“Abigail Zapata Monterrey”
Assim que o Tony me ligou, dizendo que estava no apart hotel, eu chamei o Martim e nós corremos para lá. No caminho eu ainda liguei para o Emiliano que disse que se juntaria a nós, mas parecia estar no meio de uma discussão com a Camila. Ah, o que seria do meu amigo nas mãos dessa mulher?
O Tony abriu a porta para nos receber, mas ele parecia preocupado. Nós o cumprimentamos e eu avisei que o Emiliano não demoraria a chegar.
- Tony, você poderia checar duas pessoas pra mim, por favor? – Eu pedi tendo uma idéia, eu precisava saber mais sobre a Camila e a Letícia.
- Claro, querida, me envia os nomes. Que tipo de checagem você quer? – O Tony perguntou.
- Completa, Tony. Mas sem que ninguém saiba. – Eu expliquei.
- Quem você está pensando em checar, coelhinha? – O Martim perguntou, mas eu não queria que ele soubesse. Mas também não queria mentir para ele. Não tinha jeito.
- Eu quero saber da Camila e da Letícia, essas duas entraram na vida de vocês de pára-quedas e vocês tomaram por verdade tudo o que elas disseram. Mas eu prefiro que o Emiliano não saiba de nada. – Eu expliquei.
- Está bem, eu entendo a sua preocupação. – O Martim também estava preocupado, eu sabia que sim.
Logo o Emiliano se juntou a nós, com uma cara nada boa, mas tentando parecer calmo e tranquilo. Então o Tony nos contou tudo o que aconteceu na reunião, nos mínimos detalhes.
- Abi, eu não fechei a porta do investimento e o Maurice vai me fazer uma nova oferta melhorando os termos para mim. Mas eu preciso te dizer que eu estou preocupado com isso. – O Tony comentou.
- Como assim, Tony? – Eu me preocupei. Eu não queria a Lanoy para ter lucro, nem nada do tipo, era para o Martim, era parte de uma vingança, mas o Tony estava preocupado.
- Tem algo errado com as construções da Lanoy. – O Tony falou. – A empresa não vai aguentar de pé se não tiver uma injeção de capital. Comprar a Lanoy vai ser muito fácil, porque o próprio Maurice tomou péssimas decisões para a empresa com o único intuito de prejudicar a Monterrey Quintana.
- Mas se ele concluir as obras a empresa sai do vermelho? – O Martim perguntou.
- Talvez, se ele souber administrar as coisas e se começar a conseguir clientes que paguem à medida que as obras forem caminhando e não apenas no final. Além do mais, ele precisa parar com a liquidação de trinta por cento. – O Tony explicou.
- Liquidação de trinta por cento? – Eu não havia entendido.
- Esse é o desconto que ele dá sobre os orçamentos de vocês. – O Tony revelou.
- Não, mas isso é impossível! Como ele consegue isso? – O Emiliano se empertigou na poltrona.
- Exatamente! – O Tony respirou fundo. – O Maurice está trabalhando com fornecedores duvidosos. Sua idéia de me mandar para essa reunião hoje, Abi, foi genial. Eu pude ver o que o Maurice não me mostrou antes.
- O Maurice não deve estar sabendo que os materiais usados nas obras não atendem os requisitos. – O Martim falou. – Eu não gosto dele, mas ele não seria irresponsável assim com as obras, ele não se colocaria em risco.
- Faz sentido, até porque, as notas que eu vi dos fornecedores, o material faturado é o material de acordo com as normas. – O Tony concordou.
- Tony, esses prédios são um perigo. Nós precisamos parar essas construções antes que o desastre aconteça. É arriscado para os trabalhadores e imagina se esses prédios resistem até ficarem prontos, seria uma catástrofe! – O Martim estava preocupado.
- É justamente o que eu pensei, Martim. Mas antes de pensar em fazer alguma coisa, eu quero aconselhar a vocês dois. O melhor é desistir de comprar as ações da Lanoy, se uma dessas construções desaba, vocês acabaram sofrendo as consequências legais. Me deixem lidar com o Maurice de outra forma. – O Tony pediu e eu olhei para o Martim.
- A decisão é do Martim, Tony. – Eu falei convicta.
- Tony, faça o que você achar melhor, mas interrompa essas construções antes que pessoas inocentes morram. – O Martim decidiu sem pensar, colocou nas mãos do Tony, mas pediu uma solução para o problema das construções, o risco que elas ofereciam era a única preocupação que ele tinha.
- Muito bem, garotos, eu vou fazer umas ligações e colocar um freio na Lanoy. Provavelmente em alguns dias o Maurice estará em sérios problemas. – O Tony suspirou.
- Mas e a Mônica? – Eu perguntei. – Já que ela é a culpada, ela precisa ser responsabilizada.
- Eu vou cuidar disso, querida. E das empresas duvidosas também. – O Tony me garantiu e eu fiquei mais tranquila. Eu nem conhecia aquela mulher, mas ela parecia ser um perigo para a sociedade!
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...