a Olívia foi com ele, pois ela ainda voltaria para a nossa cidade.
Na minha cabeça ainda martelava a proposta de casamento desajeitada do Flávio, a notícia de que minha mãe queria me casar com o Sr. Cândido e a suspeita de que a Olívia e o Flávio estavam compartilhando algum segredinho a mais que não quiseram me contar.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......