Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 50

Houve um tempo que eu achei que poderia também usar do mesmo veneno dele, já que a minha vida não tinha mais sentido algum. Eu vivia por ele... Por que não entrar no mundo de Jardel?

Por sorte algo em mim foi mais forte e me mostrou que o caminho pelo qual eu estava indo não era certo.

Quantas vezes Ben e Salma tentaram me salvar. Mas eu não tinha forças para ouvi-los. Então houve um tempo que eles desistiram de mim... E Jardel se foi. Uma overdose fatal, numa rave embalada a orgias, todos os tipos de drogas... Onde o principal objetivo de todos era usar tudo que conseguisse por 24 horas sem parar.

As traições neste tempo foram dos males o menor. Eu tinha esperanças que ele pudesse se apaixonar por qualquer vagabunda que ele comia nos becos escuros, sujos e fedorentos que ele frequentava. Mas isso nunca aconteceu. Ele sempre voltava pra mim... E nunca deixou de dizer que me amava.

Senti lágrimas escorrendo pelo meu rosto, grossas, quentes, doloridas. Eu jamais chorei a morte dele... Nem a tristeza de tudo que vivi naqueles anos.

Sempre mantive na cabeça a ideia de que eu fiz a escolha e deveria sofrer as consequências.

Tenho certeza de que viveria até meu último suspiro sem entender o motivo de tudo... E por que deixei de ser eu mesma por tanto tempo. Ou talvez aquela era eu mesma e hoje, na verdade, eu era outra pessoa.

A vida antes disso não foi às mil maravilhas. Minha mãe sempre de um duro danado para me sustentar. E nunca pediu ajuda para ninguém.

A triste vida que eu vivi ao lado de Jardel, talvez ela tenha vivido com o homem que a engravidou. Eu nunca soube nada sobre ele.

Mas jamais me faltou carinho, amor e atenção ao lado dela, que sempre fez tudo por mim. E hoje eu sabia que ela tinha uma família com posses. Mandy não era rica, mas tinha uma vida financeira estável. E pelo que eu soube, na época que meu avô era vivo, os tempos eram ainda melhores. Eu não o conheci também. Quando fui parar no sítio, somente Mandy morava lá.

Eu não sabia o que houve no passado, tão horrível, a ponto de mamãe abandonar tudo e viver só por mim. E não tinha interesse em saber. Já sofri muito para tentar resgatar mais tristezas na minha vida.

Olhando Mandy e sabendo hoje como ela era, ficava a me perguntar se aquela mulher era capaz de fazer mal a alguém. Ela tinha um coração tão grande, era compreensiva e amorosa. E sempre que falava de minha mãe, eu sabia que existia sim amor dentro dela. E arrependimento, embora poucas vezes ela admitiu isso.

Então, meu pai poderia estar vivo, preso, morto, ser casado, ter outros filhos... E isso nunca me interessou. Tirei ele da minha vida como ele me tirou da dele.

Eu poderia, depois de tudo que vivi, ser amarga e querer que o mundo se fodesse. Mas não... Eu só culpei Deus, que virou as costas pra mim. E quando saí do funeral de Jardel, jurei para mim mesma que eu seria outra pessoa... E jamais alguém me faria sofrer novamente, me ter da forma como ele teve: sem reservas.

Por dois anos tentei reorganizar minha vida. E foi muito difícil. Eu precisava de um tempo para mim mesma... E então me reencontrei. E descobri que eu não precisava de ninguém para ser feliz. Eu só precisava de mim. Ninguém seria capaz de me amar se eu não me amasse em primeiro lugar.

Foi assim que decidi não deixar mais palavras sem dizer, entaladas dentro de mim, fazendo com que eu adoecesse... Por medo... Opressão.

Tirando as questões sexuais, que ainda me deixavam confusa e insegura, as demais eu consegui resolver. Bárbara Novaes tinha sua personalidade formada, seus sonhos, seus desejos, suas ambições e suas lutas internas só ela sabia como resolver. Um pouco de imaturidade certamente vinha junto da perda mãe cedo e do relacionamento ainda na adolescência. Fui mulher antes do tempo... Fui adulta quando assumi uma pessoa que me dava mais trabalho do que se eu tivesse filhos.

Eu tinha 27 anos... Dormi com um homem na vida e foi o meu primeiro namorado, Jardel, o que tirou-me a virgindade. Não tenho certeza se gozei alguma vez com ele... Ou talvez isso aconteceu tão no início do nosso relacionamento que eu nem lembrava mais como era. Mas teve o prostituto que me roubou. E sim, ele me fez gozar repetidas vezes, sem sequer me penetrar, sem eu nem tocar no pênis dele. Então, me roubar foi o de menos. O que era uma bolsa com dinheiro, cartão e celular para quem gozou mais de duas vezes na mesma noite?

E vem Heitor Casanova, atrevido, tarado, tão imaturo ou mais do que eu, “comedor de mulheres”, acostumado a ser satisfeito de prazer, pois ele mesmo disse que “todas” queriam chupá-lo... Certamente havia transado com mais mulheres do que o número de vezes que eu fiz sexo na vida. E do nada, ele me faz redescobrir o prazer, o desejo... De tocar e ser tocada... A pele queimar, arrepiar... O frio na espinha, passando para o estômago, que só senti há muitos anos atrás, que nem mais lembrava como era. E eu detestava ele. No entanto a forma como ele me tocou foi... Diferente. E tudo isso em minutos... Como se tivessem sido horas.

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