Contrato para o caos: amor à primeira briga romance Capítulo 156

“Camila Fernandes”

Ah, que ódio, que ódio! O Emiliano nunca tinha me tratado assim, mas depois que essa Pilar foi trabalhar na construtora ele ficou muito estranho. Mas o que estava acontecendo? Ele sempre falava que ela era só uma menina, mas o que eu vi naquele apartamento hoje não foi uma menina. Eu precisava acabar com essa Pilar, tirá-la do meu caminho. E tinha que ser rápido.

Eu voltei para o meu apartamento irritada, eu queria quebrar tudo, mas eu tinha que pensar, eu tinha que ser mais inteligente e usar as armas que eu tinha para acabar com isso. A Pilar podia até ser bonitinha, mas ela era realmente só uma menina, não sabia nada da vida. Já eu, eu sabia muito bem seduzir um homem. E eu ia seduzir o Emiliano, deixá-lo louco e fazê-lo se casar comigo. Eu já tinha chegado até aqui, eu não o perderia estando tão perto de conseguir o que eu queria.

Eu voltei para o meu apartamento e quem eu encontrei no maior amasso no sofá? A cara de pau da Letícia com aquele inútil do Enrico. Aqueles dois estavam passando dos limites e eu precisava me livrar deles, pelo menos essa noite.

- Vocês dois, fora! O Emiliano vem aí e eu preciso do apartamento vazio. – Eu falei assim que entrei.

- Ah, priminha, relaxa! Minha gatinha e eu ficamos lá no quarto e o chato do Emiliano nem vai perceber. – O Enrico falou como se tivesse algum direito no meu apartamento.

- Eu não estou pra brincadeira, LETÍCIA! Hoje eu não estou boa. Faz o que eu estou dizendo, pega o teu macho e vai dormir em outro lugar hoje. – Eu perdi completamente a paciência.

- Ai, Camila, que chata! – A Letícia se levantou do sofá e saiu puxando o Enrico. – Vamos, gatinho, vamos sair, porque quando a minha prima fica assim, ninguém aguenta.

- Você precisa de um namorado novo, Câmi. – O Enrico falou ao passar por mim.

Meia hora depois os dois idiotas saíram. Bem que eles se mereciam mesmo. Eu liguei para o restaurante e pedia comida preferida do Emiliano, então eu comecei a organizar o apartamento, Não podia ter vestígio dos dois inúteis ali. E dois bagunceiros, deixavam tudo espalhado.

Quando eu terminei e estava prestes a entrar no banho o celular tocou. Era aquela mulher. Mas não era o dia da semana que ela geralmente ligava, então, porque ela estava ligando? Minha nossa, parecia que ela farejava quando algo tinha saído mal. Eu queria tanto ignorar, mas era melhor atender, as coisas já estavam complicadas demais para que eu corresse o risco dela aparecer.

- Mas que demora para atender a um telefone! – Ela esbravejou.

- Desculpe, senhora, eu estava entrando no banho. – Eu respondi com calma.

- Já marcou a data? – Ela perguntou, mas isso era um inferno, ela só queria uma data e eu ainda não tinha a maldita data.

- Vamos marcar hoje, senhora, vamos jantar juntos essa noite para marcar e comemorar. – Eu inventei, uma mentira a mais, uma a menos, não faria diferença.

- Ótimo! E a Letícia? – E como se não bastasse eu inventar as minhas mentiras, ainda tinha que inventar as mentiras da Letícia também.

- Acabou de sair com o Martim. – Eu respondi tentando manter a voz estóica.

- Muito bem. Parece que vocês estão com tudo sob controle. – Ela parecia até estar elogiando, mas isso me incomodou mais do que se ela estivesse gritando.

- Sim, senhora! – Eu garanti.

- Ótimo! Daqui a quinze dias estarei aí. Preciso resolver coisas e vou aproveitar para verificar vocês e passar mais instruções. – E agora eu estava muito ferrada e a Letícia ainda mais.

- Ai, Câmi, não me assusta. O que aconteceu? – Ela perguntou e se sentou em minha cama.

- Ela está vindo, Letícia. Em quinze dias! – Eu falei e via a Letícia perder a cor.

- Ma-mama-mas o que ela vem fazer aqui? – A Letícia parecia uma boneca com defeito.

- Não sei. Ela disse que tem coisas para resolver e que vai aproveitar para ver se está tudo bem mesmo e dar novas ordens. – Eu respondi e me sentei do lado da Letícia.

- E está tudo bem? – A Letícia parecia estar em choque.

- Eu disse a ela que o Emiliano vinha ontem marcar a data do casamento e que você tinha saído com o Martim. – Eu expliquei.

- O que nós vamos fazer, Câmi? – A Letícia colocou a mão gelada sobre a minha perna.

- Ou consertamos isso ou fugimos, Letícia. Não tem outra opção. – Eu respondi já pensando em como fugiria dali.

Eu tinha algum dinheiro guardado, mas era muito pouco e o Maurice me pediu trinta dias para me pagar. Então não tinha outro jeito, no dia em que essa mulher chegasse, ela tinha que encontrar tudo na mais perfeita ordem. Ou a Letícia e eu desejaríamos nem ter nascido.