Eu e Ben chegamos ao Hazard em torno de dez horas da noite.
O Hazard era um bar simples, mas bem frequentado. Começava com Happy Hour e seguia até quase amanhecer o dia com bebidas, música no jukebox, mesa de sinuca e vez ou outra nos finais de semana Karaokê ou bandas cover.
Na maioria das vezes, era frequentado por pessoas com boas condições financeiras e sociais, exceto quando um amigo resolvia pagar alguém de fora para seduzir jovens inocentes e lhes oferecer prazer a perder de vista. Poderia ter este tipo de gente também, camuflado entre os de bom coração.
- Precisa de dinheiro, Babi? Eu tenho para nós dois. Não quero que gaste do seu. Eu convidei, eu pago.
- Nem pensar. Eu tenho.
- Sei que está dura, amiga.
- Não mais. Vendi um blazer no mercado negro. – Pisquei.
- Bárbara Novaes... Sua louca de pedra. E se o Casanova quiser o casaco?
- Ele nem vai lembrar... Aquele... Desclassificado dos infernos deve ter vários iguais.
- Dos infernos você quer dizer por causa do fogo, não é mesmo? Porque você bem que se aproveitou do diabo em pessoa... Diabo com cruza de vampiro. – Ele gargalhou, jogando a cabeça para trás, mostrando todos os dentes brancos, pequenos e bem alinhados.
Sentamos numa mesa próxima da Jukebox. Eu fui até lá e coloquei uma moeda e pedi “Always”. Quando sentei, Ben escorou a cabeça nas mãos, que se apoiavam com os cotovelos na ponta da mesa.
- Música deprimente... De fim de balada... Quando você não pegou ninguém e só lhe resta cortar os pulsos. – Ele revirou os olhos.
- Hoje é noite de foda, baby. – brinquei.
- Não é sexta-feira.
- Todo dia é dia de foda.
- Olha quem falando... A que não fode há mais de dois anos.
- Sexo oral não é foda?
- Não mesmo... É preliminar.
- E se a noite toda foi só sexo oral?
- Preliminar... Sem liminar. Será que isso está certo? – ele arqueou a sobrancelha e logo seus olhos se iluminaram.
- Ben?
- Me junta de colherinha. – Ele suspirou.
Virei para trás e vi Tony entrando. E atrás dele Sebastian Perrone... Mais lindo do que nunca.
Tony era alto, corpulento e musculoso. O rosto era fino e os cabelos morenos penteados para cima. Tinha uma barba espessa e os olhos escuros.
Observei o olhar dele para Ben e não via nada a não ser paixão e interesse, que mal conseguia esconder. Então por que a porra do homem não assumia de vez o meu amigo? Enfim, eu não conseguia antipatizar com ele. Ainda mais vendo o olhar de Ben, que só faltava sair coraçõezinhos.
- Oi, Ben... Que coincidência. – Ele disse, olhando fixamente para meu amigo. – Bárbara, tudo bem?
- Oi, Tony.
- Sebastian... Tudo bem com você? Quanto tempo, senhor Perrone. – Ben ironizou.
Os olhos de Sebastian Perrone encontraram os meus. Ele fez um aceno de cabeça, me cumprimentando. Acenei, fingindo desinteresse, sem mostrar os dentes.
- Sentam conosco, não é mesmo? Ou vieram tratar de negócios num bar com bebidas alcóolicas e música? – Ben perguntou.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas
Bom diaa cadê o capítulo 97...
Gostaria de saber o nome do escritor tbm, muito bom o livro, né acabei de rir e de chorar tbm.lindooooo!!!...
Gostaria de saber o nome do escritor(a), pois a leitura foi interessante, contagiante e bem diferente. Seria interessante procurar outras obras do autor....
Por que pula do 237 para o 241 ?...