Contrato para o caos: amor à primeira briga romance Capítulo 162

“Tomás Monterrey”

Desde o dia em que visitamos os apartamentos eu não via a Magda, mas o Max me ligou e disse que entregaria as chaves do apartamento para ela hoje e ela poderia se mudar, então eu resolvi dar uma ajudinha pra tia, não custava nada. Então eu peguei as chaves do apartamento com o Max e fui levar para ela. Quando cheguei no saguão do hotel, ela já estava esperando.

- Tia! Vim te buscar, estou com as chaves do seu apartamento. – Eu falei empolgado, imaginei que ela ficaria feliz em poder sair do hotel.

- Tomás?! Pensei que o Max mandaria um emissário. – Ela pareceu confusa.

- Ué, tia, eu sou o emissário! – Eu respondi e ela estava sorrindo.

- Você é um abusado moleque! – Ela respondeu ainda sorrindo e me fez gargalhar.

- Então eu já vou dizer, tia, a senhora está a maior gata com esse jeans! Ó, deu uma valorizada no corpão, hein, tia. – Eu sabia que ela ficaria brava, mas eu não resisti a brincar com ela, embora fosse verdade, a Magda era uma mulher muito bonita.

- Seu atrevido! – Ela deu um tapinha em meu braço se fazendo de ofendida, mas estava tentando abafar o riso.

- Já podemos ir? – Eu perguntei e ela fez que sim.

Quando chegamos no apartamento, eu entreguei as chaves a ela, que respirou fundo antes de abrir a porta. Ela parecia estar ansiosa, mas ao mesmo tempo com medo. Ela abriu e entrou. Eu entrei em seguida e fechei a porta. O lugar era muito bonito, arejado e entrava muita luz. Ela ficaria bem ali.

- Vem, tia, vamos para o quarto, vamos colocar suas coisa lá. – Eu chamei e nós fomos em direção ao quarto principal.

Era uma suíte de bom tamanho, com closet. Eu deixei as malas dela lá e me joguei na cama, que estava sem lençol. Apesar do apartamento estar mobiliado, a tia precisaria de um enxoval.

- Tia, vem pra cama comigo. – Eu chamei quando ela saiu do closet.

- Quê isso, garoto?! Se comporta! – Ela me olhou chocada.

Eu me levantei rindo e fui até ela.

- Tia, que mentezinha suja! Ou será que isso é carência? – Eu cheguei bem pertinho dela, eu era uns vinte centímetros mais alto e ela teve que olhar pra cima. – Se for carência, tia, é só pedir, eu resolvo o seu problema agora.

Ela arregalou os olhos pra mim, como se eu tivesse falado com ela que extraterrestres invadiram a terra. Então, porque não brincar um pouquinho mais? Eu a peguei pela cintura e a derrubei na cama, depois eu me deitei sobre ela e senti o cheiro do perfume no seu pescoço. Ela estava imóvel, eu podia sentir toda a tensão do corpo dela.

- E então, Magda, o problema é carência? Ou você só me acha interessante mesmo? – Eu falei no seu ouvido.

Eu passei o braço pelos ombros dela e a puxei para a sala comigo enquanto eu falava.

- Desapega da idade, tia. Tem um monte de gente da sua idade que não sabe nada da vida e um monte de gente da minha idade que já viveu coisas demais. – Eu falei. Ela nem podia ter idéia de tudo o que eu já tinha vivido. – Nós vamos sair.

- Nós acabamos de chegar. – Ela me olhou confusa.

- Eu sei, mas você precisa de lençóis e nós precisamos comer, por isso nós vamos às compras. – Eu sugeri e ela levou a mão a boca.

- Eu não tinha notado! – Ela me olhou e parecia divertida. – Minha nossa, há anos eu não compro lençóis! Eu vou pegar a minha bolsa.

Ela se virou e voltou depressa para o quarto, parecendo muito animada para comprar lençóis. Alguma coisa me dizia que essa mulher não sabia o que era ser ela mesma há muito tempo e que havia uma dor muito grande na vida dela. Talvez um dia ela pudesse me contar. Mas por agora eu estava oferecendo a ela a minha amizade, eu sabia que ela precisava disso.

- Vamos? – Ela voltou do quarto sorridente e com o batom retocado.

- Tia, você é uma gata! – Eu a elogiei e ela riu, balançando a cabeça, levando o meu elogio como uma brincadeira. – Eu estou falando sério, você é muito bonita, Magda. – Eu repeti e como eu desconfiei, ela não estava habituada a receber um elogio sincero, o que eu achava uma pena.

Nós passamos o resto do dia fazendo compras, ela era exigente, mas cuidadosa. Nós nos divertimos bastante, ela riu muitas vezes e antes de levá-la pra casa eu a levei para jantar, comida simples e boa, numa cantina italiana que eu adorava ir. Quando eu a deixei em casa com as suas compras ela tinha os olhos brilhantes pelo vinho e as bochechas coradas, o que dava a ela ainda mais leveza e vivacidade. A tia tinha muitas camadas, talvez eu pudesse descobrir algumas. Eu gostava do tempo que passava com ela.