Contrato para o caos: amor à primeira briga romance Capítulo 106

“Abigail Zapata Monterrey”

Por mais divertido que tenha sido colocar o Ulisses para correr, eu tinha que admitir que seria a solução dos meus problemas se a Magda arrumasse um amante, assim eu me livraria dela de vez. Mas o Ulisses realmente não era uma boa opção, como ele era amigo do juiz, ele poderia ajudar a Magda a burlar as regras do testamento ou ajudá-la a me prejudicar. Mas algo em mim dizia que ele não desistiria assim tão fácil, ele só percebeu que estava sendo mantido em banho Maria.

- Nós podemos voltar a atormentar a jararaca agora, Abi? – A Pilar pediu e eu ri.

- Deixa ela tomar um ar, ela está totalmente descontrolada. – Eu estava olhando pela janela e vendo a Magda ter um acesso de raiva com o Enrico. – Mas, vem cá, Pipa, me conta essa história da Maria Luiza direito. O que a Magda quer com ela?

- Não sei e não sei nem como a Magda sabe da existência dela, mas ela disse que a Maria Luiza pode ajudá-la. Mas, Abi, eu estou preocupada com você e o meu irmão, a jararaca quer separar vocês. – A Pipa falou e eu sorri e me sentei ao lado do Martim.

- Mas ela não vai conseguir me separar do meu ursinho! – Eu me aconcheguei bem perto dele. – Não é, meu amor?

- Claro que não, meu amor! – Ele sorriu pra mim, com um brilho diferente nos olhos e me deu um beijinho. Eu não perderia esse homem, e não era por causa de testamento e herança, era porque ele era o amor da minha vida.

- Como pode isso? Parece que vocês grudam mais a cada dia. – A Nat nos olhava com um sorriso meigo no rosto.

- Isso é amor, Nat, é amor! – Eu respondi. – Mas, gente, foco. Vocês já sabem com quem o Enrico está saindo?

- Não, mas eu ouvi alguma coisa sobre uma fazenda de café. – O Max comentou.

- Letícia! – O Martim bufou. – Esses dois juntos não me agrada, aí sim pode dar confusão. Com certeza foi a Camila quem apresentou os dois, eu reparei naquele dia em que ela esteve aqui, os dois ficaram conversando por muito tempo.

- O que essazinha tem a ver com fazenda de café? – Eu perguntei.

- O pai dela tem algumas fazendas de café, parece ser um grande produtor. – O Martim explicou.

- Hum. Você checou isso? – Eu quis saber.

- Não, isso não tem nenhuma importância pra mim. – O Martim falou e eu sabia que não tinha mesmo.

- Mas para a cobra platinada e o pintinho amarelinho tem! – Eu pensei por um momento. – Vou pedir o Tony para descobrir isso. Vai que é um sitiozinho e a deslumbrada acha que é fazenda.

- Minha insuportável, quando você implica com um, fica impossível! – O Martim deu um beijo em minha cabeça e riu.

- Ela que não se atreva a te tocar de novo, se não você vai ver a impossível! – Eu avisei e ele riu. – Mas agora a Maria Luiza.

- Liga e fala para ele vir aqui, assim eu conto para vocês dois sobre a minha desconfiança e o que eu aprontei. – Eu sugeri e ele concordou, se levantou e saiu para ligar para o Emiliano.

Enquanto estávamos ali conversando e rindo o Enrico voltou para dentro de casa, parecia chateado e parou em minha frente com as mãos na cintura.

- Olha, Abi, eu não gosto do Ulisses, ele é um folgado, e eu agradeço a sua ajuda, mas acho que nós exageramos, a mamãe está muito brava! – O Enrico era mesmo um tapado!

- Deixa que eu vou lá acalmar a tia. Vou levá-la para dar um passeio, já que o Uli a deixou na mão. Coitada! – O Tomás riu e se levantou, todo solícito, eu sabia que ele estava indo era aprontar com a Magda.

- Ô, Tom, leva a mamãe pra tomar uns drinques num lugar refinado, ela gosta! – O Enrico sugeriu, era uma figura, eu duvidava muito que o Tomás levaria a Magda em um lugar fino. – Mas, Abi, eu não te entendi, porque se a mamãe ficasse com o Ulisses, o problema da herança estaria resolvido pra você.

- Pintinho amarelinho, se você não notou, o problema da herança foi resolvido no dia em que eu me casei. – Eu respondi, não diria a ele que dei um jeito de afugentar o Ulisses porque ele era um perigo.

- É, mas você tem que ficar casada por um ano. Será que vai ficar? – O Enrico deu um sorriso diabólico.

- Ave agourenta, sai daqui! – A Nat o empurrou irritada e o Enrico riu e saiu em direção a escada. – Sujeitinho detestável!

Eu também achava o Enrico detestável. Ele era até meio burro, mas ele também era maldoso e sabia armar maldades como ninguém. Naquele instante eu percebi que precisaria ter muito mais cuidado à partir de agora, porque assim como a mãe, o Enrico só gostava de dinheiro e eles fariam qualquer coisa para ficar com a herança do meu pai. Eu precisava descobrir logo qual era a da Letícia e, de repente, eu amarrava esses dois e despachava para bem longe.