Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 288

Arrumei meu vestido uma última vez antes de entrar na igreja. Maria Lua não parava quieta e temi que a dama de honra não chegasse até o altar, podendo fugir ou sair correndo com as alianças para qualquer lugar, nem que fosse atrás de Be, o gato que estava de gravata, perdido pelo grande salão, repleto de pessoas que eu mal conhecia.

Mandy ajeitou meu vestido atrás e disse:

- Eu acho que você escolheu um vestido muito justo, querida. Tomara que não rasgue enquanto estiver andando ao som da marcha nupcial.

- Vire esta boca para lá, vó... Seria uma vergonha.

- Mandy, querida, se isso acontecer eu corto o pescoço da sua neta. – Ben falou, abanando-se com a mão – Estou tão nervoso! Acho que vou ter um ataque, juro!

- Olha para mim, Ben – peguei o rosto dele com as duas mãos e encarei seus olhos brilhantes, como duas pedras preciosas na pele limpa e completamente perfeita e bem cuidada – Você merece cada segundo disso... Aproveite o seu dia, amor da minha vida.

Ele deu um beijo nos meus lábios e começamos a rir instantaneamente.

- Acho que foi nosso último beijo, amiga. Porque se Anon ver essa cena, eu estou fodido.

- Estou louca para Heitor ver... E eu estar fodida.

- Por Deus, vocês não valem nada! Ainda falam isso na frente da menina. – Mandy criticou.

- Neste caso, atrás, Mandy. Estamos falando atrás dela. – Ben corrigiu.

- Ora, seus desclassificados. Não aguento vocês dois. Vou sentar no meu lugar. E rezar para minha neta chegar com o vestido inteiro no altar.

- Vó, você precisa tentar encontrar o Be... Tenho medo de Malu ver ele e sair do corredor. Então Ben ficará sem dama de honra e alianças.

- Daí eu mato o gato. – Ben falou com a voz grossa, fazendo nós olharmos para ele, inclusive Maria Lua. – Ah, eu não sou de ferro, meninas – ele ficou mais delicado.

- Maria, se comporte agora. Vamos entrar em alguns segundos. – Pedi.

- E o Be? – ela colocou as mãos para cima, perguntando pelo gato sumido.

- Se eu soubesse que o Be ia causar este estrago, tinha deixado ele em casa. – Falei.

- Não! – Ela me olhou rapidamente.

A marcha nupcial começou a tocar e arrumei a camisa branca de Ben, em tecido fino, com algumas lantejoulas. Ele adorava cores, mas para seu casamento preferiu uma camisa branca com calça da mesma cor. Os sapatos eram azuis, se destacando no look. Ele era um conhecedor de moda, então quem era eu para contestar? Amei o cabelo novo dele, que cortou curto. Embora eu o conhecesse com cabelos longos e ele os mantivesse no mesmo comprimento por anos, resolveu inovar para aquele momento. A aposta dele era de que Anon ficaria surpreso e amasse o resultado.

A mestre de cerimônias nos arrumou no corredor. Sorri quando todos levantaram e os olhares se voltaram para nós. Sentia meu coração bater forte de emoção pelo grande momento do meu amigo e amor da minha vida.

- Poderia ter vindo com uma fenda menor, não é mesmo, princesa? – Ben me disse entredentes, enquanto dava a mão para mim e dávamos os primeiros passos em direção ao altar.

- Meu marido gosta assim! – Dei de ombros, avistando o desclassificado mor no primeiro banco, vestido elegantemente num terno cinza claro que eu fiz questão de escolher para aquele momento. Claro que minha calcinha molhou imediatamente.

Porra, a família de Anon era grande pra caramba. O cara conseguia ter seis irmãos, pai e mãe vivos, tios, tias, primos, sobrinhos e por aí adiante.

Ben fez questão que eu entrasse com ele, lado a lado na igreja. Isso porque ele não tinha pai, mas acho que a nossa relação ia muito além dos sentimentos mais fortes que poderiam existir. Nosso vínculo era mais que de sangue. O maior exemplo disso é que estávamos com a filha de Salma naquele momento, o nosso raio de sol, o tesouro que minha amiga nos deixou.

- Estou nervoso pra caralho. – Ben confessou, num cochicho ao pé do meu ouvido.

- E eu também. Não é por nada não, mas parece que nossa combinação vermelho e branco não combinou muito bem. Sinto ar de reprovação nos olhos das pessoas.

- Ah, foda-se. Quem tem que se sentir bem somos nós.

Vi Anon vestido de branco no altar e sorri. Ele também parecia nervoso, as mãos uma envolvendo a outra, o peito subindo e descendo com sua respiração. Sim, era um casal de branco, nada tradicional.

E um dos noivos estava sendo conduzido ao altar pela melhor amiga, usando um vestido vermelho. A dama de honra em vez de olhar para frente, observava entre os bancos, atentamente, procurando um gato de gravata fujão.

Quando estávamos quase chegando ao altar, a alguns passos de completar o trajeto que parecia interminável, eis que o gato Be passou correndo, atravessando o corredor, de um lado para o outro. Seria cômico, se não fosse trágico. Neste momento perdemos a dama de honra, que saiu correndo com seu vestido de mangas bufantes e saia rodada, gritando:

- Be... Seu “cassificado”.

Botei a mão no coração, orgulhosa:

- Ben, você ouviu o que eu ouvi? Ela chamou o gato de desclassificado.

- Babi, se controla... Olha a cara de bravo do padre. – Ben disse, entredentes.

Enfim, chegamos ao altar. Anon estendeu a mão para Ben. Antes de entrega-lo, finalmente, eu disse:

- Você prometeu que cuidará dele e o fará feliz. Sabe que se não fizer isso, Anon, eu...

- Não, a senhora não sabe usar uma arma, senhora Bongiove. – Ele debochou.

- Mais respeito, Anon. Ou não entrego meu melhor amigo à você.

Anon sorriu na minha direção e depois olhou nos olhos de Ben:

- Você caiu de paraquedas na minha vida... Mas eu nunca fui tão feliz.

- Ah, eu amo você, Anonzinho. – disse Ben, apertando a bochecha dele.

- E eu amo você, Ben... Para sempre.

Para sempre... Limpei uma lágrima boba que caía pela minha face. Heitor veio até mim, retirando-me do altar. Eu quase tentava monopolizar meu amigo.

Acompanhei Heitor até o banco, na primeira fila, enquanto pegava sua mão, assistindo a cerimônia.

- Tem certeza de que não quer um momento assim, Bárbara? - ele perguntou no meu ouvido.

Olhei na sua direção e sorri:

- Tenho. Eu sou completamente feliz. Não preciso andar de novo por este corredor para confirmar isso. Bastou acompanhar Ben.

- Eu... Já disse o quanto você está linda? – Ele novamente falou de forma suave, fazendo eu me arrepiar com o seu hálito quente na minha orelha.

- Não lembro se disse... Mas pode dizer de novo.

- Está usando calcinha? Sua bunda está perfeita neste vestido.

- Claro que sim... Minúscula. Espero que você a tire, com a boca. – Sorri, olhando na direção dele.

O padre olhou na nossa direção, com o semblante sério. Apertei a mão de Heitor e disse, entredentes:

- Acho que o padre quer que a gente pare de falar, desclassificado.

- Então vamos obedecer... Ou não. – Ele provocou, tocando meu braço internamente com os dedos.

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